A secção de Btt dos Amigos da Montanha repetiu uma das melhores aventuras nos passados dias 22 a 25 Abril com a “Aventura a Santiago de Compostela”.
Este ano compareceram 17 betetistas, alguns de longe, sempre com espírito energético e contagiante sorriso nos lábios, no mais puro gozo da bicicleta ao pedalar pelos Caminhos de Santiago. A camaradagem e bom ambiente entre os participantes proporcionaram 4 dias memoráveis recheados de momentos, fotografias, paisagens, trilhos, subidas e descidas, pessoas e petiscos fantásticos.
A organização teve duas surpresas este ano, a presença de uma atleta e betetista de grande pedalada, e de uma bicicleta “low-cost” de um participante que, sem querer (!?hum...) pôs em causa os investimentos avultados que fazemos (por vezes) em bicicletas e/ou acessórios de qualidade.
1ª Etapa: Barcelos – Valença
Os primeiros quilómetros, até Ponte de Lima, esconderam perfeitamente aos participantes o momento do dia. Até aqui era tudo cor-de-rosa e sempre a rolar… excepto para um dos guias que já contava um raio partido, roda empenada e temperamento de risco.
Enquanto o grupo seguia pelos trilhos, passando pela Ponte da Tábuas em Balugães, esse guia seguia furioso, de bicicleta, à velocidade descontrolada de 150km/h, pela estrada (argh!!) até uma oficina para reparar a paciência. No primeiro reabastecimento o guia já estava calmo e afinado, mas bem mais cansado.
Já em Ponte de Lima, cidade completamente nova para alguns participantes, que a elogiaram, aproveitamos para almoçar umas sandochas de rojão duplo! Depois desta pausa fizemo-nos novamente ao caminho, apesar duma estranha hesitação dos guias (espertos), que reduziram a sua cadência da pedalada deixando livre vontade aos participantes para zarparem pelos caminhos fora. De qualquer forma os guias já sabiam onde os iriam encontrar…
O momento deste dia começou a dar sinais com algumas pequenas subidas íngremes. Tínhamos chegado a Labruge. Sem dúvida que o trilho é bastante adequado para cabras e para o pessoal de trial, mas para btt e mesmo a pé não são nada compatíveis. Além da vertiginosa inclinação, tínhamos ainda como obstáculo o piso muito irregular e bastantes pedras, que inverteu o papel tradicional do betetista em cima da bicicleta para a bicicleta ás costas do betetista. Quem se safou um guia que tinha um quadro em puro titânio. Pelo menos foi o que disse... mas pela cara dele mais parecia puro aço mesmo…
Ainda teríamos um segundo momento do dia, perto da Igreja de Paredes de Coura, passamos por uns trilhos de acesso a campos agrícolas com-ple-ta-men-te alagados. Foi uma festa! Não houve quem não molhasse os pés, e os mais dotados conseguiram mesmo andar em cima da bicicleta mais de 2 metros de cada vez… Sem dúvida um grande momento dos caminhos.
A partir de Paredes de Coura tivemos que pedalar menos um pouco, já que todo o esforço de Labruge compensa o resto da etapa por várias descidas até Valença.
Ficamos alojados no Albergue de S.Teotónio, e depois do merecido banho, fomos pesquisar os restaurantes da zona…
2ª Etapa: Valença – Pontevedra
Logo nos primeiros quilómetros desta etapa, passamos pela ponte que liga Portugal a Espanha, uma ponte que nos troca os olhos com a velocidade… alguns até ficaram meios tontos. Os primeiros quilómetros em Espanha realçam o maior esforço dos “nuestros irmanos” em conservar e marcar os Caminhos de Santiago.
Esta etapa não deixará muita saudade porque tem muita estrada, e especialmente por uma longa subida que foi preciso vencer por volta das 11:30 da manhã debaixo um sorridente sol. Logo a seguir a subida, a novidade do dia: um furo! Este foi especial porque a roda era tubless, vencida por um pico manhoso. Por acaso este furo aconteceu na hora certa, estava muito calor e a subida anterior provocou estragos.
Este dia ficou marcado pelo calor, e a certo momento cruzamos com uma fonte onde um guia certamente afectado pelo calor resolveu refrescar todos os participantes. No final quem ficou mais refrescado (ou molhado mesmo) foi o guia…
Chegamos a Pontevedra por volta das 16:30, alojamo-nos e fomos conhecer a cidade, especialmente os restaurantes… descobrimos um que até serve bolinhos de bacalhau! Resultado: jantarada!
3ª Etapa: Pontevedra – Padrón
Esta foi considerada a melhor etapa da aventura. Como tinha poucos quilómetros, fizemos um desvio dos Caminhos para ver uma cascata e algumas lagoas, um sítio ideal e fresco para lanchar a gozar bem durante uma hora… também tem alguns trilhos para explorar.
Voltamos ao Caminho, e com o decorrer dos quilómetros encontramos um grupo de jovens peregrinos (a pé) portugueses com quem falamos um pouco enquanto se trocava uma câmara-de-ar. Logo a seguir passamos pelo momento do dia e até dos Caminhos: um bosque fechado, com trilhos estreitos, curvas fechadas, água e saltos. Esta passagem já era comentada nos dias anteriores, e houve mesmo uns doidos que a repetiram sem evitar propositadamente a enorme poça de lama que os esperava mesmo no final do trilho. Cansados? O gozo foi muito maior!
Nesta etapa cruzamos com um grupo de 20 betetistas portugueses em Caldas de Reis que também estavam a fazer o mesmo passeio, mas em três dias. Coincidiu ao atravessar de uma feira numa rua estreita… ninguém sabia de ninguém..
Chegados a Padrón, terra de pimentos verdes, fomos imediatamente a procura desta picante iguaria…
4ª Etapa: Padrón – Santiago de Compostela
Esta curta etapa, que mesmo assim nos fez suar a camisola por causa de algumas subidas, deu para ensaiar o Hino Nacional durante uns bons 5 km, sempre a puxar pela garganta para fazer grande entrada na praça em frente a igreja de Santiago.
Ao entrar na cidade, estávamos munidos de poderosas campainhas que avisavam os habitantes que naquele dia, 25 de Abril, 17 betetistas chegaram a Santiago.
A cerca de 100m da praça começamos entoar o Hino pelas ruas de Santiago, e fomos inclusive aplaudidos! No momento da entrada na praça levantamos a voz ao máximo, mas um guia disléxico estragou tudo ao enganar-se na letra do Hino… lá se foi a entrada triunfal tão ensaiada…
Obviamente, tiramos a foto da praxe, no centro da praça para comprovar o feito, assim como o diploma de peregrino.
O resto do dia foi aproveitado para visitar a cidade e comprar algumas lembranças, e claro, com um grande almoço final!
Este ano compareceram 17 betetistas, alguns de longe, sempre com espírito energético e contagiante sorriso nos lábios, no mais puro gozo da bicicleta ao pedalar pelos Caminhos de Santiago. A camaradagem e bom ambiente entre os participantes proporcionaram 4 dias memoráveis recheados de momentos, fotografias, paisagens, trilhos, subidas e descidas, pessoas e petiscos fantásticos.
A organização teve duas surpresas este ano, a presença de uma atleta e betetista de grande pedalada, e de uma bicicleta “low-cost” de um participante que, sem querer (!?hum...) pôs em causa os investimentos avultados que fazemos (por vezes) em bicicletas e/ou acessórios de qualidade.
1ª Etapa: Barcelos – Valença
Os primeiros quilómetros, até Ponte de Lima, esconderam perfeitamente aos participantes o momento do dia. Até aqui era tudo cor-de-rosa e sempre a rolar… excepto para um dos guias que já contava um raio partido, roda empenada e temperamento de risco.
Enquanto o grupo seguia pelos trilhos, passando pela Ponte da Tábuas em Balugães, esse guia seguia furioso, de bicicleta, à velocidade descontrolada de 150km/h, pela estrada (argh!!) até uma oficina para reparar a paciência. No primeiro reabastecimento o guia já estava calmo e afinado, mas bem mais cansado.
Já em Ponte de Lima, cidade completamente nova para alguns participantes, que a elogiaram, aproveitamos para almoçar umas sandochas de rojão duplo! Depois desta pausa fizemo-nos novamente ao caminho, apesar duma estranha hesitação dos guias (espertos), que reduziram a sua cadência da pedalada deixando livre vontade aos participantes para zarparem pelos caminhos fora. De qualquer forma os guias já sabiam onde os iriam encontrar…
O momento deste dia começou a dar sinais com algumas pequenas subidas íngremes. Tínhamos chegado a Labruge. Sem dúvida que o trilho é bastante adequado para cabras e para o pessoal de trial, mas para btt e mesmo a pé não são nada compatíveis. Além da vertiginosa inclinação, tínhamos ainda como obstáculo o piso muito irregular e bastantes pedras, que inverteu o papel tradicional do betetista em cima da bicicleta para a bicicleta ás costas do betetista. Quem se safou um guia que tinha um quadro em puro titânio. Pelo menos foi o que disse... mas pela cara dele mais parecia puro aço mesmo…
Ainda teríamos um segundo momento do dia, perto da Igreja de Paredes de Coura, passamos por uns trilhos de acesso a campos agrícolas com-ple-ta-men-te alagados. Foi uma festa! Não houve quem não molhasse os pés, e os mais dotados conseguiram mesmo andar em cima da bicicleta mais de 2 metros de cada vez… Sem dúvida um grande momento dos caminhos.
A partir de Paredes de Coura tivemos que pedalar menos um pouco, já que todo o esforço de Labruge compensa o resto da etapa por várias descidas até Valença.
Ficamos alojados no Albergue de S.Teotónio, e depois do merecido banho, fomos pesquisar os restaurantes da zona…
2ª Etapa: Valença – Pontevedra
Logo nos primeiros quilómetros desta etapa, passamos pela ponte que liga Portugal a Espanha, uma ponte que nos troca os olhos com a velocidade… alguns até ficaram meios tontos. Os primeiros quilómetros em Espanha realçam o maior esforço dos “nuestros irmanos” em conservar e marcar os Caminhos de Santiago.
Esta etapa não deixará muita saudade porque tem muita estrada, e especialmente por uma longa subida que foi preciso vencer por volta das 11:30 da manhã debaixo um sorridente sol. Logo a seguir a subida, a novidade do dia: um furo! Este foi especial porque a roda era tubless, vencida por um pico manhoso. Por acaso este furo aconteceu na hora certa, estava muito calor e a subida anterior provocou estragos.
Este dia ficou marcado pelo calor, e a certo momento cruzamos com uma fonte onde um guia certamente afectado pelo calor resolveu refrescar todos os participantes. No final quem ficou mais refrescado (ou molhado mesmo) foi o guia…
Chegamos a Pontevedra por volta das 16:30, alojamo-nos e fomos conhecer a cidade, especialmente os restaurantes… descobrimos um que até serve bolinhos de bacalhau! Resultado: jantarada!
3ª Etapa: Pontevedra – Padrón
Esta foi considerada a melhor etapa da aventura. Como tinha poucos quilómetros, fizemos um desvio dos Caminhos para ver uma cascata e algumas lagoas, um sítio ideal e fresco para lanchar a gozar bem durante uma hora… também tem alguns trilhos para explorar.
Voltamos ao Caminho, e com o decorrer dos quilómetros encontramos um grupo de jovens peregrinos (a pé) portugueses com quem falamos um pouco enquanto se trocava uma câmara-de-ar. Logo a seguir passamos pelo momento do dia e até dos Caminhos: um bosque fechado, com trilhos estreitos, curvas fechadas, água e saltos. Esta passagem já era comentada nos dias anteriores, e houve mesmo uns doidos que a repetiram sem evitar propositadamente a enorme poça de lama que os esperava mesmo no final do trilho. Cansados? O gozo foi muito maior!
Nesta etapa cruzamos com um grupo de 20 betetistas portugueses em Caldas de Reis que também estavam a fazer o mesmo passeio, mas em três dias. Coincidiu ao atravessar de uma feira numa rua estreita… ninguém sabia de ninguém..
Chegados a Padrón, terra de pimentos verdes, fomos imediatamente a procura desta picante iguaria…
4ª Etapa: Padrón – Santiago de Compostela
Esta curta etapa, que mesmo assim nos fez suar a camisola por causa de algumas subidas, deu para ensaiar o Hino Nacional durante uns bons 5 km, sempre a puxar pela garganta para fazer grande entrada na praça em frente a igreja de Santiago.
Ao entrar na cidade, estávamos munidos de poderosas campainhas que avisavam os habitantes que naquele dia, 25 de Abril, 17 betetistas chegaram a Santiago.
A cerca de 100m da praça começamos entoar o Hino pelas ruas de Santiago, e fomos inclusive aplaudidos! No momento da entrada na praça levantamos a voz ao máximo, mas um guia disléxico estragou tudo ao enganar-se na letra do Hino… lá se foi a entrada triunfal tão ensaiada…
Obviamente, tiramos a foto da praxe, no centro da praça para comprovar o feito, assim como o diploma de peregrino.
O resto do dia foi aproveitado para visitar a cidade e comprar algumas lembranças, e claro, com um grande almoço final!