1º Travessia Troia Sagres - CCD Tranquilidade

Nunomlcs

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Ou melhor…CCD Tranquilidade presents "Rota do Licor Beirão e da Cataplana Frustrada".

Starring in alphabetic order:
Carlos Silva e a "Mais Curso"
João "Resmungão" Carvalho e a "Mais Linda"
Nuno Santos e a "Mais Rápida"
Paulo Cardoso e a "Mais Pesada"
Paulo "Dexter" Santos e a "Maior"
Pedro Teixeira e a "Mais Nova"
Ricardo Afonso e a "Mais Leve"
Special Guest:
Luís Galvão na assistência rápida

Após vários meses de preparação, troca de emails, espera ansiosa e uma noite mal dormida com a excitação (situação vivida por todos), o dia finalmente chegou...Ponto de encontro à 6 da manha nas traseiras da Companhia de Seguros Tranquilidade.

Malas dentro do carro, que mais tarde iria ter connosco a Porto Covo, bikes dentro do carro que iríamos deixar em Setúbal e aí vamos nós. Já na margem Sul o Pedro Teixeira, lembrou-se que não tinha deixado a mala dele, pelo que houve a necessidade de voltar atrás, foi a primeira das poucas contrariedades que tivemos ao longo dos 3 dias.

Devido a esta situação, foi um pouco atrasados em relação ao horário previsto que nos encontramos todos em Setúbal, onde eu e o Paulo "Dexter" Santos nos juntamos ao grupo. Bikes preparadas, colocação dos dorsais e ala que se faz tarde, para apanhar o barco das 8 horas, foi um verdadeiro sprint pelas ruas de Setúbal com o pessoal a ultrapassar carros, passar semáforos vermelhos, subir passeios, comprar bilhetes e finalmente dentro do barco, que até tinha um nome sugestivo "Abre a Felicidade"...A aventura ia começar.

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Dia1 - O dia normal
8h:30m Tróia, esse nome da mitologia, que já fez suspirar tantos amantes das duas rodas, desta vez a aventura seria de BTT em 3 dias de convívio, companheirismo e muito boa disposição. O tempo estava cinzento, a prometer chuva, que felizmente não se concretizou, mas que possibilitava uma temperatura ideal para pedalar. Primeiros quilómetros com elevadíssimo ritmo, talvez devido à excitação, e rapidamente chegamos à comporta onde fizemos a primeira paragem para tomar o pequeno almoço, sandes de queijo, sandes de presunto e para alguns sandes de "paiola".....

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Dissemos adeus à comporta e metemos rodas à estrada, mantendo o ritmo elevado que rapidamente fez uma vítima. Um pouco antes de chegarmos a Melides, um dos bravos sofreu uma contrariedade e foi vítima de cãibras, coisa passageira mas que nos deixou apreensivos, visto que o primeiro dia ainda nem estava a meio e ainda faltavam mais dois.... Este facto fez-nos baixar um pouco o ritmo de forma a garantir que todos chegávamos em boas condições físicas. Já em Melides o Ricardo teve de fazer um sprint a grande velocidade para evitar que o Carlos seguisse pelo caminho errado visto que com auriculares e Linking Park a bombar, não ouvi os nossos gritos a chamá-lo.

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Seguiu-se Santo André, Sines, e em São Torpes paragem para reabastecer, visto que entretanto o Sol já tinha descoberto e o calor começou a apertar. Os últimos quilómetros foram feitos a um ritmo mais baixo, já com a alguns de nós a acusar o desgaste, mas mesmo assim chegamos a Porto Covo cerca da 13h:30m com 85Km feitos a uma média de aproximadamente 25km/hora, e com vontade de devorar uma cataplana de marisco, sugestão do amigo Paulo "Dexter" Santos. De notar que este primeiro dia foi integralmente cumprido em asfalto, opção tomada tendo em conta a muita areia que existia nos poucos trilhos da região.

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Não encontramos a cataplana de marisco mas lá despachamos o repasto e seguimos para o Parque de Campismo Costa do Vizir, onde iríamos pernoitar. Entretanto já o Luís Galvão se tinha juntado a nós com as nossas malas, o Sol convidava, pelo que vestimos os calções de banho e resolvemos despedirmo-nos do Verão (dia 21/09 foi o ultimo dia da estação), com um belíssimo mergulho no mar, e que bem que soube...

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Se o mergulho soube bem, o lanche nem por isso, ameijoas vietnamitas quase ao preço de lagosta deixou todos com azia.....Valeu-nos a sapateira que apesar de congelada não estava má.... No programa das festas seguiu-se o jantar. Como estávamos todos cansados para sair, combinamos irem 4 de nós de carro a Sines ao Intermarché comprar uns frangos para comermos. Esta ida a Sines merecia ela própria uma crónica, de tal maneira foi caricata, resumindo, depois de muitas tentativas de encontrar o bendito supermercado, lá comprarmos o frango, e uma garrafa de Licor Beirão; que tinha sido alvo de desejos ao longo do dia; para logo de seguida, nos perdermos de novo e nos virmos no meio das refinarias de Sines sem fazermos a mínima ideia de como voltar à estrada, quando chegamos ao parque de campismo tinham passados 2 horas pelo que acabamos de comer e lá nos fomos deitar, que o dia seguinte ia ser duro. Cataplana frustrada mais uma vez e garrafa de licor Beirão intacta.

Dia 2 - O dia dos azares
Pequeno almoço tomado no parque de campismo e deixamos Porto Covo para trás. Primeira paragem do dia Ilha do Pessegueiro para tirar fotografias, tomar café e reforçar o pequeno almoço. Na ementa estava um desviador traseiro empenado na “menina” do Carlos Silva. A solução encontrada foi chamar o Galvão e o Carlos seguio de carro até Vila Nova de Milfontes tentar encontrar uma loja de bicicletas onde pudessem efectuar a reparação, nós seguimos pelos trilhos.

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Chegados a Vila Nova de Milfontes fomos ter com o Carlos e com o Galvão à loja onde supostamente deveriam estar a arranjar a bicicleta. Digo supostamente e abro uns parêntesis para justificar a utilização do advérbio de modo. O Carlos tem como desviador traseiro um Shimano XTR, para quem não sabe é o topo de gama dos desviadores com partes em carbono. Quando o senhor da oficina olhou para o dito desviador, saiu-se com esta: "...óh amigo, então o amigo vem fazer uma coisa destas com um desviador de plástico?!!!!, Olhe lá eu vendo-lhe um bom mas é caro!!!! (o bom e caro, era um desviador Alivio de 9 velocidades pelo qual o homem pedia 30€!)". Pesando os prós e contras, lá resolvermos utilizar o nosso serviço de assistência remota by Kombina (com quem o CCD tem um protocolo), ligamos para o amigo David Martins e com a ajuda dele lá conseguimos endireitar o desviador de forma a conseguirmos todos continuar.

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De volta ao caminho, e após mais uma paragem para comer um belo pão com chouriço, mais um percalço. Desta vez fui eu que consegui rasgar o pneu traseiro numa passagem pelo asfalto! Substituímos a camara de ar, reforçamos o pneu e quando estávamos a montar o mesmo percebemos que estava novamente furado!!. Um bocado de madeira incrustado no pneu acabou por danificar a camara que tínhamos acabado de colocar. Problema resolvido e siga viagem, embora a partir de aqui a minha roda tenha ficado com o disco a tocar nos calces de travão o que juntamente com o vento que se fazia sentir, dificultava imenso a minha progressão. Este problema só ficou resolvido na Zambujeira do Mar, mais uma vez com recurso à ajuda do amigo David da Kombina.

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Com a chegada ao Cabo Sardão entramos, na minha opinião, no segmento mais espectacular da viagem, trilhos fantásticos paisagens deslumbrantes é um privilégio pedalar com tal envolvência, de tal forma que os quilómetros até à Zambujeiras do Mar passaram num ápice e mesmo com o calor souberam a pouco.

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Na Zambujeira efectuamos nova paragem para comer, e com o calor a apertar, entre os 7 fizemos desaparecer 13 litros de água!!!

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Seguiu-se um sobe e desce constante pelas belíssimas praias do concelho de Odemira, até entrarmos num interminável single track paralelo a um convidativo canal de água, que terminava numa vibrante descida que nos fazia entrar finamente no Algarve, junto a Odeceixe.

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Estávamos quase no fim do segundo dia, faltava apenas vencer a famosa subida de Odeceixe e um último trilho com alguma areia e finalmente chegamos cansados mas felizes, ao Parque de Campismo do Serrão em Aljezur, onde íamos dormir.
Neste segundo dia fizemos cerca de 85 km com uma média de 16 km/hora, demorando 8h:30m desde a partida dos quais 5h:30m foram a rolar. Com tantos azares acabou por não ser mau. Embora longo e duro, com muito calor foi seguramente o dia mais gratificante.

Para terminar o dia ainda tivemos tempo de dar um mergulho na piscina, descer a Aljezur para jantar magnificamente, no restaurante "Ponte a pé", que recomendo vivamente, e para finalmente "liquidar" a garrafa de Licor Beirão, que nos fez companhia desde Porto Covo e que serviu de mote durante toda a viagem para as mais variadas brincadeiras, digamos que foi a bebida energética que todos precisávamos para fazer o ultimo dia.... todos menos eu claro....Quanto à cataplana, ainda não foi desta que saboreamos a tão ansiada iguaria.

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Dia 3 - O dia da chuva
O terceiro dia e para nosso desgosto amanheceu chuvoso. Dizer chuvoso é o mínimo que podemos dizer, porque entre trovões, relâmpagos e um autentico diluvio impiedoso, estava dado o mote do dia, ou pelo menos de parte dele, como posteriormente se veio a verificar. Estas condições climatéricas, obrigou-nos a tomar a decisão, embora a contragosto de alguns, de fazer a ultima etapa por estrada, e se em princípio, alguns entre os quais eu me incluía não tivessem ficado muito satisfeitos, tenho de reconhecer que ela viria a tornar-se mais que acertada.

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Com efeito saímos do Parque e descemos até Aljezur ainda com a chuva a ser piedosa, mas a partir daqui e durante quase todo o caminho, o São Pedro encarregou-se de mostrar que a decisão certa tinha sido tomada, nunca tinha rolado com tanta chuva, literalmente rolamos com um chuveiro em cima das cabeças, nas descida para a Bordeira, os pingos pareciam agulhas e os poucos carros que passaram por nós deviam ter pensado que tínhamos endoidecido.

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Este dia não teve grande história limitámos-mos a percorrer o percurso no menor tempo possível e a rodar quase isoladamente sem grandes conversa devido às condições meteorológicas. Com a chegada a Vila do Bispo e o aproximar de Sagres e a chuva finalmente a dar tréguas, o ânimo voltou e a animação regressou em grande, pelo que nos lembramos-mos de perguntar nos Bombeiros Voluntários se poderíamos tomar um banho quente antes de voltar para Lisboa. Autorização concedida, e lá partimos nós em grande velocidade, para o troço final da viagem, os 8 quilómetros que separam Vila do Bispo e Sagres.

Finalmente Sagres, a chegada revestiu-se de um misto de emoções, satisfação e sentimento de objectivo cumprido por termos terminado e por tudo ter corrido bem, um ligeiro amargo de boca por não termos cumprido o track no último dia, tristeza e nostalgia por estarem a acabar 3 dias magníficos de pura camaradagem e companheirismo, e animação e vontade de voltar a participar numa próxima oportunidade.

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Tiradas as fotos da praxe ainda houve tempo para pedalar até ao cabo de São Vicente, onde comemos uma fartura em jeito de comemoração, tiramos mais umas fotos, e de novo em cima da bicicleta voltamos a Vila do Bispo, e ao quartel dos bombeiros, onde tomamos um retemperante e merecido banho. De referir que neste ultimo percurso alguns de nós ainda tiveram força para fazer um verdadeiro sprint e rolaram a mais de 40 km/hora... Eu não estou incluído neste lote.

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Faltava apenas ir a Lagos buscar a carrinha que tinha sido previamente alugada para transportar as bikes, almoçar magnificamente, num restaurante indicado pelo bombeiros de Vila do Bispo, do qual não me lembro do nome, mas que infelizmente não tinha cataplana de marisco, pelo que nos tivemos de nos contentar com uma saborosa sopa de peixe, e finalmente fazer o regresso a recordar os dias passados em tão boa companhia, e já a ansiar e perspectivar nova aventura.

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Resta agradecer a quem tornou isto possível:
Ao Pedro Teixeira, por ter tido a ideia, foi por aí que tudo começou.
Aos companheiros de "Route", por tudo. Não tenho palavras para vos agradecer a companhia, a amizade, a boa disposição, e as recordações que permanecerão na minha memória.
Ao Luís Galvão, por ter conduzido o carro de apoio, que tanto jeito deu, por estar sempre disponível, e por ter prescindido de um fim de semana com a família para aturar 7 malucos. O meu bem haja, amigo.
Ao CCD Tranquilidade, nas pessoas do Nuno Cascareja e do Luís Rego que nos proporcionaram todas as condições para organizar esta aventura.
Ao Ricardo Afonso pela ajuda que deu no aluguer da carrinha de transporte das bikes.
Ao Carlos Silva por ter cedido a sua viatura para carro de assistência.
Ao João Pires e ao David Martins da Kombina pela assistência remota.
E finalmente aos Bombeiros Voluntários de Vila do Bispo, pela disponibilidade que permitiu que usufruíssemos de um merecido banho quente.

Uma última palavra para os amigos que estavam para ir e que por imprevistos de última hora não puderam estar presentes: Vai haver mais, para a próxima contamos convosco, para pedalar e para comer a frustrada cataplana de marisco.

Um abraço, até à próxima.
Nuno Santos
 

pteixeira

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Grande Nuno! Foram 3 dias memoráveis... de companheirismo, de partilha no prazer de pedalar e do desfrutar da natureza!

Reforço o meu Muito Obrigado a todos que tornaram possível esta aventura.

Abraço
Pedro Teixeira
 
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