Reconhecimentos 15 de Abril
Hoje foi mais um dia de reconhecimentos. A data da prova aproxima-se (falta pouco mais de 1 mês) e urge verificar todo o percurso, dá-lo a conhecer aos participantes e mostrar quão bela é a nossa região.
Saí de casa com o objectivo de reconhecer a maioria do percurso X100 Tour, apesar dos primeiros 30 km serem comuns aos dois percursos. Para adiantar caminho e tempo fui por estrada até ao Palvarinho. A ligação de Castelo Branco ao Palvarinho é sobejamente conhecida e não requer verificações.
Entrei no Palvarinho e apanhei o track, seguindo até à Praia Fluvial do Muro. O rio Tripeiro, que em Fevereiro nos obrigou a um bypass devido ao caudal que levava, actualmente já não passa por cima do paredão. Este local é de uma beleza e de uma calma muito aprazível. Fiz uma série de fotos e segui em direcção a Camões.
O campo está algo de fantástico. A mistura de cheiros, cores e tonalidades fazem desta a melhor época do ano para pedalar. Antes de Camões passa-se a ribeira, sem problemas de maior, apesar de ainda correr farta de água, com uns bons 30 cm, que obrigam o molhar o pé. Mais umas fotos e entrei em Camões.
Esta pequena localidade, com um nome bastante curioso, contrasta com outras que se encontram ao longo do percurso, uma vez que tem bastante vida, construção e reoconstrução de casas. A proximidade da cidade é um garante de vida nas aldeias que têm essa sorte.
A subida começa dura e não amacia. Até ao alto são várias as rampas que se seguem, inclinadas e constantes. Esta subida deve ser feita com calma, já que se pode pensar que é curta e acaba a seguir a curva, mas na verdade é mais de 1 quilómetro que nos leva dos 240 m aos 330 m.
No alto rola-se a boa velocidade e começam os campos de estevas a perder de vista, pintalgando de branco o verde da paisagem. O percurso de ligação, até cruzar o asfalto no início das famosas curvas do Padrão, tem cerca de 5 km, sempre pelo meio de estradões ladeados de estevas, que em alguns locais atingem alturas consideráveis.
Cruza-se a estrada e começa a descida para Martim Branco. A zona que se segue rola pelo meio de alguns pinhais, por um estradão de bom piso, com algumas zonas de linhas de água em que o passar dos veiculos deixou marcas. É uma descida de cerca de dois quilómetros, mas com um traçado muito interessante.
Entra-se em Martim Branco por asfalto e vê-se que a aldeia está a renascer. A recuperação ao abrigo do programa das Aldeias do Xisto começa a tomar forma. Sente-se que a localidade está a ganhar vida.
O percurso passa em frente à loja das Aldeias do Xisto, que se encontra fechada. A rua que se segue é estreita e cheia de casas de xisto em recuperação. Daqui a 2 ou 3 anos esta aldeia será um pólo de turismo? Talvez, dende de todo nós não deixar morrer o interior.
Sai-se de Martim Branco pelo percurso da PR de Almaceda. Passa-se junto aos moínhos de água e sobe-se ao alto onde os dois percursos se vão separar. O percurso RACE seguirá para a serra do Tripeiro, descendo depois para Almaceda. O percurso TOUR que hoje fui verificar, desloca-se para a serra por trás de Martim Branco. No alto surgem uma série de campos cultivados, onde também se encontra uma barragem. O campo está no seu auge, dá gozo pedalar.
Começa-se então a subir a serra. A subida é suave, tendo aqui e ali um topo mais dificil. Ladeia-se a encosta com algum sobe-e-desce, vendo-se em alguns locais os telhados da aldeia de xisto. Quase a culminar a serra uma rampa mais dificil, com uns 150 ou 200 metros, mas com mau piso, cheio de caruma e algumas pedras. Esta zona de pinhal é de uma beleza rara, avistando-se as planicies a grande distância.
Começa a descida abrupta para o vale. Esta descida representa algum perigo, com um piso pedregoso e uma inclinação considerável, muito cuidado aqui!
No fundo cruza-se de novo o Tripeiro, que aqui mais parece um ribeiro. Leva bastante água e está cheio de flores, mas cruza-se facilmente e sem molhar os pés. Pedalo então em direcção a Barbaído. A grande maioria dos trilhos até aqui são diferentes dos de 2010. A ligação a Barbaído também é nova, bem como a que se segue até ao Juncal do Campo e depois até ao Vale do Ocreza.
Passo em Barbaído a descer e sigo por estrada durante cerca de 1,5km, onde uma viragem à esquerda me faz retomar a terra. Daqui até ao Juncal peadala-se rápido por estradões de bom piso, sempre ladeados pelas estevas. Até ao Juncal do Campo são cerca de 4 km que se fazem num ápice, observando à esquerda as formações rochosas que a erosão dos tempos tem deixado a descoberto nas serras.
A subida do Juncal é conhecida pela sua inclinação, e a mais de 40 km de percurso já apresenta dificuldades para alguns. No alto apanha-se a estrada e vira-se à direita. Toda esta zona que liga o Juncal do Campo à N112 (junto ao cruzamento do Palvarinho) é nova. Confesso que estava algo curioso relativamente a esta ligação, mas a sua variedade e beleza excedeu as minhas expectativas. são inúmeros os caminhos, matas, passagens entre muros de pedra e alguns single tracks, muito bom!
Depois de se cruzar a N112 (a chegada à estrada é perigosa e com pouca visibilidade) sobe-se um pouco para depois se começar a descer para o Ocreza. Toda esta zona é também nova, com a passagem em vário pinhais e com a descida final a culminar num single track, que passa junto à Azenha do Ocreza (aquela que cruzaram em 2010) e nos leva de novo até à N112, permitindo-nos cruzar o rio na ponte.
Aqui terminaram os reconhecimentos de hoje. Em jeito de resumo fiquei muito satisfeito com o percurso TOUR 2011. Na minha opinião melhora muito o traçado de 2010 e, ainda que seja um pouco mais exigente, é acessível à maioria, devendo apresentar 62 km e cerca de 1200 m de acumulado de subidas.
TODAS AS FOTOS AQUI
Até breve!
AQ