FÉRIAS DE TANDEM NO ALENTEJO PROFUNDO - PT 4

Na terça feira, dia 11, foi dia de apontarmos ao Algarve. Contudo, a receção do Hotel e as instalações onde a bike estava guardada só abriam às 8h. Fomos tomar o pequeno almoço, mas com estes atrasos só saímos de Mértola perto das 9h. Ao contrário dos dias precedentes, amanheceu com uma caloraça brutal. Tínhamos dado uma olhada no WindGuru e estavam 37º previstos a partir do meio dia.

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Finalmente em cima da bicicleta, saímos da residencial logo com uma rampa de 8 ou 9%, o que com os músculos frios é de arder. Nós já tínhamos estudado com antecedência os percursos e as altímetrias das etapas, pelo que sabíamos que aquela tirada ia ser bem dura e levar-nos perto dos 1000 m de altitude acumulada, coisa que nunca havíamos feito antes.
As subidas e descidas sucediam-se. Não houve praticamente zonas planas, e cada vez fazia mais calor.

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Ribeira do Vascão. Foi nesta descida que batemos os 70 :eek:.



Chegámos a um ponto tal que já não tínhamos alimentos sólidos e queríamos comprar fruta, mas não encontrávamos uma única mercearia ou pessoa no caminho. Fizemos um pequeno desvio para uma aldeola, Santa Marta, onde não havia absolutamente ninguém, nem qualquer tipo de comércio, apenas uma torneira com água que sabia a pesticida mas que teve de servir.

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Santa Marta, um local deserto, bem como grande parte do Alentejo.

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De vez em quando víamos água... Lá ao longe, eh eh.


Depois de muito calor e muito sobe e desce, lá chegámos à barragem de Odeleite, onde conseguimos comprar comida.

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Barragem de Odeleite, um pequeno oásis no nosso percurso.


Os altos e baixos nunca mais acabavam, e a etapa apesar de curta já estava a pesar nas pernas, até que depois de muito esforço lá chegámos a Castro Marim, que era o nosso objetivo inicial.

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Castro Marim.


Aqui, um velhote explicou-nos que não dava para apanhar o comboio ali, e que teríamos de ir a Vila Real de Santo António (depois descobrimos que isto não era necessário) e ainda pedalámos mais 3 kms, mas desta vez já sem subida.

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Esta alteração acabou por ter uma vantagem, tivemos muito mais tempo para comprar calmamente os bilhetes e acomodar a bike no vagão próprio para o efeito.
Dica-» Quando planearem as vossas férias, tentem fazer coincidir o inicio da viagem de comboio (se houver, claro) com o início da linha CP que vão usar. Facilita tudo.

Chegámos assim ao fim da nossa pequena epopeia, onde perfizemos 375 quilómetros, sei que para os “craques” isto não é nada, mas eu já não fazia ciclismo a sério há anos e a Judite só começou a andar de bicicleta este ano.

Apenas uma crítica para a CP: nós de Vila Real tivemos de apanhar 3 comboios para chegar ao Barreiro: o Regional do Algarve, até Faro, depois o Inter Cidades até ao Pinhal Novo e depois o comboio que vem de Setúbal.

Nos regionais é relativamente fácil acomodar uma bike dupla:

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Nas composições Inter-Regionais é relativamente fácil acomodar um tandem. Os elásticos que serviram para segurar a bagagem dão muito jeito aqui, para estabilizar a bike.


Já no Inter Cidades... Tivemos de tirar as rodas e acomodar a bike mesmo à frente do local onde as pessoas arrumam as malas (como a composição partiu de Faro, conseguimos, mas se assim não fosse seria um problema). Também tivemos sorte porque o fiscal da CP era um simpático que já vinha connosco desde Vila Real, porque se apanhássemos um daqueles marretas, não sei como é que íamos trazer a bike. Se tivéssemos apanhado o Inter-Cidades a meio do percurso era outra.
Com a prática do ciclismo a ganhar cada vez mais aderentes, penso que não seria má ideia a CP e outras companhias de transporte incrementarem as condições para o acondicionamento de bicicletas.

Esperamos que tenham gostado da Crónica, agora só falta vocês meterem-se ao caminho e fazerem o mesmo :D.
Saudações desportivas :cool:.
 
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davidream

Active Member
bOAS!
Parabéns pela aventura! e pela excelente crónica ;)
Realmente seria ideal a CP já ter algum tipo de acomodação própria pensada,para facilitar a vida a toda a gente.
Cumps
 

iMiguel

Member
Castro Marim a Vila Real S. António é um pulinho, 4km sempre a direito, o único "problema" é o vento que há.

Uma bela viagem pelo alentejo ainda amis duro nos meses de verão.
 
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