Crónicas de um Bravo do Pelotão por Terras Helvéticas

AFP70

Active Member
Boa noite ao Fórum,

@Jocas22
Tento na medida do possível trazer alguma frescura ao tópico. Neste momento já regressei às Terras Helvéticas.

@Miguel79
Obrigado por seguir e comentar.

@RTC
Ainda bem que as crónicas ajudam os “users” a conhecerem outras realidades do nosso Portugal.
As próximas crónicas serão como não podia deixar de ser e “para variar” nas Terras Helvéticas, eheheh…, aliás irei recordar-lhe as maravilhosas sensações que teve na zona de “Verbier”.

@Ao Fórum em Geral
Uma vez que recebi várias PMs a solicitar o “track” desta volta, informo que durante o mês de Maio esta volta irá ser colocada online na página Bravos do Pelotão (Track, altimetria, etc…). A seu tempo esta informação será colocada neste tópico.
Obrigado por seguirem e comentarem.

Cumprimentos e até à próxima crónica,
Alexandre Pereira
 

AFP70

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Caros (as) companheiros (as),

Tal como prometido no post 357, informo que já se encontra online a volta Nº50 realizada por terras de Cabeceiras de Basto e Salto.

Para aceder às diferentes rúbricas da volta Nº50 basta clicar nos seguintes links: Track | Altimetria / Análises | Fotos.

Boas pedaladas,
Alexandre Pereira
 

Israel Pedro

New Member
Boa noite Bravo do Pelotão Alexandre Pereira!

Eu e de certeza muitos dos seguidores aqui do forum, estou muito grato pela partilha que faz das suas crónicas. É realmente uma maravilha ver os relatos e as fotos que o Alexandre partilha no forum. Eu já me contentava em visitar e pedalar em metade dos sitios que o Alexandre andou. Já tive a felicidade de pedalar em Mondim de Basto junto às Fisgas do Ermelo, e realmente, quem gosta de natureza, este é um dos sitios lindissimos para pedalar.
Resta-me desejar que continue com o excelente trabalho que tem feito, que nos permite sonhar mais um bocadinho com as magnificas paisagens que o Alexandre visita.

Um abraço e continuação de boas pedaladas

Israel pedro
 

AFP70

Active Member
Boa tarde Israel Pedro,

Obrigado por seguir e pela lufada de ar fresco do seu comentário.

Embora tenha rolado ultimamente, há cerca de um mês que não registo uma volta digna, isto por culpa da meteorologia que me tem impedido de “voar mais alto” (sim, continua a cair neve e muita chuva).

Se até ao momento gostou do que viu e leu e sem querer levantar a ponta do véu, apenas posso afirmar “não sabem o que vos espera no decorrer dos próximos meses” e mais não digo ;).

Um abraço and “keep following”,

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem...
 

AFP70

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Onde estarei eu d’aqui a 20 anos?

Passaram-se mais de 20 anos desde que comprei a minha primeira bicla de BTT, estávamos no ano da graça de 1992. Custou-me na altura o equivalente a três meses de salário. Nessa altura o meu desejo era apenas de poder rolar com algo de diferente, algo de poderoso, onde quer que passasse punha toda a gente a olhar para mim (a novidade tem essa particularidade).

Sempre tive bicicletas de estrada e outras, mas a partir de certa altura começou a crescer em mim o desejo de ir para o monte, de subir e descer zonas que até então eram inacessíveis em bicla de estrada.

Desde essa altura e até hoje nunca perdi esse desejo, de ir e estar rodeado de natureza, de fazer esforços sobre-humanos para atingir os meus objetivos e confesso que sempre fui muito feliz em cima de uma bicla.

A maioria das vezes rolei sozinho ou esporadicamente acompanhado com algumas amizades que ia fazendo aqui e além, isto porque naquele tempo tal como hoje a malta procura outros interesses, dos quais salientava as nights e a copofonia e claro sem esquecer a nicotina. Quem tem por hábito rolar sistematicamente sabe que existe uma certa incompatibilidade entre os interesses anteriormente mencionados e a prática de BTT. Para praticar este desporto quer na versão competitiva, quer na versão de pura contemplação paisagística há que manter uma certa higiene de vida e abdicar de certos prazeres mundanos.

Em abono da verdade posso afirmar que ao longo destes 20 anos muitos dos melhores momentos da minha vida foram passados em cima de uma bicla. Sim, podem dizer-me que o prazer da carne é fenomenal, o prazer do alimento é espetacular, mas em meu entender todos eles são momentâneos e podem facilmente serem substituídos por outros prazeres sobre a mesma temática; enquanto os prazeres vividos em cima de uma bicla são eternos, isto é, consigo ainda hoje recordar como se fosse ontem, os singles mais espetaculares por onde rolei, as paisagens mais emblemáticas por onde passei, a queda mais aparatosa que já tive, o sofrimento mais sofrido que sofri (foi escrito propositadamente) para atingir determinada altitude, as águas mais cristalinas onde já tomei banho, o por do sol mais espetacular que já presenciei, a amizade e camaradagem de amigos com quem partilhei momentos e que deste mundo já se foram, enfim um cem número de experiências únicas que tornam o BTT n’aquilo que ele é “um homem e a sua bicla”. Claro que um cowboy dirá o mesmo, eheheh…

Perdi a conta aos milhares de kms efetuados e a partir de certa altura deixei de guardar os dorsais das provas em que participei.

Continuo a acreditar que para se ser feliz basta no meu caso ter uma bicla “à portée de main”, definir um ponto de partida e um ponto de chegada e partir sem horas marcadas, ao sabor do tempo e das agruras do clima.

Todos nós temos ou passamos dificuldades nestes tempos conturbados em que vivemos, aliás considero a bicla o melhor “toubib” que um homem pode ter, não emite opinião, não reclama, está sempre disponível independentemente da hora a que lhe ligamos e claro desde que bem alimentada e tratada, corresponde sempre quando necessário. O mesmo já não se poderá dizer de alguns dos nossos amigos ou mesmo companheiras, eheheh…

Digam-me lá se há melhor sensação do que estar em cima de uma bicla a sofrer para atingir determinado objetivo a que nos propusemos e passado esse momento desejarmos novo sofrimento. Quem de vós à 2ª feira nunca contou os dias para a próxima volta do fim-de-semana. Quem de vós nunca olhou para a sua bicla e a tratou como se de um ser humano se tratasse, falando-lhe, acarinhando-a, etc… Quem de vós após uma volta dura Q.B. refastelado num qualquer sofá não reviveu os momentos de dureza dessa mesma volta e se vos perguntarem quando irão repetir essa volta, a resposta inevitável “é já a seguir”. Mas a melhor de todas é quando acabamos uma volta e o vosso subconsciente vos diz “quem me dera estar no início, repetir tudo de novo”. É por estas e por outras que sou um apaixonado de BTT há mais de vinte anos.

Como sabem, encontro-me deslocalizado aqui pelas Terras Helvéticas e só Deus sabe até quando, isto porque um homem acaba por ganhar raízes quando passa demasiado tempo em determinado local, mas uma coisa é certa, nunca ao longo deste tempo deixei de montar a minha fiel amiga ou amante nas palavras da minha esposa. Sem ela não sei se teria conseguido aguentar este exilio, aliás é graças a ela que tenho conseguido estar afastado da família, dos amigos, da terra, sim sobretudo das gentes e dos cheiros.

À medida que um homem envelhece (nunca pensei dizer isso mas a verdade é que envelhecemos quer queiramos ou não, lei natural da vida) vai se tornando mais conservador no que toca à escolha das amantes, aliás ao longo deste tempo apenas tive duas, a primeira que como sabem é sempre a primeira e que ainda hoje guardo para umas voltas ocasionais na terra (não consigo me desfazer pois foi com ela que atingi o meu primeiro clímax) e a atual com quem partilho momentos “de vrai bonheur” vai para uns oito anos.

Como diz o povo sabiamente “o futuro a Deus pertence”, pelo que se um dia tiver de partir e independentemente do local (figurativo) para onde vá, apenas peço para que me metam à disposição uma bicla para assim poder rolar até à eternidade. Se for parar ao "Infernus" irei solicitar que baixem um pouco a temperatura pois não há “tires” que aguentem… Se porventura for parar ao "Paradisu" irei banir de imediato os Red Bull, eheheh…

Talvez devido ao facto de não rolar há mês e meio e porque de antemão sei que nos próximos 15 dias o tempo vai estar uma “shit”, deu-me para escrever sobre o que me vai na alma, esta dor de não poder partir, de ter de ficar impávido e sereno a observar a neve cair acima dos 600 mts.

Até qualquer dia,
Alexandre Pereira

P.S:
Esta é para me motivar e já está em agenda, venha de lá o SOL…

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J

JCarita

Guest
Bom dia :) Sou novo por aqui, mas uma vez que também vivo na Suíça (à pouco mais de 1 ano) e só agora consegui trazer a minha 2rodas para cá, voltou a vontade de pedalar e desta vez de descobrir a Suíça de uma maneira que poucas pessoas conhecem (viva a BTT nestes casos).

Reparei que também está por cá (e não está assim tão longe quanto isso: eu moro em St. Légier, perto de Vevey) e podia ser que nos encontrássemos para umas pedaladas qualquer dia. Não conheço nenhum trilho por cá ainda nem nenhum grupo para me integrar e começar... tenho voltado à estrada para recuperar a forma (estou gordo que nem um texugo depois de um ano parado) e fiquei entusiasmado com a tal 'grande volta' de 125 km a começar em Verbier... Talvez no espaço de um ou dois anos arrisque a fazê-la :)
 

AFP70

Active Member
Boa noite JCarita,

Seja bem-vindo e obrigado pelo contacto. Realmente de St. Legier a Lausanne são +/- 30 min de comboio ou se preferir de Lausanne a Vevey são 15 a 20 min.
Se acompanha o tópico constatou que gosto muito de andar na zona do Valais (montanhas mais altas acima dos 2.000 mts), mas posso andar por outras zonas. Normalmente crio os meus tracks baseado em pesquisas efetuadas na net, daí que até hoje nunca tenha feito duas vezes a mesma volta.
Para a zona de Verbier tenho já agendado umas voltas (venha de lá o sol).
Rolo por norma em solitário uma vez que é muito difícil encontrar grupos (aliás os clubes aqui na Suíça ao invés de Portugal, são a pagar, sistema de quotas) e depois não existem fóruns apelativos ou os que existem encontram-se desatualizados com posts que datam de há meses ou mesmo anos, eheheh…
Encontro-me em Lausanne há quase ano e meio e até à data não encontrei compatriotas que partilhem deste nosso vício.
Não sei se utiliza o comboio como meio preferencial de locomoção, isto porque para efetuarmos voltas nessas zonas ou mais afastadas ainda, temos de recorrer a essa forma de transporte e em abono da verdade é o melhor meio para transportar a bicla.
Se desejar repetir alguma das voltas aqui relatadas (BTT ou caminhada), terei todo o gosto em remeter-lhe o track.
A rolarmos juntos nunca será antes de Agosto uma vez que já agendei saídas para quase todos os fins de semanas (recuperar o tempo perdido causado por todos estes meses de intempérie).

Um abraço e boas pedaladas,
Alexandre Pereira

P.S: Pode sempre contactar-me via o email bravosdopelotao@sapo.pt
 

AFP70

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Boas Companheiros (as),

Eis um “preview” do que será a próxima crónica. Após um interregno forçado de 2 meses, consegui hoje realizar uma missão que teve um sabor muito especial (vejam se adivinham).

Como sempre, a crónica será postada a seu tempo, nos locais do costume (Site BDP, Facebook, Fóruns de BTT).

Cumprimentos,
Alexandre Pereira

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pre_historico

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também sou um dos seguidores deste tópico que é muito agradável e inpirador de seguir, por isso o meu agradecimento e o pedido de mais (sempre mais fotos e prosa).

tendo família em Bern e passando lá umas semanas de vez em quando já conheço mais ou menos bem algumas ciclo vias e zonas que me provocam uma inveja descomunal. entre elas algumas que se calhar já foram consideradas para as tuas voltas.

a Zona de Biel (aproveita-se e visitamos a fábrica da DT Swiss) com a subida quilométrica ao Mont Chasseral
as planicies de Le Landeron
e depois a zona que gosto mais: Interlaken Grindewald Meiringen Lauterbrunen Schupfhein Luzerne

Basta dizer que na Suiça Alemã (pelo menos) quando chegamos a um cruzamento (mesmo que seja na cidade), as placas e indicações que estão em destaque são as destinadas a peões ou ciclistas...acho que isso ilustra bem a sorte do nosso «bravo»
 

AFP70

Active Member
Boas pre_historico,

É sempre agradável ver que mais um seguidor habitué passa a comentar. Obrigado.

Ainda não tive oportunidade de rolar em muitos locais da Suiça e os que menciona fazem parte do lote.

Cumprimentos betetistas,
Alexandre Pereira
 

AFP70

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“Mont Tendre” – The revenge …

Decorreram dois meses sobre o meu infortúnio em conseguir “climbar” esta montanha. Ao longo deste tempo e sempre que passava nas redondezas lá estava ela toda sorridente, como que a provocar-me “anda lá, estás à espera de quê?” e eu impávido e sereno lá ia deglutindo como podia estes “sapos”.

Como diz o adágio “a vingança é um prato que deve ser servido frio” e durante este período passei imensas vezes perto e a cada passagem aumentava em mim o desejo de “revenge”. Na maioria das vezes este sentimento até era acalmado pelas péssimas condições meteorológicas que se faziam sentir no topo e isto ainda me dava mais ânimo para exclamar em “guise” de contentamento “anda lá que não esperas pela demora”.

O tempo ia fluindo, muito graças às intempéries que se abateram aqui nas Terras Helvéticas, mas como em tudo na vida, há um momento em que as coisas acabam por acontecer e lá chegou o famigerado “pay back day”. Confesso que andava em cima da meteorologia como um predador anda em cima da sua presa, virando quase obsessão.

No dia “H” e porque neste momento continuamos a ter um “shit weather” disse para comigo “ou é hoje ou nunca mais”.

Passei duas semanas do caneco em que apenas dormia três a quatro horas por noite “ossos do ofício”, mas um “bravo” e logo este é dos tais que prefere partir a dobrar. A vontade motivada pelo cansaço não era muita mas impunha-se uma resolução e como não podia deixar de ser, respondi à provocação.

À hora estipulada, sim porque estes confrontos assemelham-se a duelos de vida e morte, verdade seja dita, glória aos vencedores e honra aos vencidos, posso afirmar que este não foi fácil como já era de calcular (quem me manda a mim provocá-los).

Arranquei tal como da outra vez de “Montricher” a 675 mts e daí comecei a ascensão. Embora fizesse algum calor, sabia pelas manchas brancas visíveis ao longe que iria eventualmente encontrar ainda alguma neve, mas nada parecido com meu último encontro.

Gradualmente fui subindo, numa cadência um pouco acima do habitual, isto porque em 1º lugar, os 10 kms iniciais eram já meus conhecidos e em 2º lugar porque avizinhava-se a aproximação duma valente descarga de água. O céu a cada hora que passava tornava-se cada vez mais sombrio, parecia que as trevas desejavam impor a sua vontade.

Enquanto subia, um homem enquanto sobe, tem muito tempo para pensar na vida, assim sendo, dei comigo a relembrar pessoas que já me “quitaram”. Relembrei episódios de vidas passadas, de momentos sublimes, cómicos, tristes, etc… e para cúmulo ia-as contabilizando e cheguei à seguinte conclusão. Um homem ao longo da vida vai atrás de +/- 300 pessoas e eu já vou em metade. O BTT tem destas coisas, há quem pura e simplesmente só ouça música enquanto rola e eu gosto de ter a mente ocupada. Como dizem os Suíços “chacun son truc”.

Com este “mixte” de saudade e aritmética, quando dei por ela já me encontrava num dos primeiros patamares. Aí, pude constatar e observar a verdadeira beleza do “Jura”, que se caracteriza sobretudo por imensas florestas de coníferas entreabertas de grandes “open spaces” onde o verde nos seus mais diversos “dégradés” é a cor principal.

Quando me preparava para continuar viagem eis que vejo ao longe um grupo de 4 betetistas que ao invés de mim vinham a descer o trilho. Esta zona é muito difícil e técnica a descer (as fotos falam por si) devido à imensa quantidade de rochas existentes a descoberto; aliás esta zona recordou-me a área do PNSAC (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros) onde recentemente se realizou o último PUF. Como há já bastante tempo que não cruzava com betetistas em montanha, aproveitei para fixar o momento e meter conversa com eles. Soube que eram de “Fribourg” e tal como eu, gostavam de variar os seus percursos, fazendo escala por diversas zonas das Terras Helvéticas. Fizeram-me as perguntas do costume, donde és, o que fazes, etc…

“I don’t know if you notice” mas para esta volta vesti um dos jerseys da maratona de Barcelos. Estes jerseys possuem uma imagem bastante apelativa, sobretudo o galo estilizado, foi aí que um dos intervenientes me colocou duas questões “d’affilé”, 1ª o que simbolizava o galo e 2ª onde ficava Barcelos. Como bom português deslocalizado que sou, dei uma de guia turístico e falei-lhes da lenda e eles todos maravilhados (a cultura não ocupa espaço).
Dito isto, lanço aqui uma sugestão a toda a malta que organiza maratonas, façam jerseys onde incluam a bandeira nacional e/ou a indicação de Portugal (por extenso). Não onera assim tanto o preço de custo e embora pareça redundante o certo é que muita malta hoje já não se limita a rolar somente em Portugal, levando o “mui nobre” nome desta nação (que muitos maltrataram) pelos quatro cantos do mundo.

Após este descanso de dez minutos, toca a seguir viagem e preparar-me para andar com ela bastante tempo ao ombro, mas BTT é isso mesmo.

À medida que ia subindo, cruzei vários “randonneurs” de diferentes nacionalidades, uns a subir outros a descer, mas dava gozo ver as suas caras de espanto por me encontrarem por ali, com uma bicla às costas, digo ao ombro, eheheh…

Foi nesta altura que atravessei uma das mais extensas áreas ainda coberta com neve. Afinal estamos quase a meio do mês de Junho e ainda encontramos neve abaixo dos 2.000 mts (ele há coisas fantásticas).

Enquanto subia ia admirando a paisagem circundante, pena que devido ao “fog” e bruma existente, não deu para tirar fotos das montanhas e de toda a zona envolvente do “Lac Léman”. Sabia de antemão que esta zona é bastante fustigada por estes fenómenos (muito húmida).

Por fim cheguei ao topo do “Mont Tendre” a 1.679 mts e como sempre fiz a foto da praxe, neste caso debaixo de uma pirâmide (ver foto) com funções similares aos nossos marcos geodésicos (mas + barata).

A partir d’aqui sabia que me aguardavam mais de 13 kms de descida. Agora sim poderia confirmar se os quatro betetistas cruzados fizeram a melhor escolha ao subirem a montanha por este lado e como vim a descobrir a maior parte do trilho foi asfaltada para que os veículos pudessem ter tração tal era o grau de inclinação. Esta parte do trilho permitiu-me atingir velocidades superiores a 60 kms e em menos de ½ hora engoli estes 15 kms. Claro que houve momentos de pura loucura tal era a velocidade, aliás numa curva em gancho, que surgiu assim, do nada, tive mesmo de sair numa escapatória.

Chegado a “Montricher” aproveitei para dar umas voltas pela aldeia onde estavam a ser montadas bancadas e casinhas de comes e bebes para o bailarico que iria decorrer ao entardecer. Olhei para o céu e este apresentava-se de um negro bastante escuro e a passos largos caminhava uma tromba de água. Neste fim de tarde sentia-se no ar seco o aproximar da carga d’água, nos campos agora por lavrar a erva do pousio era mestra e senhora e o todo embelezado pelos concertos das cigarras. Perante este cenário, senti-me em paz comigo próprio, aliás este avivou em mim, memórias de outros tempos, de uma série que passava nos idos anos 80, aos sábados, “Conan”, lembram-se?

Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nº044).

Como poupar 12,00 CHF (custo para 1 dia de viagem na Suíça de comboio).
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“Montricher” a 675 mts.
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Nada a ver com a minha última visita (ver crónica nº042).
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Verde e mais verde e mais verde, adoro o verde.
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Subir é a palavra de ordem.
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Por vezes perante a beleza circundante, fico sem palavras.
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Estes trilhos são difíceis de descobrir via Google-earth mas a sorte acompanha os audazes.
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Pois, ainda falta um bom bocado para atingir o topo (lado esquerdo da foto).
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Lá ao fundo é uma “fromagerie d’alpage”.
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O meu primeiro encontro com a neve.
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Um dos primeiros planaltos.
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De vez em quando a neve lá dava um ar da sua graça.
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A beleza desta zona traduz-se em florestas entreabertas por grandes “open spaces”.
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Do outro lado do “Lac Léman” não se via “shit”.
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É sempre em frente.
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Mais um troço com neve.
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Para um dia mais tarde recordar.
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Optei por ir pela direita. Ainda bem que o torniquete estava avariado.
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Esta zona embora muito técnica era sempre a descer e sempre bem sinalizada.
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A beleza do “Jura” - Parte I.
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Ao fundo da foto (lado direito) a zona de “Vallorbe” onde irei dentro em breve.
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A beleza do “Jura” - Parte II.
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Deu-me prazer falar de Portugal a estes companheiros de “Fribourg”.
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Parece perto, mas acreditem que não é.
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As máquinas digitais são fantásticas; quem diria que aquele buraco ali ao lado tem perto de 50 mts de profundidade.
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“Up is the way”. O fim está próximo (claro está da subida).
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Aleluia consegui! Há kms atrás que vinha observando esta pirâmide.
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Hora de partir, doloroso como sempre.
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Lembram-se do buraco? Aquela casa à direita foi onde tive o “petit entretien” com os meus companheiros de armas.
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A beleza do “Jura” - Parte III e a França mesmo aqui ao lado.
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Aqui tive mesmo de desmontar.
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Acolá ao fundo a queijaria “d’alpage”.
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Mais uma vez, toca a desmontar.
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Independentemente da hora é quase sempre impossível tirar uma foto do “Lac Léman”
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Adeus “Mont Tendre”
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Afinal os meus 4 companheiros de “Fribourg” apanharam com 15 kms de asfalto que me deram imenso gozo a engolir.
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Estas florestas são de uma beleza ímpar.
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A estação de comboios de “Montricher” ali ao fundo do lado esquerdo da foto.
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A carga de água iria dentro em breve entrar em ação.
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Só faltava mesmo uma carruagem amarela no meio das duas, topam…
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Esta volta ficou-se por uns míseros 34 kms e +/- 1.250 mts de acumulado de subida, a ver vamos se o tempo d’aqui para a frente irá melhorar, pois consta-se que desde 1983 que as Terras Helvéticas não tinham um tempo assim tão “pourri”.

James Allen disse certa vez "O homem sereno descobre em si mesmo a fonte da felicidade e do conhecimento, fonte que nunca seca" e o “Jura” é a zona ideal das Terras Helvéticas para quem gosta de meditar e estar em paz consigo mesmo.

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 

Miguel79

New Member
Muito bom mesmo!!!
Paisagens fantásticas,até dá vontade de ir pedalar aí só de ver as fotos! ;)
Abraço e boas pedaladas!
 

alferes

Member
Boa noite!

Sublime!!!... Crónica após crónica, ficamos sempre com a mesma sensação: a de querermos ainda mais!

Relatos fantásticos e cuidados! Não há quaisquer dúvidas! Estamos na presença de algo completamente diferente do que existe neste fórum!
O excelente texto introdutório, apimentado com bastante sentido de humor, eleva estas crónicas para outra dimensão! Somos uns felizardos por termos alguém que se dê a este minucioso trabalho de narrativa, quer a nível fotográfico, quer a nível de texto.

Como acompanho o tópico desde o seu início, constato que, embora no fórum haja muitíssimos utilizadores “visualizadores”, há escassos utilizadores “comentadores”. Apesar da ausência de opinião dos primeiros, todos demonstram elevada curiosidade e apreço pelo tópico…

Caro amigo, obrigado por esta partilha desinteressada, por este tempo despendido em prol de todos nós. Haja saúde, vontade e disponibilidade de escrita, para que estas crónicas nos acompanhem durante muitos anos!

Um abraço.
 

AFP70

Active Member
Boa noite alferes,

Obrigado pelo comentário e por ser um fiel seguidor e comentador desde o princípio.

Concordo completamente com o seu comentário e confesso que por vezes, perante a falta de feedback dos users ou dos parcos comentários que aqui são postados assola-me a dúvida da continuidade...

Um abraço amigo ;),
Alexandre Pereira
 

pre_historico

New Member
Caro Alexandre, nao so leio atentamente como e a primeira secção que venho ver. Pela prosa sempre polvilhada de humor e algum intervencionismo político e social e pela quantidade de fotos de qualidade que nos fazem inveja (principalmente porque conheço muitos dos locais mas apenas de automóvel infelizmente).

Como prova de que sou um leitor atento, posso dizer que era e sou um fan incondicional da serie Conan e tenho os DVDs; bom gosto

Posto isto aguardo (amos) a próxima crónica.
 

AFP70

Active Member
Boa noite ferrazz e pre_historico,

Como diz o povo e sabiamente mais vale poucos e bons do que muitos e … ou ainda dos “ausentes” não reza a história… (não quero ferir susceptibilidades, eheheh…).

Obrigado pelo voto de confiança, extensivo e como diz o alferes a todos os “utilizadores, comentadores”.

E viva o Conan e a indosturia (com sotaque em japonês)! Como diz o amigo do Conan, o Jimmcy “isso come-se!”.

Um abraço e fiquem bem ;),
Alexandre Pereira
 

AFP70

Active Member
Boas Companheiros (as),

Eis um “preview” do que será a próxima crónica. Nem só de BTT vive este Bravo… :D

Como sempre, a crónica será postada a seu tempo, nos locais do costume (Site BDP, Facebook, Fóruns de BTT).

Cumprimentos,
Alexandre Pereira


Destes 4 brinquedos apenas pude conduzir dois. Um por escolha própria e o outro por atribuição de sorteio.
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Este é o cockpit da minha escolha.
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Com brinquedos destes não se pode cometer erros, daí o apoio técnico.
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