[Crónica] Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

ruimssousa

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Olá.

Apesar da chuva, as férias "grandes" estão aí à porta. E com elas mais uns dias a pedalar em autonomia por Portugal profundo!

Já estou a planear essa viagem, mas entretanto deixo aqui o relato que fiz das férias de 2006, no Minho e Trás-os-Montes, pois na altura que os escrevi não andava a "postar" por aqui.


Como os relatos são um bocado grandes vou deixando aqui regularmente mais um dia. Hoje vou deixar a etapa 0, a 0.5 e a 1.

Quem tiver como lema que uma imagem vale mais que 1000 palavras, ficam aqui 1000 imagens:

http://br.pg.photos.yahoo.com/ph/ruimssousai2s/my_photos

Link novo: http://www.flickr.com/photos/12964532@N06/


Rui Sousa
 

ruimssousa

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Aqui fica o relato da travessia que eu e a Marta fizemos de bicicleta no inicio de Agosto pelo Minho e Trás-os-Montes.

ETAPA 0 (e a mais perigosa): Comprar o Karro-o (www.karro-o.com) na boutique
(Do Paulo Rodrigues, antes na Maiacycles, agora na PatuCycles).

Perigosa porque nunca se sabe o que pode acontecer a um mouro que entre na boutique. E perigo agravado, agora tem lá um aprendiz (mouro??) que já está pior que o mestre!! Felizmente tinha guarda-costas galegas, só fui insultado por não comprar mais coisas. Além de que do contentor de karro-os que o Patú encomendou levei o único que tinha defeitos!



ETAPA 0,5 (test-drive): Voltinha de BTT e estrada por Barcelos com 10 litros de água (+2 melões no final).

Um dos defeitos do Karro-o era o aperto rápido empenado cerca de 0,5 mm. Depois percebi o truque para prender o reboque (tinha de apertar a roda só no fim)...e lá deu para no dia seguinte fazer 25 km por veredas e estradas de aldeia nos arredores de Barcelos.

Para simular a carga que iríamos levar enchi 2 garrafões de água. Deu para perceber as mudanças no comportamento na bicicleta. Em plano não se nota o peso, a subir a pedaleira 22 é muito usada e a descer é sempre a abrir!! Gostei do teste. A voltar para casa ainda deu para trazer mais 2 melões minhotos, oferta da Bete.

Mas o engraçado mesmo era ver a cara das crianças ao verem uma bicicleta com 3 rodas e uma bandeirinha. Devem ter ido logo pedir uma aos pais.


ETAPA 1 (isto vai ser duro, vai, vai): Barcelos - Valença (de comboio) - Castro Laboreiro.

Depois de uma noite mal dormida, já a pensar nas paisagens que aí vinham, tocou o despertador bem cedo, o comboio passava em Barcelos às 7:43. Os comboios da linha do Minho (http://www.cp.pt/cp/displayPage.do?vgnextoid=2c95d60d8a675010VgnVCM1000007b01a8c0RCRD) são confortáveis e têm um compartimento de carga entre o maquinista e a 1º classe onde vão as bicicletas (agora com um suporte para as bicicletas). O revisor até as ajudou a subir e não levantou problemas com o reboque.
A viagem é muito bonita, flutuando pelos campos de milho e vinha, interrompida por alguns túneis. Depois de Viana vamos perto do mar, com a serra de Santa Luzia à direita.

Logo à saída da estação de Valença começa a ciclovia que aproveita a antiga linha de comboio até Monção. Ver em http://abrasar.blogspot.com/2005/01/btt-e-ecopista-do-rio-minho.html um relato completo. E aqui começam as primeiras dificuldades...não, ainda é plano, mas as barreiras que separam a ecopista nos cruzamentos com estradas são estreitas demais para o meu veículo pesado e articulado! Como a prática ainda não era muito ficava entalado lá no meio, tinha que pedir ajuda à Marta para virar o Karro-o à mão.

Logo a passar a primeira barreira a Marta avisa-me que tenho a roda do Karro-o a sair! Os parafusos estavam mal apertados. Sabotagem do Patú de certeza! Depois de apertada a roda ainda não voltou a sair.

E foi num instante que chegamos ao fim da ecopista, maravilhados com as vinhas, o rio, os túneis de verde e Tui do outro lado da margem. A ecopista arranjada acaba em Cortes, mas em frente há um caminho de terra que tem todo o aspecto de ser por onde passava o comboio e que acaba à entrada de Monção, na estrada da ponte para Espanha.

Monção estava em festa, com muito trânsito e confusão. Aproveitamos para comprar umas bananas na feira e seguimos viagem pela EN202. Em Ponte de Mouros parámos para fotografar uma igreja e recebemos um telefonema de apoio do Sr. Presidente. Aproveitei logo para fazer queixinhas do Patú me ter desapertado a roda. Toma :p

O calor já apertava, mas até aqui o percurso tinha sido plano. Passamos Badim e pela frente tínhamos um lugar chamado...Sr. Da Graça...Rampas que tinham de ser feitas a pé ou a esgotar as mudanças. E cada vez mais calor, precisávamos de uma esplanada depressa. Mas aldeias nada, a primeira que apanhamos foi Cousso, até lá aproveitávamos as poucas árvores para arrefecer um pouco à sombra.

Parámos então em Cousso num café para repor os níveis e esperar que o Sol não estivesse tão forte para seguirmos caminho. Durante toda a subida até Cousso íamos a ouvir os ranchos folclóricos que estavam a actuar em alguma aldeia perdida no vale lá em baixo. Incrível a acústica do vale!

A subida continuava, mas agora menos inclinada e já com menos calor. A paisagem era cada vez mais bonita e selvagem. Noutra paragem para arrefecimento à sombra de uma árvore reparamos num caminho antigo com aspecto de romano.

Chegamos a Lamas de Mouro. Castro Laboreiro já estava perto, mas era preciso contornar a serra que tínhamos do nosso lado direito.

Mais um esforço e chegámos!! O primeiro dia estava cumprido. Ficamos alojados na Albergaria Miracastro, onde da varanda do quarto víamos da primeira fila o vale virado a Sul, com o castelo à esquerda a parecer uma casita no topo do monte.

Demos uma volta pela aldeia e jantamos um belo bife no restaurante Miradouro do Castelo.


Dados do dia:
Distância: 57 km; Tempo: 4:41; Velocidade média: 12,18 km/h; Velocidade Max: 45 km/h; Calorias consumidas (Marta): 1769 kCal



Rui Sousa
 

HR

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Continua... continua... estou a gostar!
 

Bravellir

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

A adorar :mrgreen:

quantos episódios tem a série?? é semanal? podemos sacar na mula?? :mrgreen: :mrgreen:

Excelente ideia :clap: :clap:
 

Ricky Rock

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Aiiiiii que vontade de comprar a TVguia para ler o resumo dos proximos episodios.
:lol: :lol: :lol:
 

ruimssousa

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Bravellir said:
A adorar :mrgreen:

quantos episódios tem a série?? é semanal? podemos sacar na mula?? :mrgreen: :mrgreen:

Excelente ideia :clap: :clap:

A série tem 5 episódios, vai ser transmitida aos sábados!

Na mula acho que não está, mas está na net, é só procures com o amigo google, deve aparecer (ainda não testei).


Rui Sousa
 

gonber

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

esse é que é o espírito! queremos mais! acho que o pessoal está a precisar de ser inspirado! :lol: :twisted:
 

AquaMan

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Espetaculo de volta!
Espetaculo de paisagem! :yeah:

Sabado em que canal???? National Geographic? :mrgreen:
Horas?


AquaMan
 

ruimssousa

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Com um dia de atraso :oops:, cá vai o relato do 2º dia:

ETAPA 2 (Tudo o que desce…sobe a dobrar): Castro Laboreiro – Montalegre

Ao acordar fomos logo brindados pelo Sol a iluminar todo o vale para Sul de Castro Laboreiro. Era o vale que íamos descer até encontrar o rio Lima, já em Espanha, junto a Lobios.

Pela estrada fomos vendo inúmeras placas a indicar pontes antigas, das quais ainda vimos uma da estrada que parecia já não estar preparada para o meu veículo pesado! Vimos também uma rocha que parecia uma águia.

A descida parecia não ter fim e foi feita a grande velocidade. Apesar das recomendações do Patú e do Rui Simonetti (velocidade máxima com o reboque é de 15 km/h) atingi os 70 km/h e nada se desintegrou!! (por enquanto).

Após a passagem em Lobios começaram as dificuldades e os ataques das moscas. Entramos em autênticos caminhos de cabras (as pegadas estavam marcadas no caminho). Nas zonas mais a subir em que a velocidade era menor éramos cercados por moscas na cabeça, que não aterravam mas incomodavam. A Marta aproveitou para lavar a cara, pois desconfiava que eram atraídas pelo protector solar, mas não resultou...

Na aldeia de Gustomedo deixamos a terra e descemos um pouco por asfalto para passar uma ribeira. Do outro lado do monte havia festa rija, com muitos foguetes a serem lançados (pelo vistos em Espanha não são proibidos os foguetes em aldeias no meio da floresta do Xurês...)

Voltamos a subir e paramos mais à frente em O Puxedo, pois era a última aldeia grande que havia antes de entrarmos numa zona mais remota e que faz parte da maratona do Xurês.

Nessa aldeia o único estabelecimento que existia era uma mercearia que fechou 5 minutos depois de nós chegarmos. Foi mesmo a tempo. As aldeias que passamos na Galiza não são como em Portugal, onde existe sempre um café!

Compramos umas coca-colas e umas bolachas e paramos à sombra do alpendre da igreja bem antiga da aldeia. Ao fundo, já bem mais abaixo, víamos o rio Lima e a ponte que tínhamos atravessado. Já tínhamos subido bastante, mas o pior ainda estava por vir.

A Marta aproveitou a sombra fresca para dormir a primeira sesta do dia, primeiro em cima de um muro de pedra, depois num banco de madeira podre e a ameaçar ruir.

Depois da sesta da Marta seguimos viagem, pois ainda tínhamos muitos km pela frente e fazia-se tarde. Mas estavam de certeza mais de 35ºC e o caminho era sempre a subir, pelo que voltamos a parar na aldeia seguinte, Alvite, onde a Marta dormiu a segunda sesta do dia, num banco ao lado da igreja. Nem uma galega a falar aos gritos a alguns metros de nós a acordou!

Ainda estava muito calor, mas tínhamos que seguir viagem. Sombra não havia, pois era uma área de arbustos e pedras. A meio da subida deu para ouvir a Marta a dizer coisas que não posso escrever aqui, porque passamos por um tanque de água choca, mas que tinha um tubo de água corrente. O problema é que o local do tubo tinha sido invadido por silvas!

Continuamos a subir até quase a uma torre de vigia. Aí viramos à esquerda por um caminho estragado pela água e finalmente chegamos a um bosque de pinheiros da montanha.

Nesse bosque tinha feito um atalho em relação ao track da maratona do Xurês por onde na carta militar me parecia existir um caminho. Mas era um curso de água que não dava para fazer com o reboque, pelo que descemos um pouco até encontrar um corta-fogo, onde mesmo assim a Marta teve de me ajudar para passar com o reboque.

Toda esta zona é muito bonita e sem sinais de civilização. Mais uns kms e começamos a ver a barragem de Salas. Tourém já estava perto, mas o dia já ia longo.

Perto do paredão da barragem saímos de terra e entramos no alcatrão. Antes de chegarmos a Tourém ainda passamos algumas aldeias do lado galego onde vimos os pastores a conduzir as vacas para casa. E ainda estamos para perceber que língua falavam as pessoas destas aldeias, um misto de português e espanhol bem estranho!

Finalmente chegamos a Tourém. Parámos para abastecer num café e para ver os mapas. Podíamos fazer o percurso planeado, pelo monte, com partes desenhadas na carta militar; ou seguir por estrada, fazendo mais uns 15 km. Decidimos seguir por estrada, pois já era tarde e se houvesse algum problema podíamos chamar um taxí.

A saída de Tourém foi uma subida que nunca mais acabava. A seguir a cada curva vinha mais uma rampa. Felizmente já não estava calor. Ao longe víamos o caminho que podíamos ter feito no monte...parecia subir mais ainda! Mas finalmente a subida acabou e fomos brindados com uns 15km sempre a descer ligeiramente. Reconheci um local que foi uma zona de assistência de uma prova do Ecoaventura. Mais à frente assustei algumas centenas de perdigotos que andavam a “pastar” no meio da estrada.

A descida acabou com a passagem do rio Mau. Aqui vimos algumas vacas a pastar e a recolher aos estábulos sozinhas, estão bem ensinadas.

Até Montalegre o percurso era plano, mas cada pequena subida já parecia de 1º categoria. Chegamos com a noite a cair e antes de irmos para a “Hospedaria Girassol” tomar um valente banho passamos pelo restaurante “Costa”, onde já tinha comido uma pizza no Ecoaventura, a reservar o jantar, dado o avançado da hora. Nesse dia jantamos uma saborosa posta mirandesa e comprámos uma pizza para o pequeno almoço!


Dados do dia:

Distância: 87 km; Tempo: 6:54; Velocidade média: 16,35 km/h; Velocidade Max: 56 km/h; Calorias consumidas (Marta): 2417 kCal
 

ruimssousa

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Ontem foi dia de empeno (170 km de BTT), por isso falhou novamente a emissão de sábado. Vai hoje com 1 dia de atraso:

ETAPA 3: (Pedalando pela Terra Quente): Montalegre – Vassal

Aí estava o 3º dia. Queríamos sair cedo para evitar o calor, por isso o nosso pequeno-almoço foi a pizza comprada no dia anterior ao jantar. E que bem que soube!

Para começar o dia nada melhor que uma valente subida para sair de Montalegre e adivinhar logo o calor que ia fazer mais tarde.

Logo à saída de Montalegre entramos em terra por caminhos agrícolas que em vários locais já foram tomados de assalto pela vegetação, obrigando a seguir a pé. Em Codeçoso voltamos para estrada, onde fomos alvo da curiosidade de 2 águias que voavam ao longe. Quando viram que não éramos comida voltaram a afastar-se. Em Zebral estava um burro mirandês ainda jovem que mais parecia um boneco de peluche.

Voltamos a entrar em terra até chegarmos quase a Antigo de Sarraquinho. Por esses caminhos vimos uma pastora que tinha no rebanho vacas da raça Maronesa (http://pecuaria.no.sapo.pt/maronesa.html).

E a chegar a Antigo de Sarraquinho aconteceu novo imprevisto com o reboque...o poste da bandeirinha é composto por 2 metades e unido por uma peça de plástico rígido. Essa peça não aguentou e partiu-se. O Patu bem me avisou para não andar a mais de 15 km/h. Fiquei muito triste, tive que usar só um poste e levar a bandeira a meia haste...

Já em Antigo de Sarraquinho vinha uma vaca barrosã sozinha em sentido contrário. Lá ia à vida dela, pastar em algum campo! À saída fomos parados por um rebanho de cabras da raça bravia (http://www.ovinosecaprinos.com/bravia.html).

Até Ardãos voltamos a seguir por terra, pelas Fragas da Archeira. Uma paisagem linda e selvagem. Por isso o nosso espanto de já longe da aldeia encontrarmos vacas a pastar. Pelos visto conhecem bem estes caminhos. Mais à frente encontramos outra ave de rapina (talvez um milhafre).

A chegada a Ardãos foi espectacular. Vínhamos no cimo do monte quando de repente vemos a aldeia lá ao fundo com os telhados todos iguais, vermelhos escuros. A fotografia não consegue mostrar a beleza do local. Cá em cima ouvimos a carrinha do pão (e dos bolos) a apitar, mas já não a conseguimos apanhar. Havia feira na aldeia, pelo que aproveitamos para perguntar como era a estrada até Chaves. Subia até Seara Velha, depois mais um pouco até Soutelo e depois era a descer até Chaves, para almoçar!

Pela estrada fomos vendo as marcações de uma GR, que liga Chaves a Montalegre. Vimos também uma capela que deve ter sido atropelada por um camião.

A chegar a Chaves, em Vale de Antes, tinha marcado no GPS uma alternativa por terra até Chaves, por coincidência onde também passava a GR. No início era bom, mas depois a vegetação ia fechando cada vez mais, tive que usar a bicicleta como catana e a Marta de empurrar o reboque. Ao lado a 100 metros estava o alcatrão e a descer para Chaves...por sorte havia um acesso a uma casa que atravessava esse caminho e voltamos para o alcatrão.

Chegamos a Chaves perto da 13:00. Fomos a uma farmácia comprar um repelente de insectos (também conhecido como agente corrosivo de capacetes!), pois as moscas que apanhamos na Galiza parecia que estavam a fazer o passeio connosco.

Parámos para almoçar numa esplanada à beira do rio Tâmega e depois fomos para o jardim na outra margem, onde a Marta dormiu a sua sesta diária!

O Sol estava abrasador, a vontade era ficar ali até bem tarde, mas até Vassal ainda faltavam muitos kms e pelo aspecto dos montes à volta, devia subir bem até lá.

Após várias tentativas, consegui acordar e convencer a Marta a prosseguir a viagem por volta das 17:00! Poucos km a seguir a Chaves íamos passar num local chamado Sr.ª dos Aflitos. Pelo percurso marcado no GPS víamos que iríamos seguir pelo vale e subir num local bem inclinado. Pela direita havia uma estrada ia ter ao mesmo local mas que subia gradualmente.

Resolvemos seguir pela estrada. Apanhamos muito trânsito, era à mesma muito a subir, estava muito calor e não havia sombras...mas quando chegamos ao local por onde deveríamos ter subido havia uma placa a indicar “Calçada Romana” (http://psoutinho.planetaclix.pt/out/mapa_braga_chaves.gif e http://viasromanas.planetaclix.pt/index.html). Parámos um pouco no miradouro que existia nesse local a apreciar a paisagem e a pensar que nos livrámos de boa!

Tivemos também a apreciar os turistas de fim de tarde a entrar e a sair dos carros depois de verem a vista num instante, com alguma inveja dos motores que empurram nas subidas e dos ares condicionados...mas a pensar que só de bicicleta se aprecia desfruta verdadeiramente a viagem.

A estrada continuava a subir, umas vezes mais, outras vezes menos e felizmente o trânsito abrandou com o afastamento de Chaves. Até que vimos pintada no chão uma linha do prémio da montanha!

A partir daí foi quase sempre a descer até Vassal. A seguir à aldeia de Barracão viramos à direita para uma estrada mais secundária, ladeada por amendoais e soutos de castanheiros.

Quando chegamos a Vassal estavam uns velhotes no centro da aldeia que nos indicaram a localização da Quinta do Pontão, onde íamos dormir. À entrada da quinta não estava ninguém, pelo que seguimos até começar a ver alguns carros desportivos e caros.

Xii, isto é um sítio fino, vamos aparecer aqui todos sujos e de bicicleta, ainda nos expulsam! Lá apareceu a senhora da quinta que pensava que andávamos perdidos. Lá desfizemos a confusão e fomos muito bem recebidos. A senhora da quinta, vendo que éramos diferentes dos restantes hospedes, esteve a contar-nos que também costuma ir a pé para Fátima e o “patrão” de bicicleta para Santiago de Compostela!

Fomos tomar um banho rápido e ainda deu para dar um mergulho na piscina enquanto víamos o pôr-do-sol.

Como pelo caminho não vimos nenhum restaurante, fomos perguntar à senhora da quinta se servia jantar. Não servia, normalmente os hóspedes vão a Valpaços de carro. Disse-nos que havia um café na aldeia mas não tinha a certeza que servissem jantar. Ofereceu-se para nos fazer algo rápido, mas não quisemos incomodar e fomos à procura do restaurante do Hélio.

Felizmente ainda havia pessoas no centro da aldeia a quem perguntar pelo restaurante. Um senhor que trabalhava na Junta de Freguesia ia para uma casa ao lado e fomos com ele. Pelo caminho foi-nos dizendo que podíamos ter ficado em casa dele a dormir e jantar, só tínhamos nós de cozinhar!

Lá encontramos o restaurante, não estavam a servir jantares, mas lá arranjaram um bife com batatas fritas e tomate do quintal. E que bom que estava, melhor de certeza que em muitos restaurantes com estrelas no Michelin!

A caminho da dormida viemos a comer um gelado e vimos uma igreja iluminada no topo do monte, na Serra da Santa Isabel, pois era a semana das festas.


Dados do dia:

Distância: 63 km; Tempo: 4:50; Velocidade média: 13,16 km/h; Velocidade Max: 57 km/h; Calorias consumidas (Marta): 1774 kCal
 

Fábio A.

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

O que eu encontrei...
Eu que gosto de ler estes relatos! :mrgreen:

Já li a 1º etapa, com as respectivas fotos...
Muito bom :clap:

Amanhã leio o resto... :lol:

Cumprimentos e venha a Etapa 4 :shock: :twisted: :twisted:
 

ruimssousa

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Cá vai a 4º etapa:

ETAPA 4: (A calçada interminável ou como aprender a não confiar nas indicações dos velhotes nos cafés): Vassal – Carrezeda de Ansiães

Esta etapa prometia ser complicada...nas carta militares as curvas de nível assustavam, íamos passar a Serra de Santa Comba antes de cruzar o rio Tua e depois subir para Carrezeda de Ansiães.

O pequeno-almoço na Quinta do Pontão foi muito bom, comemos pão com compotas caseiras feitas com fruta da quinta. Uma tentação!!

Até Valpaços a estrada era sempre a descer, o que para começar soube muito bem. Fizemos uma paragem rápida num MB e seguimos viagem rumo ao Sul, já com o Sol a começar a queimar.

A paisagem começava a mudar, num misto entre Trás-os-Montes e o Douro. Viam-se cada vez mais videiras em terrenos de xisto, que tomou o lugar do granito.

Depois de Valpaços e até Veiga de Lila fomos num sobe e desce não muito acentuado, o que nos permitiu fazer logo muitos kms ainda sem muito calor. Em Veiga de Lila vimos a capela de Stª. Barbara nas nossas costas depois de passar a Ribeira de Lila e pela frente tínhamos a Serra de Santa Comba, a impor respeito.

Antes de chegar a Vales vimos mais algumas aves de rapina a caçar. Em Vales parámos para comer e tentar descobrir a origem do nome, pois a subida não parecia ter fim. Lá bem ao fundo víamos Veiga de Lila e a razão do nosso cansaço!

No sopé da Serra de Santa Comba hesitamos um pouco no caminho a seguir, pois tinha traçado no GPS um caminho de terra que afinal já era de alcatrão mas um pouco desviado. Que bem que soube apanhar essa estrada, alcatrão novo e a seguir as curvas de nível! Afinal o difícil foi chegar à serra e não ultrapassa-la. A paisagem é espectacular, com grandes formações rochosas desgastadas pela erosão em equilíbrio precário.

Após a passagem da serra descemos vertiginosamente para Franco, onde tínhamos duas alternativas para chegar a Avidagos. Passar já a IP4 e seguir por terra por Vila Boa, ou apanhar a N15 para Este e depois para Sul outra estrada secundária. O calor e a ondulação do terreno na 1º hipótese levou-nos a escolher a segunda.

Na N15 (antiga estrada Chaves-Porto) só passou por nós um carro, felizmente existe a IP4! Ao sairmos da N15 os pomares de nogueiras eram a perder de vista. Tivemos também direito a massagem grátis, pois a estrada já quase não tinha alcatrão, excepto junto à berma, coberta de silvas. Entre arranhões e trepidação a escolha não era fácil!

Em Avidagos parámos na tasca para tentar almoçar e perguntar como seria a passagem do Tua pela Brunheda, pois poderíamos desviar por Abreiro. O almoço ficou-se por duas colas, pois na tasca só havia que beber! Só na época da caça é que costumam ter umas sandes, segundo o dono.

Disseram-nos também para não irmos por Brunheda, pois a subida era muito dura e porque em Abreiro havia cafés onde comer. Seguimos, felizmente a descer, pois a fome e o calor apertavam. Ainda parámos para apreciar uma paragem de autocarro perdida no meio de nada e relembrar uma das crónicas do Nuno Marckl na Antena 3. Nessa crónica falava de velhotes à espera da carreira em paragens no meio de nada, especulando há quanto tempo estariam aí e se algumas vez iria passar a carreira! Mas como a paragem não tinha velhotes não pudemos perguntar!

Chegados a Abreiro parámos no 1º café. A única coisa que havia para comer era batatas fritas de pacote...mas indicaram-nos outro café mais à frente.

E à terceira foi de vez, no café que foi eleito posteriormente o melhor das férias! Tinha esplanada na rua e mesas dentro com A/C. A vista era de cortar a respiração, sobre o vale do rio Tua. Um espaço muito bem aproveitado.

Quando chegamos pedimos sopa. O rapaz que estava a atender disse que não sabia se havia, ia perguntar à mãe. Sim, havia, mas ia demorar um pouco. Não faz mal, esperamos. Passado um pouco vimos a mãe a vir de casa com uma caixa plástica que parecia ter sopa dentro. E que rica sopa caseira, com grão, massa e couves!

Aproveitamos a paragem no café para ver a Formula 1 e a Volta a Portugal (e para fugir ao calor abrasador). Mas como ainda estávamos longe de Carrezeda resolvemos seguir viagem. Na curta descida até ao rio Tua deu para perceber que devíamos ter ficado no café, pelo que logo a seguir à ponte voltamos a parar debaixo de uns pinheiros, no caminho de acesso à estação do CF.

A Marta ficou a descansar (ela diz que não dormiu a sesta desta vez...) enquanto eu fui tirar umas fotos à estação e ao rio. Vi os horários dos comboios e por sorte estava quase a passar um, pelo que esperei para tirar umas fotos ao “Metro de Mirandela”, que vinha cheio que nem um ovo.

Enquanto esperávamos que ficasse mais fresco pudemos ouvir alguns fados cantados pelo Rouxinol Faduncho, cortesia de uns jovens que vieram tomar banho ao rio. Mas melhores foram as cantorias de alguém numa casa do outro lado do monte, que não devia saber que tinha assistência!

Já com a temperatura um pouco mais baixa, seguimos viagem, sempre a subir como seria de esperar. Quando chegamos ao cruzamento para Freixiel parámos para analisar os mapas. No café tinha-nos dito para ir na estrada para Vila-Flor e virar à direita antes de lá chegarmos. Mas havia duas direitas, por Freixiel ou por Samões.

Olhando para Freixiel, víamos que estava num buraco, o que significava subir mais depois. Podíamos ir por Samões, mas era bastante mais longe, pelo que seguimos por Freixiel. Grande asneira...

Mal acabamos de passar Freixiel apanhamos uma calçada, que apesar de recente não era muito direita. O normal dentro de povoações, pensávamos nós. Mas a calçada não acabava, já tínhamos saído de Freixiel e começávamos a subir a serra. Foi aí que percebemos o que nos esperava. A calçada continuava pela serra acima, daquelas que não se vê se falta muito ou não, curva após curva. Desmontamos os dois, o piso irregular e a inclinação eram inimigos de respeito. E assim fizemos uns 7 km, desde os 330 até aos 700 metros de altitude, na aldeia de Folgares. A Marta só a empurrar a bicicleta e o empeno, ao que eu juntava os 20 kg do reboque.

Por isso, sempre que vos falarem em ir andar de bicicleta para a zona de Freixiel, tenham cuidado. Alguém que não gosta de vocês pode querer pregar-vos uma partida...

A partir de Folgares entramos numa zona plana, onde fomos recompensados por um belo pôr-do-sol! Carrezada de Ansiães, um belo banho e o jantar estavam perto.

Mas ainda apanhamos um grande susto. Do lado esquerdo da estrada começamos a ver um desfiladeiro. Se tivéssemos de descer íamos demorar bastante tempo a subir novamente e a noite já estava a cair. É o desfiladeiro onde passa a ribeira da Cabreira, o nome está bem atribuído!

Felizmente o desfiladeiro acabava aí, pelo que continuamos no plano! Chegamos a Carrezeda de Ansiães mesmo com a noite a cair.

Ficamos alojados na Residencial Veiga (tem um aspecto um pouco clandestino), que também tem a Churrasqueira Veiga, onde fomos jantar muito bem por volta das 22 horas.



Nota sobre a linha do TUA:
Ao ver o a automotora (ou autocarro sobre carris) a passar e a desaparecer no meio da vegetação ao longo do rio, fiquei cheio de vontade de experimentar a viagem, o que fiz no final de Agosto (até porque correm noticias do fecho da linha).
A viagem é espectacular, começa em Mirandela em zonas planas e largas do rio, que vai estreitando cada vez mais. Mais para o fim vamos pendurados numa pequena varanda, com o rio rochoso lá bem no fundo. Assustador!
Curioso é que apesar de a linha não ser rentável, iam duas carruagens cheias com pessoas a pé, mais de 100 pessoas. Oe o revisor ao chegar a Régua entregou um maço de notas na estação!!!
Vão depressa antes que os senhores dos gabinetes fechem a linha!!


Dados do dia:

Distância: 78 km; Tempo: 5:58; Velocidade média: 13,05 km/h; Velocidade Max: 70 km/h; Calorias consumidas (Marta): 2263 kCal
 

Myrage

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

" Entre o Minho e Trás-os-Montes"
Por momentos pensei que alguém estivesse a escrever o "Relato das Minhas Pedaladas de Fim de Semana" :lol:

Boas Aventuras
MY
 

Fábio A.

New Member
Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Muito bom! :mrgreen: :yeah:
Tens ai uma grande aventura :p :D

Cumprimentos
 

gonber

New Member
Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

experiência de vida sem dúvida! não te esqueças de qualquer dia organizar uma coisa aqui para o pessoal!

abraço,
gonber
 

vitor

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

ruimssousa said:
Cá vai a 4º etapa:

ETAPA 4: (A calçada interminável ou como aprender a não confiar nas indicações dos velhotes nos cafés): Vassal – Carrezeda de Ansiães


Na N15 (antiga estrada Chaves-Porto) só passou por nós um carro, felizmente existe a IP4! Ao sairmos da N15 os pomares de nogueiras eram a perder de vista. Tivemos também direito a massagem grátis, pois a estrada já quase não tinha alcatrão, excepto junto à berma, coberta de silvas. Entre arranhões e trepidação a escolha não era fácil!

Excelente relato, e que aventura devem ter sido estas férias de bicicleta, só um pequeno reparo, a estrada N15 mencionada como Chaves - Porto, Liga Bragança ao Porto e não passa por Chaves, está feito o reparo!:)

mais uma vez parabéns! e continuação de muitas pedaladas!
 

ruimssousa

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Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Cá vai a 5º e infelizmente ultima etapa :cry:

Mas a aventura de 2007 já está planeada, em breve vou publicar aqui o percurso que vou fazer, para que os locais possam dar conselhos de locais a visitar e tascos onde recuperar energias :)

ETAPA 5 (O Douro, finalmente!!): Carrezeda de Ansiães – Peso da Régua

O dia em que finalmente íamos chegar ao Douro. O início prometia dificuldades, pois íamos cruzar o Douro para Sul, na barragem da Valeira e subir as escarpas até S. João da Pesqueira.

O dia não começou muito bem. Ao sair da pensão, já mais tarde do que queríamos por causa do calor, tínhamos um furo. Mas mais valia ali do que mais tarde.

Fomos tomar o pequeno-almoço, ao supermercado comprar uns sumos e seguimos viagem, rumo ao Douro.

A primeira aldeia que passamos chamava-se Marzagão, talvez a aldeia com mais burros por metro quadrado de Portugal, tal era a quantidade de animais que vimos a pastar tranquilamente pelos campos.

Até Carrapatosa a descida era suave, mas a partir daí tornou-se vertiginosa, com os sinais de trânsito a indicar 10% de inclinação. Foi aí que vimos o Douro pela primeira vez, tivemos de parar para tirar umas fotos!

Na descida tive de ir com atenção porque com o reboque a bicicleta ganhava muita velocidade e os travões exigiam muito mais força. Enquanto descíamos já podíamos ver o quanto a estrada do outro lado do rio era inclinada...porque não podemos fazer um slide para o outro lado???

A paisagem é de cortar a respiração. Apesar da inclinação, as margens até aos topos dos montes estavam cheias de vinha e oliveira, com os típicos socalcos. Em alguns locais nem se conseguia perceber como lá chegar, pois não se viam caminhos e os socalcos eram bastante irregulares e com muito xisto como a natureza o criou.

Mas tanta beleza não diminuiu a força da gravidade nem a intensidade do calor. A Marta foi subindo enquanto eu tirava fotos na barragem e quando a apanhei já se queixava do calor. Fomos subindo devagar e parando nas poucas sombras, com a velha desculpa de tirar umas fotos!

Parecíamos já estar perto do topo quando deixamos de ver o rio, mas até S. João da Pesqueira continuámos sempre a subir. Antes ainda passamos pela bela quinta do Sidrô, perdida no meio dos vinhedos.

Em S. João da Pesqueira, enquanto procurávamos um lugar para almoçar visitamos o bem recuperado centro histórico. Um pouco por acaso acabamos a almoçar na Adega da Ana. Uma bela tasca, com vista sobre uma vinha da pequena esplanada que tem à sombra. Tasca sim, onde não há ementa, apenas dois pratos do dia e onde os clientes não são turistas mas sim trabalhadores das redondezas.

Pedimos a vitela estufada, que vinha servida com puré. Pedimos também uma travessa de arroz de feijão que vinha a acompanhar os carapaus fritos. Que bela refeição!

Para quem passar por estas zonas, ficam aqui as coordenadas: 29 T 633809 4556505 ou N41.15005 W7.40424.

Durante o almoço consultamos os horários dos comboios e resolvemos anular a ultima etapa e seguir logo para Barcelos quando chegássemos à Régua. A Marta tinha uma consulta no dia a seguir, pelo que já não íamos ter tempo de fazer a etapa toda. Como ainda tínhamos comboio sempre poupávamos uma dormida fora...

Sendo assim, apesar do calor convidar a passar a tarde na esplanada da Adega da Ana, seguimos viagem logo a seguir à sobremesa.

Sabíamos que os últimos km iam ser mais fáceis, junto ao Douro, que íamos acompanhar desde Casais do Douro. Mas até lá contávamos com algumas surpresas. Felizmente só subimos mais um pouco logo a seguir a S. João da Pesqueira.

O resto do percurso descia sempre ligeiramente, o que foi muito agradável! A paisagem continuava linda, especialmente a partir do momento em que o rio Torto se tornou visível. As vinhas, muitas das quais novas, ocupavam o monte desde o fundo dos vales até ao topo. O trabalho árduo que deve ser fazer as vindimas naqueles locais, com os trabalhadores a terem de acartar toneladas de uvas monte acima e abaixo.

E novamente o Douro. Do outro lado da margem, a roçar as águas, estava a linha do comboio. Metemos a “taleiga” e fizemos um contra-relógio até à Régua, interrompido por algumas paragens nos locais de maior beleza para tirar as ultimas fotos.

Locais como a Quinta do Porto Ferreira, vinhas que pareciam mergulhar no rio, pontes antigas sobre os inúmeros afluentes do Douro, as estações do comboio perdidas no meio do nada na outra margem, uma casa feita de xisto e madeira que se confunde com a paisagem...motivos não faltaram.

Ainda chegamos à Régua com tempo, deu para comprar uns pacotes dos famosos rebuçados, lanchar e apreciar a estação. Nela estava o comboio turístico preste a partir com carruagens panorâmicas suíças Schindler dos anos 50, algumas locomotivas a vapor antigas, locomotivas a pedais (serão iguais às que o Triguinho usa para treinar?), uma carruagem antiga e degradada da Rota do Vinho do Porto e os “comboibus” iguais aos da linha de Mirandela que vão para Vila Real (percurso que fizemos posteriormente e que é espectacular, sempre a subir no meio dos vinhedos, a contornar os montes todos).

Durante a viagem de comboio continuámos a apreciar o rio, parecendo por vezes que íamos de barco e não de comboio, tão perto íamos da água. A partir do Ribadouro a linha abandona o rio, numa longa subida até Marco de Canavezes, onde por vezes as velhas automotoras diesel já sentem algumas dificuldades.

O dia acabou com uma longa espera na estação de Ermesinde, pois por causa do comboio turístico (linha única, fez atrasar todos os outros) perdemos o ultimo comboio para Barcelos (que era por volta das 20:00) e na estação não existiam horários nenhuns dos suburbanos de Braga nem funcionários a quem perguntar. Lá veio o suburbano de Braga, passadas quase 2 horas e saímos em Nine, onde o pai da Marta nos foi buscar de carro.

E assim acabou a nossa aventura. O Karro-o aguentou todos os maus tratos e o Patú trocou-me posteriormente o fecho rápido que vinha empenado, pelo já não ganho cabelos brancos sempre que o tenho de montar.

Está assim pronto para novas aventuras, pelo que se agradecem sugestões de itinerários!


Dados do dia:
Distância: 72 km; Tempo: 3:50; Velocidade média: 18,65 km/h; Velocidade Max: 60 km/h; Calorias consumidas (Marta): 1416 kCal

Dados totais:
Distância: 357 km; Tempo: 26:13; Calorias consumidas (Marta): 9639 kCal (e ficou mais pesada 3 kg, tão boa que era a comida dos tascos da região!)
 

ruimssousa

New Member
Re: Relato Férias 2006 - Entre o Minho e Trás-os-Montes

Olá.

Vou colocar aqui os tracks, pois há interessados em repetir esta viagem.

Tem 2 ficheiros, um com o track que planeamos, outro com o que fizemos na realidade.


Boa férias!
 
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