[Crónica] Na Serra Amarela

sognimod

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Sem duvida, esta foto é fenomenal ... e o relato tb ;-)
 

ET

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A Amarela e "Os Cinco"

Podem contar comigo para servir de GPS depois de fazer um qualquer passeio, por onde quer que seja, mas decorar nomes de terras que atravessamos é demais para mim. O que guardei e gravei, a sete chaves, na minha memória foram as incontornáveis trialeiras de que o Indy tanto falou e que as tentou descrever como pode, porque descrevê-las, meus senhores, é tarefa árdua, diria mesmo: impossível. Estava também curioso, demasiadamente curioso, excitado até, com a ascensão à Serra Amarela. O Indy havia-a descrito de forma eloquente…

O dia iniciou e o ritual do costume foi cumprido. O “Cevamobil”, pilotado pelo Tico, recolheu os elementos habituais, ET e Indy. Desta vez mais um nos acompanhou, o Jorge GT.

Em Campo do Gerês aguardavam-nos 350 Plus, Major e ICH. Cunha Radical, Jorge Moniz, Luís e Miguel haviam-nos seguido desde Braga.

Pronto, a tareia começou.

Por estrada rapidamente abordamos Brufe e logo de seguida a primeira trialeira, a que já conhecia. Muito bom, muito bom. Seguimos para Germil onde nos aguardava uma das melhores trialeiras que já desci. Deliciosa. É uma mão cheia de rebuçados técnicos. Uma mão chei não, duas mãos completamente cheias, a abarrotar… Mais uns km’s e estávamos a rolar em direcção ao Lindoso para descontrair os músculos. Ou não!

Bom, a partir daqui foi o bom e o bonito. Cada um a seu ritmo, sim, porque estas subidas requerem o nosso ritmo e não o dos outros. À cabeça eu e o Eduardinho seguidos do Indy e um pouco mais atrás o Helder. Íamos consumindo a subida e ela a nós… A sensação era única, o estradão estendia-se à nossa frente e parecia não ter fim. Alguns km’s à frente o Tico alcançou-nos e de seguida disparou com o Eduardo. Decidi manter o ritmo e não arriscar. O topo, imponente, apresentava-se cada vez mais perto. Era importante manter a cabeça fria (pudera, com aquela ventania) e não me deixar levar pela emoção da proximidade. Os metros finais, de pendente forte e com aquele vento insuportável frente, fazia-me aplicar o dobro do esforço. Cheguei, simplesmente cheguei, não quero explicar mais nada… Mais um momento mítico…

Juntei-me ao Tico e ao Eduardo. O Indy acabou por chegar cansado mas firme, como é seu apanágio. Após a reposição de açucares e quando nos preparávamos para descer eis que surge, para nosso gáudio, o Helder. Menos um a desistir!

Iniciamos a descida a muito custo porque em certos momentos com o vento de frente, necessitamos pedalar para conseguir descer!!! De seguida, rolamos por um vale lindíssimo com “rebuçados técnicos” deliciosos. O doce dos doces havia de chegar…

Aí está ele, “O Singletrack”, a queda para o abismo, o buraco sem fundo, é o que me ocorre registar. Podia aplicar mil palavras para o descrever, e tem piada que não me ocorre nada condizente. Vou só afirmar, afirmar e reiterar, que para mim foi o momento do dia. A descida dura, dura, dura e o prazer é tanto, tanto, tanto… só visto, só sentido, só… só… só indo lá: ide, é uma ordem!

Ainda faltava um longo regresso para finalizar a incursão. Há quem lhe chame a “cereja em cima do bolo” mas talvez seja um grande bolo recheado de cerejas. A chegada a Germil foi durinha e aqui montamos a iluminação, era noite. Cavalgamos estrada acima e fomos digerindo km atrás de km de forma exemplar, com mais ou menos dificuldade, com mais ou menos saldo...

A descida de Brufe para Vilarinho das Furnas foi feita a pedalar contra o nosso inimigo de estimação, o vento. Nem aqui houve descanso. Depois da barragem descobri mais um ponto importante, a juntar a Pedome, para chantagear um certo amigo: a mini-subida de Vilarinho das Furnas para Campo do Gerês. Amigo, tens que concordar que assim o sofrimento foi mais curtinho, certo?

Cumprimento o Indy pela autoria do percurso. Cumprimento o Tico, Eduardo, Indy e Helder pela persistência e pela fiabilidade.

ET
 

lobo solitario

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Ficam aqui algumas fotos do épico. Um passeio tri-céfalo, com 3 guias, 3 trialeiras monumentais e 3 subidas. Alguns a farão em 3 dias, outros 3 vezes mais folgados que nós. Tanto se me dá. Confesso que gostei muito. Do passeio e da companhia.

Eis aqui a abordagem à trialeira de Cortinhas-Cutelo

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Depois de Cutelo, o (ainda) sorridente Jorge GT não previa o frio que o haveria de assolar mais para o final.

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nem o Luís

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Depois de Cutelo, rapidamente em direcção à estrada

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e, depois, em estrada, em direcção a Germil, sedentos da segunda trialeira.

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Já nessa sacudida descida, o Tico, com a sua voz mais fininha “que d’habitude”, foi o único a passar a escorregadia ponte. Em casa tinham-no avisado: “se me lascas a porcelana outra vez, dormes lá fora!”, mas ele não ligou.

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Durante a descida, apreciam-se as paisagens,

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a técnica do ICH,

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o Indy em relaxada cavaqueira com o Jorge,

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enquanto o Eduardo 350 extra-plus se encolhe para caber na foto

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e o mestre dos singles, o outro Jorge, o Moniz, é iniciado nas trialeiras do lobo.

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Chegados à linha de água, determinada pelo Lima aprisionado na barragem, mais baixo não poderíamos descer sem um botija de O2. Por isso, cruzámos a ponte.

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Depois de uma frugal refeição, iniciámos a subida, apreciando o amarelo, uma côr outonal, a antecâmara do Inverno, o princípio do fim e a antevisão de uma outra vida...

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A meio da grande subida à Amarela, deu-se o grande cisma. A alguns não apeteceu sofrer e decidiram não subir os 7 Km que ainda faltavam, com os seus 450m de desnível. Como o frio era muito, decidimos não esperar pelos outros. “Que se lixem” foi a palavra, de apoio aos bravos, que foi pronunciada. Era melhor esperar na tasca do ceguinho em Ermida. Eu, pessoalmente, talvez tivesse sido louco suficiente para subir se não tivesse a companhia da brigada famalicense. Ainda mais, o JMoniz iria mostrar uma alternativa na descida a Ermida que eu queria conhecer e que começa no prado que tem a maior densidade de Santos Antónios que conheço.

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A eles fico eternamente grato pelos anos de vida extra que me concederam com a sua companhia e uma opção mais inteligente.
A nova versão da descida era menos traiçoeira que a que tinha experimentado com o Indy em Julho passado e tinha zonas bem divertidas. Aqui vemos o carismático Cunha a vencer o granito

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seguido pelo Miguel.

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Em Ermida ainda esperámos um pouco, mas vendo o sol a descer no horizonte e fazendo contas às horas que teríamos que somar às 3 da tarde que já eram, votámos iniciar a descida sem esperar pelos bravos, não sem antes lhes ter desejado a melhor sorte: “que se lixem”.

O “o” já foi aqui devidamente louvado e, pela sua descoberta, deverá merecer uma estátua ao JMoniz. Talvez se possa colocar junto às dos Santos Antónios. A sua extensão é tanta que nem fresco deverei conseguir fazê-la sem ter que parar a meio para recuperar o fôlego e descansar os punhos. Lá em baixo, junto ao rio de Froufe, todos falam excitados e exibem sorrisos cheios de dentes.

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Em Lourido, começa a segunda grande subida, aquela que psicologicamente tem o dobro da extensão que geograficamente. Embora a tenha iniciado solidário com o resto do grupo, resolvi manter o meu ritmo e avancei solitário, pois a noite aproximava-se e o vento frio não aconselhava paragens à espera de ninguém. Solidariamente, pensei “Que se...” ... já sabem...

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Em Brufe, junto a’O Abocanhado, vi o Sol desaparecer.

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No entanto, ainda tive luz para chegar, enregelado, ao automóvel.

Curiosamente, ao colocar estas fotos, reparo que não tenho qualquer foto do ET. Acho que deve ser porque o tipo anda sempre lá à frente e não espera pelo pessoal. Que se lixe.
 

ET

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lobo solitario said:
Curiosamente, ao colocar estas fotos, reparo que não tenho qualquer foto do ET. Acho que deve ser porque o tipo anda sempre lá à frente e não espera pelo pessoal. Que se lixe.

Como estava a divertir-me imenso decidi não esperar para não interromper o ritmo. E pensei: "Oh, que se lixem, vou indo..."

ET
 

jorgegt

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Ó Tico até nem tou nada mal na foto :cheers: pensei que iria aparecer todo empenado :rotfl: fico mais aliviado :wink:
Na foto do Major onde apareço todo sorridente, não é para mais, com os trilhos fantásticos que percorremos, até dava para conversar com o Indy :hehe:
 

ET

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Pois, pois. O Sr. Jorge GT brindou-nos à nossa chegada com um: "Parado é bem pior". :mrsock:

Esteve quase a levar do Indy um esquerdo seguido de um gancho...

:rotfl:

ET
 

350plus

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Re: [Crónica] Na Serra Amarela

Um índio apanhado por um lobo... E eu que tive o cuidado de não colocar essa foto no relato...  :mrgreen:

Ludos said:
Por vossa causa, tive de adicionar um smiley novo ao fórum, de forma a exprimir a coisa como deve de ser...

O smiley novo deve ser usado é para ti por nos proporciornares este espaço de partilha.  :wink:

Quero aproveitar para agradecer a todos que perdem um bocadinho do seu tempo a ler e comentar os nossos relatos.  :yeah:
Finalmente, para os que pedem o track, é melhor esperar pela chegada do ICH. Ele é o unico que poderá disponibilizar a versão completa do track uma vez que o resto dos utilizadores de GPS tiveram problemas de pilhas.
 

indy

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:roll:
Eu corrijo, então: "(...)por estarmos a fazer tudo montados, excepto eu que me desequilibrei e acabei por fazer 1/2 dúzia de metros à mão(...)"

Mas, entrando na onda dos preciosismos, neste texto: "(...)Eu, pessoalmente, talvez tivesse sido louco suficiente para subir se não tivesse a companhia da brigada famalicense(...)" também falta o respectivo smiley: :musica:

:mrgreen:
 

lobo solitario

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Uuuuuhhhhh.
Caramba, que o rapaz é sensível...
Já todos sabemos da suas qualidades técnicas (e não estou brincando!)



PS: um dia faço um curso da CE para aprender a utilizar smileys em vez de língua portuguesa!
 

pin7as

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:mrsock: bem!!!

isto até me custa a dizer alguma coisa, tal é o choque!!!!
:shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock:

mas, é assim, de agora em diante estes senhores estão proíbidos de nos fazer inveja :evil: (é que eu tou a ficar com o teclado molhado da baba amigos :drool: :drool: :drool: :drool: :drool:). tenham dó das pessoas!!!


:mrgreen:
 

jmoniz

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Percurso duro, mas onde a companhia, a boa disposição e a paisagem foram 5 estrelas. :lol:
Onze participantes com um ritmo muito certinho, com ausências de avarias ou furos, não podia ter corrido melhor.

Gostei particularmente da trialeira de Germil, foi descer até cansar.
Quanto à separação do grupo, pouco depois de passar o abrigo de montanha do Lindoso, eu espero que o Ceva Team não fique melindrado, porque a intenção não foi essa, a culpa foi convidarem gajos que não dependem do track do guia. :twisted:

Conforme disse no sábado, a subida até aos 1359m da Louriça só compensam para quem não conheça, como eu este ano já estive 4 vezes em cima, com aquele vendaval, não me senti motivado, ainda estive para esperar junto ao desvio, mas o frio começou a instalar-se, e não conseguimos ficar quietos, optando por descer até Ermida, resta acrescentar que não o fizemos seguindo o track, pois havia um caramelo que já havia feito os dois trilhos, e pudemos por isso escolher a melhor hipotese. Depois de passar Stº António do Chão do Couto, seguimos em frente, descendo mais uma trialeira até ao rio do Porto (afluente do rio de Froufe), em Porto da Laje, e logo depois o inicio do arruamento em paralelo, que nos levava pela Branda de Vilhares, e logo depois Ermida.

Quanto ao “single-track”, acho que vou instalar ali portagem, para juntar uns “cobres”, pois desde a sua descoberta ainda não vi ninguém que não gostasse de o descer, até agora. :mrgreen:

Quanto à subida com inicio em Entre Ambos-Os-Rios (125m), passando pelo Lindoso (462m), até à Louriça (1359m), eu tinha razão Indy, estive a consultar antigos escritos, e essa subidita tem 32,3Km de extensão (alcatrão + terra batida). :wink:

Já no regresso, à saída de Brufe aproveitei para tirar as últimas fotos, liguei as luzes e vesti o casaco, o vento soprava muito forte, até à barragem de Vilarinho da Furnas, obrigando-me a pedalar em contra-mão, totalmente encostado à esquerda, e rezando para que não rolassem pedras encosta abaixo. Nunca visto tal, o vento era tanto, que mesmo a descer tínhamos que pedalar senão parávamos. :shock:

Quanto à chegada junto aos carros, não tínhamos ido embora, estávamos perto, e ainda passamos na albergaria Stop, mas vocês já tinham regressado.
Não sei se alguém se lembra, mas de manhã antes de partirmos eu tinha avisado que no final iríamos tomar banho no parque de campismo, isto no caso de mais alguém querer juntar-se a nós.

Mas para nós o dia ainda não terminara ali, pois ainda houve tempo para ir a termas, é verdade!
Passamos por Monsul, e as termas do Santril (tasca) estabelecimento por nós eleito, das voltas por aquelas paragens, e onde a boa vitela, e o bom bacalhau, confeccionados de maneira tão simples, que impressionam pelo sabor.

Faltam as minhas fotos que depois enviarei.

JMoniz
 

r3m

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Para quem gosta realmente de BTT é impossível ficar indiferente aos relatos que "esta equipa" por aqui vai documentando...tenho lido quase todas as "crónicas" que por aqui vão passando e quando penso "ok, desta vez esmeraram-se, vai ser difícil superar esta" e não é que vão-se superando a cada "crónica"!!!
Parabéns!!! Tanto pelos percursos, como pelos relatos e fotos que por aqui vão "postando" :)
Tenho tentado recuperar a forma o mais rápidamente possível (infelizmente uma lesão não é fácil de ultrapassar, mas está quase)...espero que um dia destes, quando se juntarem por "estas bandas" (já que pelo que me parece vivo perto de um ou outro betetista que vai efectuando tais "proezas") possa também participar!!! :)
Abraço,
Rui M.
 

Rodasepedal

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Lindo,

não há uma foto que não se diga - Lindo, brutal, ou outro elogio qualquer

Parabêns, é de ver/ler e pedalar por mais

Cumps
RODAS
 

jorgegt

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ET said:
Pois, pois. O Sr. Jorge GT brindou-nos à nossa chegada com um: "Parado é bem pior". :mrsock:

Esteve quase a levar do Indy um esquerdo seguido de um gancho...

:rotfl:

ET
:rotfl: :rotfl: :tungas:Ó ET queriam que quando vocês chegassem, teriam tapete vermelho, umas Havaianas todas descapotaveis e uns XI corações?? :twisted:
mas essa de um esquerdo e dum gancho........... :rotfl:eu ali todo gelado á vossa espera :hehe:
 

Tico

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Quanto à separação do grupo, pouco depois de passar o abrigo de montanha do Lindoso, eu espero que o Ceva Team não fique melindrado, porque a intenção não foi essa, a culpa foi convidarem gajos que não dependem do track do guia

Bem pela parte que me toca não e acho que os restantes membros do (grupo) também não ficou, isso porque parado é bem pior :mrgreen: :mrgreen:

Ó ET queriam que quando vocês chegassem, teriam tapete vermelho, umas Havaianas todas descapotaveis e uns XI corações??

Havias montes de gajas lá em cima umas russa outras loiras morenas mas a mais bonita era a loira com coisas verdes no nariz :mrgreen: :mrgreen: e isso tu não vistes, que nem parados a gente pode estar :mrgreen: :mrgreen:
 
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