ACP quer seguro obrigatório para bicicletas!

jjcn

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COMUNICADO SOBRE AS DECLARAÇÕES DE CARLOS BARBOSA (ACP) ACERCA DA OBRIGATORIEDADE DE SEGURO PARA UTILIZADORES DE BICICLETA


Tomada de posição da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) face às declarações de Carlos Barbosa, Presidente do Automóvel Clube de Portugal

As recentes declarações de Carlos Barbosa, presidente do ACP, numa altura que também é candidato à Assembleia Municipal de Lisboa, são totalmente incompreensíveis e revelam falta de conhecimento sobre a matéria.

A obrigatoriedade de um seguro de responsabilidade civil para os utilizadores de bicicleta seria uma medida retrógrada entre os países europeus, e que aliás vai contra uma Diretiva do Parlamento Europeu de 2005 (2005/14/CE) que diz que “os danos pessoais e materiais sofridos por peões, ciclistas e outros utilizadores não motorizados das estradas, que constituem a parte mais vulnerável num acidente, deverão ser cobertos pelo seguro obrigatório do veículo envolvido no acidente, caso tenham direito a indemnização de acordo com o direito civil nacional”.

As recentes alterações do Código da Estrada trouxeram melhorias significativas para a segurança dos utilizadores de bicicleta, sendo um importante passo para o reconhecimento da bicicleta na via pública. Mas não se pode afirmar que a bicicleta, por ser equiparada ao automóvel no Código da Estrada em grande parte das situações, deva ter os mesmos deveres que tem o automóvel. A bicicleta não polui, não ocupa espaço público, não provoca ruído, não contribui para as importações de petróleo que têm um grande peso na balança económica, nem necessita de infraestruturas como as autoestradas que foram construídas desenfreadamente na última década, cuja fatura ainda estamos a pagar, logo não se pode pedir as mesmas obrigações.

Numa altura em que o necessário é apostar e incentivar a mobilidade suave e os transportes públicos em detrimento do automóvel, não se pode colocar mais um obstáculo à utilização da bicicleta (ou mesmo a experimentar usar a bicicleta) com a implementação de um seguro de carácter obrigatório. É necessário sim promover o convívio pacífico nas ruas e estradas, e a responsabilização dos automobilistas – que neste momento são os mais protegidos - por condução perigosa e desrespeito pelos utilizadores mais vulneráveis.

Os danos provocados por uma bicicleta num automóvel são totalmente incomparáveis aos danos causados por um automóvel num velocípede num acidente que envolva os dois. Logo não faz sentido obrigar os ciclistas e peões – os mais vulneráveis da via – a terem um seguro de responsabilidade civil, visto que os danos por si causados são incomparáveis.

Estas declarações de Carlos Barbosa são de uma inoportunidade face à situação económica do país e aos esforços financeiros que estão a ser pedidos aos portugueses. Quando felizmente existem cada vez mais pessoas a optar pela bicicleta como meio de deslocação - e muitas porque já não têm meios financeiros para sustentar um passe social - não tem cabimento estar a sobrecarregar estes potenciais utilizadores de bicicleta com um seguro de responsabilidade civil obrigatório.

Portanto, esta posição de Carlos Barbosa é ridícula, e utiliza mais uma vez o Automóvel Clube de Portugal como de arma de arremesso e instrumento político para fazer ataques às bicicletas favorecendo os interesses do lóbi automóvel. Já é usual dizer-se que o Sr. Presidente do ACP é o novo Ministro dos Automóveis, dado o frenesim e falta de clarividência que imprime à temática peões, bicicletas e Câmara Municipal de Lisboa. Note-se que até um clube de futebol que instala no seu estádio estacionamentos para bicicletas, tem uma visão de mobilidade que Carlos Barbosa não tem.

Apesar de ser contra a obrigatoriedade deste seguro para utilizadores de bicicleta, a FPCUB oferece aos seus associados, incluído na quota anual, um seguro de responsabilidade civil e de acidentes pessoais sempre que usa a bicicleta.



Lisboa, 29 de Agosto de 2013

Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta
 

jjcn

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Em nenhum país da Europa é obrigatório um seguro para as bicicletas. Portugal estaria a andar para trás ao fazê-lo, porque o futuro é fomentar o uso da bicicleta e não dificultar a sua adoção. Um seguro obrigatório para ciclistas travaria a geral tendência de aumento que estes meios estão a ter na nossa sociedade e, consequentemente aumentaria a presença do automóvel nas cidades. Os impactos negativos de tal medida seriam inúmeros: maior dependência energética, maiores níveis de poluição, aumento da obesidade, aumento das desigualdades sociais, entre muitos outros.

Se houvesse mais ciclistas nas nossas cidades, a segurança de todos aumentaria (tendo em conta a Princípio de Jacobsen) e o prémio de seguro dos automobilistas tenderia a diminuir, pois o seu risco também seria menor.

A MUBi pergunta: quando é que vamos ter em Portugal uma associação de automobilistas que, tal como as suas congéneres europeias, defenda realmente os seus associados, promovendo efetivamente a segurança de automobilistas, peões e ciclistas, através da sensibilização para comportamentos civilizados entre os condutores de veículos potencialmente geradores de danos graves? Do ACP deveríamos esperar que encorajasse mais e melhor fiscalização de comportamentos verdadeiramente perigosos, apelando à cordialidade e ao aumento da segurança de todos, em especial dos mais vulneráveis. Por este caminho, qualquer dia teremos o ACP a reivindicar um seguro obrigatório para os peões que quiserem atravessar as ruas. Porque, segundo o presidente do ACP, mesmo nos atropelamentos nas passadeiras, “a responsabilidade é mais dos peões”.

Segundo a Diretiva 2005/14/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, transposta parcialmente pelo DL n.º 291/2007 de 21 de agosto: “Os danos pessoais e materiais sofridos por peões, ciclista e outros utilizadores não motorizados das estradas, que constituem habitualmente a parte mais vulnerável num acidente, deverão ser cobertos pelo seguro obrigatório do veículo envolvido no acidente caso tenham direito a indemnização de acordo com o direito civil nacional.”

Numa altura em que o necessário é apostar e incentivar a mobilidade suave e os transportes públicos em detrimento do automóvel, não se pode colocar mais um obstáculo à utilização da bicicleta (ou mesmo a experimentar usar a bicicleta) com a implementação de um seguro de carácter obrigatório. É necessário sim promover o convívio pacífico nas ruas e estradas, e a responsabilização dos automobilistas – que neste momento são os mais protegidos - por condução perigosa e desrespeito pelos utilizadores mais vulneráveis.

Estas declarações de Carlos Barbosa são de uma inoportunidade face à situação económica do país e aos esforços financeiros que estão a ser pedidos aos portugueses. Quando felizmente existem cada vez mais pessoas a optar pela bicicleta como meio de deslocação - e muitas porque já não têm meios financeiros para sustentar um passe social - não tem cabimento estar a sobrecarregar estes potenciais utilizadores de bicicleta com um seguro de responsabilidade civil obrigatório.

Portanto, esta posição de Carlos Barbosa é ridícula, e utiliza mais uma vez o Automóvel Clube de Portugal como de arma de arremesso e instrumento político para fazer ataques às bicicletas favorecendo os interesses do lóbi automóvel.


 

jonasdh

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já agora, o seguro da federação portuguesa de ciclismo cobre o downhill? porque andei a ver alguns, mas só cobriam xc, estrada e assim
 

jjcn

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***

Eu sou ciclista e automobilista há mais de 30 anos! Faço sempre o possível para respeitar um ou outro conforme a circunstância!
Nunca vi atitudes suficientemente perigosas da parte dos ciclistas, vi sim, muitas da parte dos automobilistas inclusive a mim próprio.

Eu tenho seguro da FPCUB (para ter protecção contra possíveis acidentes, principalmente acidentes daqueles automobilistas mais inconscientes)!

Não sou contra um seguro, sou contra um seguro obrigatório, por todas as razões óbvias!


***
 

jonasdh

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eu acho é que é pela obrigatoriedade que peca, porque é sempre bom ter, mas nunca fazer uma pessoa que raramente usa fazer pagar
 

nasp

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Incrivel, criticam isto do seguro e tal porque fica caro e é obrigatorio e mais nao sei que mas depois não se importam de pagar fortunas por pintelhos que custam 2,3,4 x mais, mas o seguro não pá é caro.
Ate concordo, vejamos vou no meu carro e aparece um ciclista vindo do nada acerta-me, para nao matar o gajo tento desviar e enfio-me numa porcaria qualquer que destroi o carro. Quem paga, ou seja como é que me vai pagar o conserto?????? Já pensaram nisso??????
O meu trabalho é na estrada, faço diariamente entre 150 a 200 km diarios em estradas nacionais, vejo muita coisa e muitos sustos já tenho apanhado com alguns colegas, só me passa pela cabeça se tiver azar quem vai pagar o prejuizo.
 

jjcn

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Impressionante.....como é possível existir ciclistas a ir nesta cantiga toda, uns a concordar, outros a incentivar, uns contra os outros, quando todos querem os mesmos e favoráveis direitos da Europa e neste caso querem o oposto, sabendo que este seguro obrigatório não existe por lá??????????????? E eles tem mais ciclistas, mais experiência, mais condições, mais situações, mais tudo, do que nós.....................................só mesmo os portugueses.............................................(nem todos)
 

Jocas22

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subscrevo o que o jjcn escreveu e citou. Comparar ciclistas com carros ou tractores só pode ser mau gosto ou má vontade. Um peão também circula na via precisará também ele de seguro obrigatório? ou os animais, quem tem animais nunca garante que ele não corra pra estrada (aliás de certeza que causam mais acidentes que as bicicletas) e cause um acidente.
Subscrever o que diz o lobbie das latas de ferro que o que pretende é apenas ter a estrada só pros carros e tirar de circulação as biciletas, por amor de deus.

Mais bicicletas menos carros e nunca o contrário! E ainda estou á espera que me provem que ter seguro obrigatório cause menos acidentes, faça quem circula sem luzes o passe a fazer e mais tanta barbarie que por aqui se disse. Os carros têm seguro obrigatório e não deixam de haver milhares a circular sem seguro, sem luzes,...

Já agora ter seguro obrigatório não protege os ciclistas, a não ser financeiramente se causarem um acidente, mas isso também um cão ou um peão...
 

Joseelias

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Seria tão mais fácil retirar os carros sem seguro das estradas. Alguem alguma vez viu mexer uma palha para isso?

Para quê? Para termos meio mundo a gritar: É uma vergonha. É só caça à multa!

É que se há coisa que os portugueses gostam é de pedir os direitos que os outros têm, e não se queixam de andar com a boca cheia da palavra "Europa". Mas quando chega à altura de se falar no civismo que há por essa mesma Europa e no cumprimento dos deveres que lá fora se respeitam já toda a gente desconversa criticando logo á primeira quem tenta fazer cumprir esses deveres. E pior, começam a usar a falta de cumprimento dos outros para justificar a sua negligência como se isso justificasse alguma coisa.

Aposto que 90% dos utilizadores de bicicleta em Portugal com a mentalidade e atitude que têm se comportassem lá fora como se comportam cá dentro no que diz respeito ao cumprimento dos deveres como ciclistas, depois da falarem a torto e a direito da "Europa dos Direitos", em meia-hora passavam logo a conhecer a "Europa dos Deveres" com a marretada que levavam.

Foi já aqui mencionado que muita gente acha caro um seguro, mas não se coíbem de gastar balúrdios pornográficos em componentes que em nada vão melhorar a actividade que praticam, já que nem dos componentes básicos tiram 50% do rendimento que eles dão. Muita gente é capaz de gastar 150€ num guiador de carbono que tira 20g à bicicleta relativamente a um de alumínio de 30€ sem tirar proveito algum em termos de rendimento pois nem competição fazem, mas são capaz de se queixar de pagar um seguro que os pode salvar de imenso problemas.

O mesmo se passa com o uso de reflectores. Contam-se pelos dedos das mãos as bicicletas que vejo a usarem reflectores. Aliás, tira-los deve de ser a primeira coisa que muitos fazem quando chegam a casa com a bicicleta nova. E volto a referir, se há coisa que vejo com frequência e com que me cruzo é pessoal a andar sem qualquer tipo de sinalização inclusive em contra-mão. É o zé da horta que anda 100km por ano? Tadinho... Pois se não respeita o código não devia de andar 1km.

Sabem porque é que noutros fóruns há muita gente a favor do seguro obrigatório? É porque as barbaridades que se vêem ser cometidas por ciclistas são mais que muitas e isso vira as pessoas contra nós em vez de nos apoiar. Passem pelo passeio ribeirinho junto à baía do Seixal e vejam o slalom que a maioria dos ciclistas fazem por entre as pessoas que fazem lá a sua caminhada. E não interessa que sejam idosos ou crianças à sua frente. E também não são só os putos de BMX que o fazem. É frequentemente pessoal que não se distingue de qualquer Bttista a fazer o mesmo. Vejo isto todas as vezes que por lá ando, várias vezes.

E quantos param nas passadeiras para dar passagem aos peões? Eu faço-o, mas fico sempre com o coração na boca pois os automobilistas estão tão desabituados a ver ciclistas a cumprir o código que podem ignorar o facto de eu ter parado numa passadeira como sinal de que há alguém para passar e seguir em frente. Até os peões se mostram surpreendidos na esmagadora maioria das vezes sorrindo e agradecendo!

Se se quer apoiar o uso da bicicleta de forma séria devemos de ter ciclistas responsáveis a circular nas estradas. Preferia ter um terço dos ciclistas nas estradas mas que se comportassem em condições de forma a criar uma cultura cívica que educasse os novos praticantes, que ter milhões de ciclistas e passarmos a ser uma China com 500 ciclistas às marradas uns nos outros num cruzamento, e condutores a passarem-se e a empurrar quem está à frente.

E para os que acham que é ridiculo comparar as bicicletas com outros veículos recordo-vos que é mais ridículo compararem-nos com os peões. É que estes têm faixas próprias para andar, os passeios, nos quais nós não podemos aliás andar. Nós temos que andar na estrada. E neste sentido, independentemente da tonelagem nós estamos mais próximos de um tractor que de um peão.

O seguro resolve esta falta de civismo? Claro que não! Mas que força moral e apoio temos nós enquanto ciclistas quando cometemos as barbaridades que vemos todos os dias? Querem direitos, lutem pelo cumprimento dos deveres e em vez de termos muita gente contra nós telas-emos a nosso favor.
 

balkaum

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Pessoalmente, acho que o seguro peca (em Portugal) apenas porque temos a mentalidade que o seguro nos desresponsabiliza pelos nossas actos.

Andamos na estrada a cagar para tudo e para todos porque "o seguro paga" e campanhas de utilizadores/consumidores sobre seguros a apelar cada vez mais a esta mentalidade... é o que tenho visto nestas paginas de debate, sinceramente, algo está mal.

Só pensamos no depois, nunca na prevenção, seja nos incêndios, nas multas de transito ou na educação e formação de base como elementos de uma sociedade comum.
 

canuco

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Eu ainda estou a tentar perceber como é que se pede CIVISMO...e logo seguir dizem-se contra um SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL!!!!!

Alguém que me explique....
 

Joseelias

Well-Known Member
canuco

Da minha parte a única objecção é de que forma é que se conseguiria implementar um desses seguros de forma obrigatória. Não consigo perceber como seria feito. Às tantas ainda metem mais uma taxa na factura da electricidade de forma a criar um seguro global e aí é que passaremos a ser odiados por todos...

De resto não veria problema algum.

De qualquer forma Civismo e seguros são coisas à parte e que apenas se tocam marginalmente.
 

jjcn

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*
Meus amigos,
assistimos a um ataque cerrado contra os ciclistas....por isso estejam com atenção aos desenvolvimentos e comecem a pensar em unir-se
efectivamente para tentar lutar contra esta ofensiva...O ASSUNTO É SÉRIO!

Lamentavelmente na entrevista sobre o assunto a TVI omitiu parte da conversa do Caetano da FPCUB e disse aos portugueses que a Federação
concordava com a ACP......vejam só onde isto chega.....
O Caetano já pediu DE IMEDIATO a reposição da verdade com conhecimento ao regulador da comunicação social.

Vejam aqui no face da Massa Critica Lisboa mais informações e a posição do Caetano:
https://www.facebook.com/groups/163...862044/?ref=notif&notif_t=group_comment_reply

*
 

canuco

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Ok..
vou então mudar o meu discurso...eu tenho seguro...sendo ele obrigatório ou não. E sou a favor da obrigatoriedade! E ainda era mais radical se pudesse...mas é melhor nem entrar por aí...
 

jjcn

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Jose Manuel Caetano - FPCUB:
"caros amigos tal como previa, o polvo automóvel combustíveis, tem efectivamente uma estratégia para travar a bicicleta foi a FPCUB contactada pela TVI para dar opinião, falei eu e a Rosa Félix foi omitido o que dissemos entregámos o comunicado que é conhecido à jornalista e acrescentou à peça com a sua vós, de má fé, que a FPCUB concordava com a posição do ACP ,DE IMEDIATO pedimos a reposição da verdade com conhecimento ao regulador da comunicação social, o diário de noticias de sexta tem toda a nossa posição a desmontar esta situação. O assunto é sério meus amigos."
 

abelha2

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o que acho estúpido é que o uso do capacete nao é obrigatório e isso levará a um preço exagerado no seguro.

Não percebo o que tem uma coisa a ver com a outra. O seguro é de responsabilidade civil, não contra danos próprios, o levar ou não capacete não influencia em nada a probabilidade de bateres num carro
 
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