ACP quer seguro obrigatório para bicicletas!

Até porque não pensem que por terem seguro, todos os danos causados pela bicicleta que o seguro paga tudo!
As seguradoras tentam sempre apurar responsabilidades e por vezes até "sacudir a água do capote" como é óbvio!

Isso é óbvio. Os arquivos deste fórum têm alguns relatos de casos de eventos de BTT cobertos por seguros, em que estes não valeram de nada ou quase nada quando foram accionados. Quem anda por aqui há uns anos já deve ter lido sobre um ou outro caso.
 

mpc

New Member
Então para que serve o seguro ? só para dizer que tenho seguro e posso "espetar-me" contra um carro, um portão, etc. que o seguro paga tudo ?

Não faz qualquer sentido, o seguro obrigatório para as bicicletas!
 

mpc

New Member
É uma ideia parva do ACP, só para atacar os utilizadores das bicicletas, tentar sacar-lhes mais uns €€! :mad:

Como se ter seguro fosse a solução de todos os males!
 

MiguelSirgado

New Member
Não acho que seja a solução para todos os males, mas vai resolver alguns...é discutivel a obrigação de seguro, vai depender muito dos moldes com que o tema vai ser tratado, mas quem anda à chuva molha-se!

Não vão cortar muitas bicicletas, vão cortar sim, muitos ciclistas que andam na estrada de forma errada e sem responsabilidade nenhuma. E todos nós já vimos isso muitas vezes, quem faz estrada, sabe e vê muitos "ciclistas" que simplesmente vão buscar o pão e não cunduzem de forma adequada na via.

No entanto, acredito que para muitos ciclistas "bttistas" etc, que consideramos a bike muito para além do lazer, e do simples ir buscar pão ao café! Fazemos centenas de quilometros e temos que nos preocupar com a nossa segurança e com o que nos rodeia.

Acontece que se isto for para a frente, quem não quer seguro não faz, e pode continuar a por a Bike no tejadilho e ir para o monte andar como já acontece com muitos de nós que nem na estrada passamos, ou por lazer ir para o parque desportivo fechado dar umas pedaladas em familia, ou ir para o calçadão passear igualmente com a familia sem pisar a estrada.

Agora, querem andar na estrada e ter os mesmos direitos que um veiculo de estrada e não querem as mesmas responsabilidades? Não acho correcto!

Não acredito que o simples "ciclista" que vai buscar pão ao café, não vai para a N10 pedalar a todo o gás no meio de camiões, autocarros, cruzamentos etc...e é nesse aspecto que se deve moldar este tema.

Obviamente que não se vai exigir um seguro a um individuo que circula apenas no parque da cidade com a bike e cesto do pão. Agora considero que seja obrigatório quem queira circular em vias com a N10, ou outras e que faça ciclismo puro e duro, que lide com o trânsito diáriamente etc.

Tudo isto não se pode levar à letra, o que me preocupa não é a questão do seguro, mas sim nos moldes que será colocado em prática, e ai caros amigos, se tivermos o azar de quem está à frente do processo não conheça o dia-a-dia de um ciclista, será chapa 5 e estamos todos tramados! :p
 

ernez

Active Member
Bom, quanto a mim, os países civilizados, querem dar todos os direito e mais alguns ás bicicletas e retirar todos os direitos e mais alguns aos carros, aqui neste país infelizmente constato que continuamos a regredir e o que queremos é dar direitos aos carros, ou equiparar as bicicletas aos carros, a alemanha, até vai construir uma autoestrada de 30km para as bicicletas e aos fins de semana em muitas delas só podem circular bicicletas, pois, na alemanhã, boa.
 

Joseelias

Well-Known Member
E se fossem só as passagens dos vermelhos e o andar na nacional. Pior que isso é a quantidade de bicicletas que se vêem a circular à noite sem um único reflector ou qualquer tipo de identificação luminosa que as torne visíveis aos automobilistas. E ainda a circular em contra mão para cúmulo... Quantas vezes não vejo isso! E isso desde a pasteleira até ao "pseudo-pró" que não quer pôr reflectores na sua bike toda quitada por é foleiro.

Honestamente se um seguro obrigatório e as respectivas multas tirarem esse pessoal da estrada até agradeço. Não só como automobilista mas como ciclista. É que as barbaridades que se vêem a ser cometidas por utilizadores de bicicletas é tal, que em nada abona a favor dos ciclistas responsáveis.

Se já há má vontade relativamente a nós, com casos destes acabamos por apanhar por tabela. Quer sejamos respeitadores ou não do código da estrada.
 

jjjorge

Member
Na estrada andao por ai umas especies de motos(scoters)eletricas que nem matricula tem e quem as usa nem capacete usa e naõ dizem nada.
Se formos a ver essa motorizda tem um motor.E mais uma maneira de alguem ganhar algum dinheiro...
 

MiguelSirgado

New Member
ernez,

Concordo contigo, o problema continua a ser "Estamos em Portugal" e nos restantes Países Europeus a cultura é completamente diferente da nossa, onde tens parques próprios para bicicletas, vês realmente mais bicicletas nas capitais do que carros, deduzem-te o IVA se adquirires uma bike para ires trabalhar e ainda te oferecem o equipamento (capacete, luvas etc), as empresas tem condições para o trabalhador que chega de bicicleta (toma duche antes de iniciar o trabalho, etc) mas isso já são outros quinhentos, não é necessário seguros porque existe uma cultura/civismo e respeito uns pelos outros, em Portugal tudo muda! E tu sabes que sim, porque se fores numa via a pedalar, é raro o carro que não te apita, ou porque vais muito à esq. ou porque sei lá, deu-lhe na cabeça e toma lá uma buzinadela. Enfim...isso nunca vai mudar, por isso, o melhor é mesmo prevenir do que remediar e esperar que a cultura/civismo/responsabilidade mude um dia...

Seguindo o que o Joseelias reforçou...
 

canuco

New Member
Essa pseudo scooter tem que estar classificada de alguma forma..

Define o artº 112º, no seu nº 1 ser velocípede o veículo com duas ou mais rodas accionado pelo esforço do próprio condutor por meio de pedais ou dispositivos análogos e no nº 2 que velocípede com motor é o velocípede equipado com motor auxiliar eléctrico com potência máxima contínua de 0,25 KW, cuja alimentação é reduzida progressivamente com o aumento da velocidade, interrompida se atingir a velocidade de 25 km/h ou antes se o ciclista deixar de pedalar

A mim custa-me aceitar a renitência das pessoas em aceitar as regras da nossa sociedade...para mim é simples...circula na via como os outros veículos? tem os mesmos direitos? Então tem que ter os mesmos deveres...
Porque é que ainda ninguém veio defender os senhores agricultores que têm que ter seguro nos seus tratores e máquinas agrícolas que são o seu ganha pão??? Pobres coitados, podia ficar ao critério deles fazer ou não o seguro de responsabilidade civil.
 
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balkaum

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A serio? Queres comparar o histórico de acidentes e sua gravidade entre o tractor agrícola e a bicicleta? Sabes porque foram obrigados a ter rollbar?
 

ernez

Active Member
Ò canuco, por favor, essa nem parece tua, comparar uma máquina agricula com toneladas, com uma bicicleta que na melhor das hipoteses pesa 20kg, ina pá que grande comparação de deveres!
 

MiguelSirgado

New Member
Acho que não devemos esperar ter "histórico" de acidentes para as coisas mudarem...e se bem que ultimamente, e infelizmente para a nossa comunidade, morreram vários ciclistas em acidentes...o que levou a alteração do código da estrada pelo que já tivemos oportunidade de ler e que desencadeou esta deixa do seguro.
 

nelson_r

New Member
Eu tenho seguro há alguns anos. Nunca precisei mas nunca se sabe o futuro.

Uma vez bati contra um carro e só por sorte não tive que pagar nada. Antes prevenir que remediar.
 

canuco

New Member
comparar uma máquina agricula com toneladas, com uma bicicleta que na melhor das hipoteses pesa 20kg, ina pá que grande comparação de deveres!

Ok..vou facilitar, um ciclomotor do tio zé do campo...uma sachs V5, pesa uns 40kg...(a diferença não é assim tanta) também tem que ter seguro...onde encontram diferenças para o velocípede?
Na velocidade? Não me parece...
 

nelson_r

New Member
Tentei fazer seguro em duas seguradoras e indicaram-me sempre a opção de me inscrever numa das federações existentes. Eu sou sócio da FPCUB. Paguei 28,50 €.

Inclui seguro de acidentes pessoais e responsabilidade civil até 6 milhões de euros.

Além disso beneficio de descontos em provas da federação.
 

MiguelSirgado

New Member
28,50€ / ano? Se sim, vejam bem, estra seguro por acidentes pessoais e resp. civil. de 6 milhões...ora dá: 2,38€/mês, 0,20 cêntimos por mês...não justifica face ao que pode acontecer a nível de acidentes? A mim parece-me que sim...
 

Joseelias

Well-Known Member
problema continua a ser "Estamos em Portugal" (...) Enfim...isso nunca vai mudar, (...)

Começa a mudar a partir do dia em que as autoridades começarem a fazer aquilo para que são pagos com o dinheiro dos nossos impostos.

Quando as pessoas que são pagas para fazer cumprir a lei se demitem dessa função (excepto bater em desempregados que se manifestam porque querem pôr pão na mesa para os filhos) é que não vamos a lado nenhum.

Lembro-me da história que um dono de uma loja de bicicletas me contou sobre um período em que esteve emigrado na Suíça. Um dia sai de casa com o carro e a estrada que passava à frente de casa era de sentido único. Mas a estrada que ele queria tomar ficava a uns metros em sentido contrário. À boa maneira Tuga não teve com meias medidas, como eram só uns metros e a estrada nem tinha movimento toca de seguir em contra-mão aqueles pouquíssimos metros.

Acontece que um dos vizinhos dele, que por sinal era bastante amigo dele, era policia. Resultado, esse vizinho/amigo que estava de saída mandou-o parar automaticamente, sacou do livro de multas e autuou-o na hora! Mais, esse dono da loja disse-me que tentou conversar com ele tentando jogar a cartada do vizinho/amigo e a resposta que teve logo é que nestas situações as pessoas não se podiam dirigir sequer ao policia e se insistisse levaria outra multa! Depois disto continuaram amigos pois ele estava a cumprir a função dele e o nosso emigrante estava a infringir e sabia-o.

Isto em Portugal é impensável! É a total aleatoriedade. Não se multa quem passa vermelhos, mas multa-se o único ciclista que estava a cumprir o código da estrada porque estava a circular em paralelo com outro que por sinal ia na berma (infracção). Isto é, ele não ia em paralelo porque na via de circulação ele não tinha ninguém ao lado dele, e quem ia na berma não levou com nada. Isto foi contado neste fórum à pouco tempo atrás.

Mas o que se há-de de esperar de um país em que o povo criou o absurdo conceito da "caça à multa", e em que critica a policia por estar com um radar de controlo de velocidade e multa alguém que ia a 120 num local em que só se podia ir a 70...

Continuo a achar que a obrigatoriedade do seguro pode ser uma coisa complicada e fonte de aproveitamento das seguradoras. Mas também acredito que a bicicleta só passará a ser respeitada pelos outros utilizadores da estrada a partir do momento em que passem a cumprir o código. Se a criação de um seguro obrigatório e a actuação da policia tirar da estrada certo tipo de comportamentos (automobilistas e motociclistas incluídos) todos temos a ganhar.
 

jjcn

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A MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta reage às declarações do Presidente do Automóvel Clube de Portugal proferidas ontem, dia 28 de Agosto.

“Ontem, o Presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) em entrevista à Lusa defendeu o seguro obrigatório para bicicletas, em virtude da revisão do Código da Estrada. A MUBi gostaria de esclarecer porque é que Carlos Barbosa está errado e contraria o que hoje são, comprovadamente, as mais avançadas e mais sustentáveis políticas para o fomento e melhoria da qualidade de vida nas nossas cidades:

A condução de um veículo motorizado não tem paralelo com a condução de um velocípede, no que respeita ao risco gerado para os utilizadores da via pública. Em Portugal, as cerca das 700 vítimas mortais resultantes de acidentes de viação em 2012 são o testemunho trágico deste flagelo.

Em nenhum país da Europa é obrigatório um seguro para as bicicletas. Portugal estaria a andar para trás ao fazê-lo, porque o futuro é fomentar o uso da bicicleta e não dificultar a sua adoção. Um seguro obrigatório para ciclistas travaria a geral tendência de aumento que estes meios estão a ter na nossa sociedade e, consequentemente aumentaria a presença do automóvel nas cidades. Os impactos negativos de tal medida seriam inúmeros: maior dependência energética, maiores níveis de poluição, aumento da obesidade, aumento das desigualdades sociais, entre muitos outros.

Se houvesse mais ciclistas nas nossas cidades, a segurança de todos aumentaria (tendo em conta a Princípio de Jacobsen) e o prémio de seguro dos automobilistas tenderia a diminuir, pois o seu risco também seria menor.

É o risco para terceiros que determina a existência de qualquer seguro obrigatório. São os elevados danos humanos e materiais causados por veículos motorizados que justificam essa obrigação. Seria um absurdo colocar a utilização da bicicleta num patamar semelhante, pois esta tem uma massa e uma velocidade de deslocação incomparavelmente inferiores.

Além disso, um ciclista tem sempre um incentivo extremamente forte para adotar um comportamento prudente, dado que está sempre em causa a preservação da sua própria integridade física – ao contrário de um utilizador de automóvel – que, num eventual choque com um peão ou ciclista, é sempre a parte mais protegida.

No entanto, a lei deverá garantir que a responsabilidade de prudência deverá ser de quem anda mais rápido, arranca mais rápido, tem maior massa, e causa mais danos. São estes que devem guardar distância de segurança para quem anda e arranca mais lentamente. É esse o espírito e a letra da revisão do Código da Estrada, que assim se coloca a par com a legislação do resto da Europa.

A MUBi pergunta: quando é que vamos ter em Portugal uma associação de automobilistas que, tal como as suas congéneres europeias, defenda realmente os seus associados, promovendo efetivamente a segurança de automobilistas, peões e ciclistas, através da sensibilização para comportamentos civilizados entre os condutores de veículos potencialmente geradores de danos graves? Do ACP deveríamos esperar que encorajasse mais e melhor fiscalização de comportamentos verdadeiramente perigosos, apelando à cordialidade e ao aumento da segurança de todos, em especial dos mais vulneráveis. Por este caminho, qualquer dia teremos o ACP a reivindicar um seguro obrigatório para os peões que quiserem atravessar as ruas. Porque, segundo o presidente do ACP, mesmo nos atropelamentos nas passadeiras, “a responsabilidade é mais dos peões”.

Segundo a Diretiva 2005/14/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, transposta parcialmente pelo DL n.º 291/2007 de 21 de agosto: “Os danos pessoais e materiais sofridos por peões, ciclista e outros utilizadores não motorizados das estradas, que constituem habitualmente a parte mais vulnerável num acidente, deverão ser cobertos pelo seguro obrigatório do veículo envolvido no acidente caso tenham direito a indemnização de acordo com o direito civil nacional.”

A exemplo do que é prática na maior parte dos países Europeus, a MUBi defende a introdução do Princípio da Responsabilidade Objetiva (Lei de Badinter / Strict Liability) de forma mais clara e explícita na legislação Portuguesa.

Por tudo isto, a MUBi lamenta que o presidente do ACP tenha posições tão retrógradas e apela a que passe a ter um discurso mais atual, responsável e conhecedor das boas práticas europeias nestas matérias. Este tipo de posição encerra uma lógica jurídica superficial e evidencia a permanente tentativa, por parte do presidente do ACP, de desresponsabilização do automobilista pelo potencial e assimétrico dano que possa causar aos mais desprotegidos frequentadores da via pública: ciclistas e peões. No entanto, a MUBi disponibiliza-se desde já a debater, de uma forma séria e sem demagogias, estas questões, e a colaborar com o ACP para encontrar formas construtivas de contribuir para um convívio mais saudável e seguro entre todos os modos de transporte em Portugal”.

Fonte: MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta / http://mubi.pt/
 
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