Esta crónica tem o nome de "Episódio Piloto" porque tal como acontece no caso dos episódios piloto, este pode não ter continuação. A Serra da Freita é extremamente bela e cheia de potencial, disso não há a mínima dúvida, mas o track seguido deixou bem evidenciado que o progresso que a energia eólica nos traz, esconde um longo tapete de alcatrão na serra. A par disso, é preciso que qualquer praticante de btt tenha a perfeita noção que nem todas as PR's/GR's são cicláveis, e mesmo não tendo nada contra o pedestrianismo, acho que andar muito tempo com a bike à mão deixa qualquer um desesperado!
O dia começou bem cedo e às 6h30m já estávamos todos reunidos no ponto de encontro para tomar o pequeno almoço e trocar umas impressões sobre as escutas de Pinto da Costa que vieram a público no Youtube.
Cerca das 8h30 já haviam 9 bravos a pedalar na Serra da Freita e os primeiros km's demonstraram bem que aquela serra tem imenso potencial e talvez ali existam mais possibilidades de trilhos. Um começo animado e já a uma altitude considerável foram feitos alguns km's em alcatrão muito perto das éolicas, onde a beleza da serra àquela hora da manhã contribuía para um êxtase especial.
Depois de uma descida em alcatrão, algo pouco usual nestas andanças, entrámos no "trilho do carteiro", pelo menos assim estava assinalado, e ficou desde logo provado a primeira impressão que havíamos tido. De seguida veio o contraste entre a beleza natural da serra e dos trilhos com o facto de não serem cicláveis, algo complicado para a mente, mas que proporcionou ao menos um almoço agradável.
"Em frente e em força" foi o mote para seguir, ainda que apeados, para as Minas das Chãs onde fomos presenteados com a companhia de um rebanho de cabritos, pela primeira vez fora da alçada das suas mães, disse-nos a dona.
Poucos metros depois da travessia do rio, o trilho ficou ciclável e muito técnico, reconhecendo logo ali uma outra foto no fórum, muito animados fomos descendo até a uma aldeia de xisto, já abandonada ou quase, onde o trilho ficou novamente óptimo para o pedestrianismo. A força moral já começava a fraquejar e a força física buscava energias onde não havia, porém a derradeira subida com um grau de inclinação proibido e uma extensão a roçar os limites, deitou por terra todas as forças que ainda restavam. Alguns de nós, incrédulos pelo número de km's que faltavam, assim como pela longitude do ansiado veículo, foram prevendo que o regresso seria penoso, de noite e ao frio.
Não estavam erradas as previsões e embora sendo um regresso sendo por estrada, a chuva veio polvilhar aquilo que seria o final de um épico dia de btt, ou diria mais, o final de um épico dia de testes ao corpo e à mente. A velocidade cruzeiro não impediu que o dia fosse escurecendo e o reencontro com o percurso inicial tornou-se a melhor opção para o regresso. Este facto foi o KO para a força mental que restava, pois havia que refazer todo o tapete alcatroado desta vez em sentido contrário, o que implicava fazer uma subida penosa logo para começar.
Se juntarmos esta subida com a chuva, com a pouca luz e com as forças em baixo, temos tudo para chegar ao limite, encostar a bike e pedir ajuda. Mas não! Fomos subindo, uns com mais ligeireza que outros, outros pior, mas sempre com o apoio mútuo, digno de um Grupo que se pode intitular assim mesmo. No fim da subida, havia a memória de um plano sossegado por entre éolicas, algo que sendo verdade não retirou o sacrifício de pedalar naquelas condições.
Eis que nesta altura somos surpreendidos por um elemento que faltava na equação, o nevoeiro! Qual filme de terror, já não havia volta a dar, parcos 2km para o fim e não se via 2mt à frente. Cautela, muita cautela e algum cuidado fomos avançando. Uma luz ao fundo, que parecia ser a iluminação do parque de campismo que deixámos logo depois no início, tudo apontava para o conseguido regresso. Mais uns metros e a luz pública da Sra. da Laje impedia que a chuva, o frio, a fome e a fraqueza nos deitassem abaixo. Chegados ao fim, com nítido sofrimento e com muitas queixas, a ânsia de chegar a casa, não deixou que o passeio fosse devidamente apreciado, mas fica registado a aventura e talvez um adeus à Serra da Freita.
O dia começou bem cedo e às 6h30m já estávamos todos reunidos no ponto de encontro para tomar o pequeno almoço e trocar umas impressões sobre as escutas de Pinto da Costa que vieram a público no Youtube.
Cerca das 8h30 já haviam 9 bravos a pedalar na Serra da Freita e os primeiros km's demonstraram bem que aquela serra tem imenso potencial e talvez ali existam mais possibilidades de trilhos. Um começo animado e já a uma altitude considerável foram feitos alguns km's em alcatrão muito perto das éolicas, onde a beleza da serra àquela hora da manhã contribuía para um êxtase especial.
Depois de uma descida em alcatrão, algo pouco usual nestas andanças, entrámos no "trilho do carteiro", pelo menos assim estava assinalado, e ficou desde logo provado a primeira impressão que havíamos tido. De seguida veio o contraste entre a beleza natural da serra e dos trilhos com o facto de não serem cicláveis, algo complicado para a mente, mas que proporcionou ao menos um almoço agradável.
"Em frente e em força" foi o mote para seguir, ainda que apeados, para as Minas das Chãs onde fomos presenteados com a companhia de um rebanho de cabritos, pela primeira vez fora da alçada das suas mães, disse-nos a dona.
Poucos metros depois da travessia do rio, o trilho ficou ciclável e muito técnico, reconhecendo logo ali uma outra foto no fórum, muito animados fomos descendo até a uma aldeia de xisto, já abandonada ou quase, onde o trilho ficou novamente óptimo para o pedestrianismo. A força moral já começava a fraquejar e a força física buscava energias onde não havia, porém a derradeira subida com um grau de inclinação proibido e uma extensão a roçar os limites, deitou por terra todas as forças que ainda restavam. Alguns de nós, incrédulos pelo número de km's que faltavam, assim como pela longitude do ansiado veículo, foram prevendo que o regresso seria penoso, de noite e ao frio.
Não estavam erradas as previsões e embora sendo um regresso sendo por estrada, a chuva veio polvilhar aquilo que seria o final de um épico dia de btt, ou diria mais, o final de um épico dia de testes ao corpo e à mente. A velocidade cruzeiro não impediu que o dia fosse escurecendo e o reencontro com o percurso inicial tornou-se a melhor opção para o regresso. Este facto foi o KO para a força mental que restava, pois havia que refazer todo o tapete alcatroado desta vez em sentido contrário, o que implicava fazer uma subida penosa logo para começar.
Se juntarmos esta subida com a chuva, com a pouca luz e com as forças em baixo, temos tudo para chegar ao limite, encostar a bike e pedir ajuda. Mas não! Fomos subindo, uns com mais ligeireza que outros, outros pior, mas sempre com o apoio mútuo, digno de um Grupo que se pode intitular assim mesmo. No fim da subida, havia a memória de um plano sossegado por entre éolicas, algo que sendo verdade não retirou o sacrifício de pedalar naquelas condições.
Eis que nesta altura somos surpreendidos por um elemento que faltava na equação, o nevoeiro! Qual filme de terror, já não havia volta a dar, parcos 2km para o fim e não se via 2mt à frente. Cautela, muita cautela e algum cuidado fomos avançando. Uma luz ao fundo, que parecia ser a iluminação do parque de campismo que deixámos logo depois no início, tudo apontava para o conseguido regresso. Mais uns metros e a luz pública da Sra. da Laje impedia que a chuva, o frio, a fome e a fraqueza nos deitassem abaixo. Chegados ao fim, com nítido sofrimento e com muitas queixas, a ânsia de chegar a casa, não deixou que o passeio fosse devidamente apreciado, mas fica registado a aventura e talvez um adeus à Serra da Freita.
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