Um pouco de atenção, obrigado

historiador

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Boas a todos.
Adoptei (eu e a minha mulher) uma criança do sexo masculino com sete anos a fazer oito há sensivelmente oito anos. Sempre vivemos momentos muito difíceis com esta criança em vir-tude de uma postura opositora a toda e qualquer regra; a escola tornou-se também um espaço de difícil convívio mas com o acompanhamento pedopsiquiátrico e psicoterapêutico lá fomos andando, nunca desistindo. Contudo apesar das mensagens positivas que os especialistas nos iam dando, a verdade é que nada parecia melhorar. Hoje o meu filho tem 15 anos e desde os 13, altura em que percebeu que tem força e bom corpo, começou a ter comportamentos de enorme agressividade que se manifestaram com pedradas arremessadas à casa e a nós pró¬prios, tentativas de agressão com paus e até facas.
Acabou por cair na alçada do tribunal por denúncia nossa, uma vez que não é nosso projecto de vida aguentar situações deste tipo e foi sujeito a um processo tutelar educativo tendo sido enviado de imediato e perante actos de enorme violência, que incluíram insultos contra agen¬tes da autoridade, para um centro de reeducação de regime fechado por seis meses em prisão preventiva. No próprio centro manifestou estes comportamentos negativos a ponto de serem mais os dias de castigo que os de liberdade.
Neste momento ocorreu o julgamento e a decisão não podia ser pior. O meu filho após avaliação por uma pedopsiquiatra a mando do tribunal concluiu que ele é inimputável por sofrer de deficiência mental. Ele pode, nas palavras da perita, ter comportamentos cada vez mais agressivos pois a sua intolerância à frustração é total e está fora de hipótese a sua colocação numa escola, uma vez que esta não reúne as con¬dições de contenção que ele necessita.
E assim acontece o pior; como inimputável não lhe pode ser aplicada qualquer medida de pri-vação da liberdade e o processo tutelar educativo morre por aqui; por outro lado ainda que a lei dê soluções alternativas (locais de internamente com os cuidados terapêuticos adequados) a verdade é que no terreno não existem esses locais . A médica pedopsiquiatra que elaborou o relatório, a segurança social e as minhas pesquisas revelam a incapacidade do país em dar resposta.
E assim aqui estou eu em casa sempre em grande stress à espera do próximo ataque de vio-lência, com o telefone ao pé para chamar a polícia e ouvi-la dizer que nada pode fazer a não ser levá-lo à consulta mais próxima e, quando lá chegar, ouvir o médico dizer o óbvio ou seja ele está calmo nada a fazer.
Hesitei muito em abordar este assunto delicado mas o desespero em que eu e a minha mulher estamos há já alguns anos, de forma mais intensa há dois, leva-me a pedir-lhes que caso saibam ou já tenham ouvido falar de locais, instituições públicas ou privadas que pos¬sam acolher o meu filho proporcionando-lhe o melhor bem-estar possível, com ocupação e terapia e a essencial contenção, que me esclareçam.
Este é por natureza um assunto que ainda poucos se atrevem a divulgar ainda para mais o pai da família; por natureza convencio¬nou-se que uns bons estaladões e uns berros bem dados resolvem logo o problema. Infeliz¬mente há muito constatei que tal não é verdade e talvez por isso não tenha qualquer pro¬blema em solicitar a vossa ajuda para quaisquer informações.
Desde já vos agradeço toda a atenção e….. boas pedaladas. Afinal de vez em quando é neces¬sário abstrairmo-nos dos problemas que nos corroem.
Um abraço
Historiador
 

Pikasso

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Boas Historiador

Deixe-me dar-lhe os parabéns por ter a coragem para divulgar esta situação tão delicada no qual é uma parte integrante e desejar-lhe força a si e à sua esposa.

Relativamente a instituições não sei se o conseguirei ajudar, mas o seu filho de momento não está a fazer nenhuma medicação?

O psiquiatra não sugeriu nada para tentar amenizar as variações de humor e os impulsos violentos?

Sei que é uma idade delicada, pois ainda está em crescimento, mas possivelmente com uma medicação equilibrada, a qualidade de vida do seu filho pode ser melhorada e consequentemente a sua e da sua esposa.

Tente aconselhamento com o psiquiatra, poderá haver uma solução.

Mais uma vez desejo-lhe força nesta sua etapa!

Um abraço
 

historiador

New Member
Boas Pikasso
Obrigado pelas palavras de ânimo.
Infelizmente ao longo destes anos sempre recorremos aos especialistas mais adequados e a medicação foi sempre uma constante.
O meu filho já passou por internamento e inclusive por tratamento prolongado no exterior. A conclusão é que nada resulta e os resultados não registam qualquer melhoria. Daí a minha questão de saber se conhecem algum centro privado ou público adequado para menores com este tipo de problemática. As minhas pesquisas e os entendidos na área dizem desconhecer, mas a verdade é que enquanto há vida há esperança e não se perde nada em indagar.
Um abraço
 

Kamoes

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Historiador, estando de mãos atadas e sendo impossível fazer algo... apenas posso desejar que tudo se resolva pelo melhor...

É realmente uma situação muito complicada e tem de haver muita coragem para divulgar assim a sua história.


É uma pena que em Portugal não existam instalações militares capazes de albergar jovens problemáticos. Se há sítio onde o podiam "vergar" era aí. Sinceramente, cada vez acredito menos nos relatórios dos ditos "psicólogos"... toda e qualquer pessoa é considerada demente quando apresenta características agressivas sem qualquer motivo aparente.


Muita coragem!
Abraço.
 

CD

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Infelizmente em Portugal, apesar dos alertas de situações problemáticas, a verdade é que dificilmente os casos são devidamente acompanhados. Apesar de serem denunciados à policia e entidades competentes, é triste chegarem ao ponto que chegam. Quando as desgraças acontecem, de quem é a responsabilidade? Também concordo com o Kamoes, hoje em dia para fugir às responsabilidades nada melhor de que passar por "maluquinho".

Que tudo se resolva pelo melhor.

CD
 

Mach 4

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Com tantas crianças para adoptar foi-lhe calhar logo essa.
Claramente parece-me ser um problema de personalidade. É assim que se comportam muitos sociopatas.

Conheço um caso semelhante ao seu, e só posso dizer que o rapaz em questão foi parar a um desses centros de reabilitação social.
Mau aproveitamento escolar, drogas, más companhias, não queria trabalhar, ameaças aos pais e chantagens psicológicas, enfim de tudo um pouco.
Agora passados 4 anos está bem melhor, mas chegou a fugir da instituíção onde estava aqui no Porto.

O problema nisto das adopções é que não é com o nosso DNA que estámos a lidar, e nunca sabemos que tipo de carga genética o filho adoptivo traz consigo dos seus verdadeiros pais.
Acho que até nisto é preciso ter sorte, e tenho a certeza que o casal que conheço pessoalmente que adoptou o rapaz (ainda em bébé) acima descrito estaria bem melhor sem ele agora, porque até á data esse "filho" que foi tão desejado por ambos só lhes trouxe problemas, dores de cabeça e pouco mais.

Para casos drásticos temos de tomar medidas drásticas, e para isso nada melhor do que um TRATAMENTO DE CHOQUE :

TROPA com ele, para mim só lá é que o irão vergar.

Ou então recorrer a algum programa estrangeiro de psicanálise, pois aqui pelos vistos não tem muitas alternativas.
A não ser que queira passar a vida em médicos "especialistas" que lhe irão dizer sempre a mesma coisa.

Boa sorte.
 
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madnez

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Boa Tarde Historiador

Antes de mais lamento pelo seu "azar" mas nada tem a ver com o facto de ser adoptado ou não como muito bem sabe.
Infelizmente isso pode acontecer a qualquer um sendo um filho de sangue ou não, agora acho que é de uma grande coragem aquilo que veio aqui descrever , e quando chegamos ao limite das nossas possibilidades temos que pedir ajuda não há que ter vergonha disso há é que ter orgulho em admiti-lo.
Concordo com o que a maioria aqui disse que na tropa ele possa ser corrigido ou não ou então estabelecer ligacoes de afecto com o espirito militar e os seus camaradas, a questão é que até lá ainda falta tempo e os senhores concerteza não merecem ter esta vida.
deixo aqui um site de uma instituição que não sei se o consegue ajudar mas pelo menos pode tentar http://associacaonova.com/
Fale com o Rui ou Isabel que são pessoas muito acessiveis e talvez o possam ajudar.
desejo-lhe a melhor sorte do mundo pois hoje em dia não é qualquer um que tem a coragem de adoptar e vocês merecem que esse vosso filho que criaram goste pelo menos um pouco dos pais.
Grande Abraço
 
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