SR SUNTOUR DURO-E (com alterações)

MRocha

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Já há algum tempo que andava com ideias de alterar a geometria da bicicleta. O ângulo da direcção estava bastante tombado e o centro pedaleiro ligeiramente elevado, como resultado do maior comprimento da suspensão com curso de 130mm. Até dá jeito para fazer umas descidas por terreno acidentado. No entanto, para subir ou fazer mais Kms, achei que um ângulo de direcção mais fechado e uma direcção mais baixa resultariam melhor. O quadro foi projectado para ser usado em Dual e 4X, não como uma hardtail de freeride.

Originalmente o quadro Sunn Le Saint era vendido com uma Marzocchi Z1 100mm:
velovertishack.jpg

Apesar de a perspectiva da foto não ser a melhor, vê-se que a Duro, em 130mm faz levantar a frente da bicicleta:
ferro1peqdr1.jpg

Parece-me que a Suntour Duro, em 110mm, não chega a ter os 10mm de comprimento a mais que a diferença de curso para a Marzocchi Z1 100mm faria adivinhar, por ter uma coroa mais baixa.

Pensei, por isso, em reduzir um pouco o curso para alterar a geometria. Após tirar algumas medidas, vi que era possível passar o curso a 110mm.
Por isso, desmontei tudo:
peas.jpg


A foto não é grande coisa:eek:


Partindo das medidas originais de quando a suspensão fazia 100mm, com a mola original, tirei umas medidas e fiz umas contas:

-Espaçadores originais têm 30mm. Tive que fazer uns com 20mm para deixar o curso em 110mm. São os brancos que estão enfiados nos veios, ao lado dos originais, pretos.

-Do lado esquerdo, a mola original tem 230mm de comprimento. A mola mais mole, retirada da XCR, tem 260mm. Usando a tampa original teria que ficar com 130mm de curso. Acontece que a tampa que fiz não tem botão nem parafuso de pré carga, logo a mola iria assentar 22mm acima do ponto em que assentaria se usasse a tampa original. Por isso ainda tive que colocar uma anilha de plástico, com 2mm, no interior da tampa que fiz, para obter os 110mm de curso.

-Do lado direito(dentro da cartridge) a mola ficava 10mm mais curta que o desejável. Podia usar um espaçador com 10mm, mas decidi usar o botão de pré-carga desse lado, que com a pré carga no máximo faz 10mm de pré compressão.

- A tampa roscada do lado esquerdo tem 25.4mm de diâmetro interior e a mola(com 25.4 também) teria que entrar nesse furo, sem aperto. Portanto tive que "desbastar" a mola umas décimas de mm no diâmetro(com um disco de lixa e uma rebarbadora:twisted:) para que entrasse no interior da tampa roscada com uma folga adequada. Desbastei a mola apenas nos primeiros 60mm da parte de cima, pois o resto da mola não interfere com a tampa.
Imagem das molas e das tampas estão uns posts atrás e na foto de cima.

-Aproveitei para ver que folga ficava, entre a coroa e o pneu, com a suspensão no fundo, se removesse as peças de plástico branco do fundo dos copos (está uma no canto inferior direito na imagem acima e no esquema apresentado no 1ºpost tem o número 18 ).
A folga é de 3mm, com um pneu 2.5, mais volumoso que o normal para a medida. Decidi por isso retirar as peças de plástico, que faziam com que a folga fosse de 7 em vez de 3mm, e substituí-las por umas borrachas em forma de meia esfera com furo justo para passar o veio. Na imagem acima as peças de borracha estão enfiadas nos veios, apesar de não se ver muito bem...
Caso me passe pela cabeça usar um pneu 3.0 tenho que verificar se há folga que chegue, mas não é muito provável, por isso...

-Como a mola é a mesma e o curso de 110mm é inferior ao anterior de 130 havia a possibilidade de bater no fundo com alguma facilidade se resolvesse abusar em saltos e drops. Para evitar que, no fim de curso, fosse bater em seco coloquei as peças de borracha descritas no parágrafo anterior.
Para tornar os últimos mm de curso mais progressivos, e ser mais difícil esgotar o curso, usei um cilindro de borracha retirado da XCR. Este cilindro de borracha, que fica por dentro da mola, é igual ao apresentado no esquema do 1ºpost, mas é um pouco mais comprido. É comprimido, no fim de curso, como se fosse uma mola auxiliar que só funciona nos últimos 18mm de curso.

Continua...
 
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MRocha

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Continuação:

-Na cartridge troquei os 75ml de óleo Putoline 100% sintético SAE5, por igual quantidade de óleo novo, pois já andava a precisar de ser mudado. Caso se venha a revelar necessário acrescentarei uns ml de óleo à cartridge para tornar o final de curso mais progressivo.
Para lubrificação no interior dos copos, usei óleo de suspensões da Galp, mais grosso(não diz no frasco qual a viscosidade).

Pormenor da válvula de rebound:
cartridgeespy.jpg

O tubo à esquerda é a câmara da cartridge, onde está o óleo e onde entra o veio.
A seta a vermelho assinala o orifício por onde entra o óleo. O botão de ajuste do rebound, ao mover uma agulha, permite regular a abertura deste orifício.
A seta a azul mostra(não se vê muito bem mas está lá...) um rasgo com 3.5mm de largura que fiz, diametralmente, no topo. No centro deste rasgo está o furo de saída do óleo.

Nesse rasgo inseri esta chave:
chavecartii.jpg

Fixando o veio, com a chave inserida no rasgo a partir do topo da suspensão consigo apertar melhor a porca que segura o veio à base dos copos. Há uma cabeça sextavada no topo do veio que serve para o mesmo efeito, mas uma chave tubular para cabeças sextavadas daquela medida e com o comprimento necessário não deve ser fácil de arranjar.
Idealmente o veio entraria justo no furo na parte inferior dos copos e não rodaria ao apertar o parafuso. Mas, com o óleo, o veio tem tendência a rodar quando se roda o parafuso, dificultando o correcto aperto do parafuso, e isso estava-me a irritar:mad: Por isso fiz o rasgo e a chave, que encaixam como a cabeça de um parafuso e uma chave de fendas, mas em que a chave de fendas está sempre centrada graças ao tubo que a envolve.

No fim de montar tudo fui dar uma volta.
A mudança na geometria da bicicleta nota-se. Mudei uma anilha de 8mm que tinha por cima para debaixo do avanço, pelo que o guiador só desceu 12mm. Em estrada e a subir a posição ligeiramente mais baixa favorece o rendimento e em singletracks nota-se a direcção mais rápida. A descer não noto grandes diferenças. Apesar da frente mais baixa e da direcção mais vertical, a bicicleta continua bastante estável, apesar do feeling diferente na direcção, tendo em conta os IRC mithos que usei, que não são pneus adequados para descer.
Hei-de experimentar dar umas voltas com uns pneus mais capazes para comparar, até porque já não falta muito para a avalanche da Lousã:)

A suspensão continua a comer os grandes e médios impactos de forma muito eficaz. Nas pequenas irregulariedades nota-se que podia ser melhor. O menor curso disponível nada tem a ver com esta falta de sensibilidade, que só se nota a baixa velocidade. Tenho que experimentar um daquele sprays para meter no tablier dos carros, com silicone e teflon, para ver se reduz o atrito e a acumulação de pó nas pernas, como dizem. Pode ser que até melhore a sensibilidade... Aliás, devia era lavar a bicicleta toda e aplicar desse spray por todo o lado, que já há muito tempo não a limpo...:eek: As pernas da suspensão estão como novas e não se vê desgaste ou qualquer risco, que limpo-as muitas vezes. Os copos é que andam habitualmente cheios de pó e lama e têm uns riscos bem feios...

Mais para o fim do curso nota-se o "endurecer" da mola, graças ao cilindro de borracha, mas a transição é suave.
O rebound fechei-o um pouco. Como o curso é agora menor, o ângulo da direcção é mais fechado e há um pouco mais de peso na roda da frente, pelo que uma recuperação mais lenta dá mais controlo.

Assim que tirar mais conclusões acrescento qualquer coisa ao tópico...
 

roskoff

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Tens aqui um projecto bem interessante. Eu na minha antiga xcr também fiz um circuito interno de óleo, pois esta não o possuia de origem, mas depois acabei por me fartar do projecto pois a suspensão babava-se toda nos parafusos em baixo e junto aos retentores. Comecei a fazer contas e pensei que mais valia investir noutra suspensão e realmente, comprei uma fox e de origem é completamente outro campeonato ;)
 

MRocha

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A tua XCR devia ser o modelo igual à que comprei usada por 10eur. Se nem os parafusos de baixo aguentam o óleo não há muito a fazer.
Mas esta já é muito diferente; traz cartridge com ajuste externo do rebound de origem e, sem pesar mais, é bem mais rígida. Parece-me tambem que, ou o revestimento das pernas da Duro é de melhor qualidade que as XCR ou então anda por aí muita gente que não tem cuidado nenhum com as XCR. Vêem-se XCR com as pernas todas riscadas e a minha Duro tem-as impecáveis, apesar de lhe dar uns banhos de lama. Tudo bem que as XCR têm camisas de plástico, em vez de casquilhos, em que os grãos de areia se cravam, mas não sei se será só esse o problema...

A única coisa que não gostava mesmo na suspensão era a mola de origem e por causa disso é que começaram as alterações.
A versão de 130mm vem com uma mola mais suave, com a mesma dureza que a que agora coloquei. Só que na altura comprei a versão de 100mm e depois tive que me desenrascar. Entretanto entusiasmei-me:D
 

Marco Nunes

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Boas.
já andei a pesquisar na página da internet da Suntour mas não encontrei uma tabela de pressões/peso para o ar da Camara positiva (Axon). Alguém conhece algum site, ou mesmo no da Suntour, onde procurar? Pode ter sido lapso meu, ou falta de atenção, mas não encontrei nenhuma tabela.

Obrigado.
 

MRocha

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Controla a velocidade de recuperação, abrindo ou fechando um orifício por onde flui o óleo.
Há fotos e uma descrição uns posts atrás.

Iloper, têm-me passado algumas pelas mãos, mas não lhes dediquei tanto tempo. Daqui a uns tempos devo fazer uma análise a outra mais abrutalhada.
 

MRocha

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Normalmente a cartridge não perde óleo, mas se perdesse davas conta pelos pingos no chão.

Estás com algum problema na tua?
 

p_a_u_l_o

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Boas.
Tenho também uma XCR há cerca de mês e meio e ja tá com folga.
Sabém se há solução para me librar desta maldita folga??
 
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