Rotas alternativas no Caminho Interior/Via de la Plata e outros conselhos

edumad

Member
Um amigo convidou-me para irmos a Santiago, entre costa e interior disse logo: interior.
O plano é sairmos dia 31 da Régua.
BTW, descobri hoje que a CP volta a não ser opção. Não se pode levar bike montada na Linha do Douro. Era na Linha do Minho e agora descubro que no Douro tb... O que vale é que não há nada que ver num passeio por estas regiões senão até seria pena... *rant over*

Reparo que existem variações nos tracks gps disponíveis. Uma variante que sai de Verín para Laza e Albergueria até Ourense, e outra que sai de Verín para Trasmiras e Xinzo de Limia até Ourense.
Depois outra opção a sair de Cea: seguir directamente para Dózon ou seguir por Oseira e depois Dózon.

Recomendações quanto a estas opções? Sei que para Oseira terei de pegar na bike à mão por causa do terreno, mas há um grande mosteiro para visitar. Valerá a pena?

Normalmente levo mochila de 30L (até 8 kg com agua e alguma comida), mas estou a ponderar levar uma mais pequena que uso para voltas de um dia ou caminhadas (18L) com mais alguma bagagem na bike. Gosto da ideia de um saco de quadro, mas isso é difícil de encontrar.
Visto que é para fazer sempre no caminho, em cima dela enquanto há skills e power, o que será preferível: porta-bagagens de espigão ou saco no guiador?

Alguém pode partilhar a experiência de usar estas opções?
 

Noddyrize

New Member
Boas amigo.

Não sei se ainda vou a tempo, mas aqui vai: mas já fiz essa parte da Via da Prata 2 vezes, uma a começar em Chaves em direção a Verin e o ano passado optamos por começar em A Gudina em direção a Laza e aconselho vivamente, as paisagens são lindissimas e como começa numa cota superior, desce largooooooo.....
Já em relação à variante por Oseira, um amigo fez por Xinzo de Límia e desaconselhou, pelo que fiz as 2 pelo mosteiro e a subida e a bike à mão no carreiro entre muros rapidamente se esquece, pelos mesmos motivos anteriores, para além do monumental!

Em relação à mochila ou alforges, sendo muito pessoal, fiz em Junho uma grande parte do caminho Francês (5 dias) sempre com mochila e nada a apontar, mas é como digo, somos todos diferentes.

Espero ter ajudado,
Bom Caminho!!
A.S.
 

edumad

Member
Aqui fica uma espécie de relatório de viagem...

Saímos de Vila Real em vez da Régua, ainda demorou a sairmos da estrada, mas assim que isso acontece estamos em bons trilhos e pequenas aldeias.
A muita pedra que veríamos pelo caminho aparece cedo. Velhos caminhos medievais e romanos que, quase sempre impracticáveis, são na mesma interessantes.
A paisagem torna-se bela depois de Vilarinho da Samardã quando se circula pela ecopista até Vila Pouca de Aguiar. Daqui até Pedras Salgadas, muito tempo entre campos e caminhos que acusam a falta de movimento, mas são na mesma óptimos de fazer em BTT. Visitamos o parque e ficamos a pensar onde arranjarão a água para vender pois nos cursos de água não se vê nada.
Depois dum bocado na N2 onde as setas desaparecem, elas finalmente mandam sair e descer para Vidago. Single tracks e caminhos pouco usados e com alguma vegetação, mas boa adrenalina e a parte final a chegar a Vidago é bem agradável.
Ficamos nos B V Vidago, condições excelentes e muito simpáticos, grande dica para jantar. Camarata só para nós. Peregrinos no primeiro dia - 0.

De Vidago a Redial sempre por estrada e a subir, uma seta amarela manda sair da estrada quando estamos quase no topo. Andamos um bom bocado a descer, mas não se viam mais setas. Lá voltamos à estrada que o track nos mandava seguir, mas tapamos a seta para que mais ninguém se engana-se. Depois do topo vem caminhos rolantes que são um prazer até à entrada de Chaves. E a uvas no caminho... delicia.
Em Chaves comemos 3 pasteis, e mais um pra levar oferecido pela dona do estabelecimento. Fresquinhos e deliciosos, comprados junto ao Castelo. Bom karma?
Saindo de Chaves, sob um calor enorme, foi sofrer em estrada até Verín. De longe a parte menos agradável do caminho. Demasiada estrada e paisagem pouco interessante apenas melhorada pelas aldeias.
Ficamos no albergue à saída de Verín, a antiga casa de um cavaleiro de Santiago, mais uma vez excelentes condições e só para nós. Ainda zero peregrinos.

Em Verín visitamos o Castelo de Monterei, deixamos as bikes no sopé do monte e fomos a pé. Grande inclinação, mas vale a visita.
Atiramos literalmente a moeda ao ar e seguimos pela variante sul por Xinzo de Limia e Allariz em vez de Laza.
Primeiros quilómetros fáceis e desinteressantes em estrada. Depois as setas desviam-se do track gps e levam-nos por caminhos entre campos e mais deliciosa fruta. Retardamos a subida, mas ela veio e bem forte. Bem bruta, mas mais interessante que o track que nos levaria por estrada. Depois de um pausa, a subida volta e com mais calor do meio-dia, já estamos bem fartos dela. O alívio veio com uns single tracks bem puxados com demasiado vegetação a chegar a Villaderey. Em Trasmiras a recomendação leva-nos a um restaurante com camiões à porta, bom sinal que se provou correcto. Bem almoçados, felizmente seguiríamos por trilhos fáceis na planície até Xinzo. Em Xinzo, paramos para abastecimentos num supermercado. À porta um marco diz 149 km para Santiago, o ciclocomputador marca o mesmo. Daí segue-se demasiada estrada até que entramos no concelho de Allariz, com óptimos single tracks e caminhos a lembrar a geira romana. Do melhor no caminho todo. Allariz foi uma surpresa agradável. Cidade pequena muito bonita super bem conservada. Vale a pena circular e ver as vistas. Informado de que não havia albergue fomos ao posto de informação turistica onde nos informaram que estávamos enganados, havia sim "e não deve estar cheio". Depois de trocar impressões sobre a beleza do norte de Portugal e recomendações de restaurantes em Esposende, lá subimos a cidade para o albergue. Situado num antigo convento de freiras, deram-nos as chaves, que depois as deixa-se-mos e o donativo na porta ao lado. Mais uma vez zero peregrinos e albergue só para nós.

De manhã fomos para a uma pastelaria portuguesa com uma portuguesa ao balcão, lá se foi o arranque cedo que planeávamos, em troca tivemos uma boa conversa e deliciosos bolos. De Allariz até Pereiras, onde as variantes da sul e norte da VdLP, se encontram foi mais uma vez por caminhos e single-tracks. Sem dúvida esta secção na zona de Alllariz ficou a nossa favorita.
A chegar a Ourense na zona industrial avistámos os primeiros peregrinos. Com certeza provenientes da variante norte. Como nas outras cidades anteriores (Vila Real, Chaves, Verín, Allariz) as setas e placas perdem-se em Ourense. Deambulámos pelo centro da cidade. Com a catedral fechada visitamos os claustros junto ao albergue e comemos umas tapas deliciosas no centro.
Depois da ponte apanhamos setas que nos levavam bem longe do tracks gps, seguimo-las por estradas movimentadas até que nos levam a desviar em direcção ao monte. Subimos durante quase 2 km a 21% média, a inclinação não era tão incómoda como as moscas. Pequenos diabos pretos que se penduravam à frente dos olhos.
Depois desta subida abandona-se a estrada e segue-se por caminhos amplos entre floresta. Passamos pela Casa César onde o senhor nos chama para compartilhar histórias. Ficamos impressionados com a parafernália de recordações que caminhantes e ciclista iam deixando. Vale bem a pena uma pausa e dois dedos de conversa.
Chegamos a Cea com uma boa mistura de trilho e estrada nas pernas. Em Cea nota-se a pressão comercial sobre os peregrinos e não agrada nada. Finalmente ficamos num albergue com meia-dúzia de peregrinos incluindo dois bicigrinos que tinham feito em um o que nos tinha levado dois dias.

De Cea não havia dúvidas seguimos para Oseira, com bons caminhos florestais e bastante pedra à mistura chegamos bem frescos da descida em estrada, ao mosteiro de Oseira. Sem dúvida impressionante pela dimensão, é também interessante porque fica escondido num dos muitos pequenos vales. Fizemos uma visita guiada pela monge que nos explicou a história do edifico e da ligação cistersense com Alcobaça. Muito interessante. Saímos de Oseira imediatamente a subir para umas belas vistas sobre o convento. Rapidamente entramos em caminhos que mais pareciam leitos de riachos secos. Pedra e mais pedra, subindo e subindo. Mete a Labruja no bolso e oferece melhores vistas.
Eventualmente temos de descer e mesmo aqui é mais pedra, às vezes por caminhos que nem de cabras são, tão densa é a vegetação e mau o piso. A descer prende-se o volante numa silva e a seguir malho um OTB. Esfolado e de joelho pisado sigo paulatinamente até a Gouxa, para no café da terra para meter gelo. Aqui ainda se serve o vinho na malga e se enche uma garrafinha pró almoço.

A chegar a Dozón reparo que se me rebentou um raio. Não está muito mau e como é estrada seguimos para almoçar em Santo Domingo.
Tarjeta? No. Temos ao todo 9,68€ e o MB é em Lalín a 10km, dizem-nos. Una sopa e um bocadillo? Sí. Vou ver o que posso fazer à roda com a ajuda de um bicigrino colombiano que entretanto chega ao restaurante (mais um com camiões à porta). Chego à mesa temos 2 litros de sopa, pão, jarra de vinho e tortilla. Saímos de lá de barriga cheio e carteira vazia.
Ficamos em Silleda depois de uma mistura boa de trilhos e estrada. Algo que tem acontecido desde Allariz. O albergue publico estava fechado, e ficamos num privado. Camas e quarto só para nós, sem limite horário e com wifi por 8€ foi bom achado.

Saímos de Silleda com bastante frio, mas os quilómetros eram fáceis e rápidamente chegamos a Ponte Ulla, onde novamente encontramos o colombiano. Conversamos durante um café com leche para aquecer. Vem sózinho desde Zamora e com 15kg nos alforges a subida em Ourense custou bastante...
Seguimos caminho com uma subida razoável a começar que custa mais pelo alongar dos dias do que pela dureza em si. Desde de que a quilometragem baixou aos dois digitos que não se veêm as placas nos marcos. No entanto sabemos que estamos perto, e eventualmente uma subida mostra-nos as torres da catedral de Santiago.
Já nos arredores da cidade encontramos o colombiano e seguimos juntos, devagar, a cumprimentar os peregrinos, agora mais frequentes. Uma dura subida final e estamos nas ruas movimentadas do centro da cidade. Chegamos à praça, no ambiente estranho da multidão, depois de dias tranquilos passados quase sempre em cenários bucólicos.
Felicitações e as obrigatórias selfies.

Foram 6 dias, mais do que esperava, e sem falsa modéstia, mais do que a minha preparação exigia. Podia-se fazer mais rápido, podia... mas não era a mesma coisa.

Sobre este caminho versus o central (desde o Porto). Mais duro, mais pedra, mais subidas, subidas longas, mais secções longas de estrada. Mais belo, mais pontos de água canalizada, trilhos mais interessantes, muito mais pacato, mais pequenas aldeias, mais história bem preservada.

Usei um saco no selim e mochila às costas. O pouco peso nas costas fez com que nunca fosse um incómodo, apenas se sua um pouco mais por aí. Comprei um dry-bag que com um elástico e um mosquetão ficou sempre bem fixo. Pus o saco das ferramentas junto ao guiado para equilibrar a bike.
 

edumad

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Aqui fica uma espécie de relatório de viagem...

Saímos de Vila Real em vez da Régua, ainda demorou a sairmos da estrada, mas assim que isso acontece estamos em bons trilhos e pequenas aldeias.
A muita pedra que veríamos pelo caminho aparece cedo. Velhos caminhos medievais e romanos que, quase sempre impracticáveis, são na mesma interessantes.
A paisagem torna-se bela depois de Vilarinho da Samardã quando se circula pela ecopista até Vila Pouca de Aguiar. Daqui até Pedras Salgadas, muito tempo entre campos e caminhos que acusam a falta de movimento, mas são na mesma óptimos de fazer em BTT. Visitamos o parque e ficamos a pensar onde arranjarão a água para vender pois nos cursos de água não se vê nada.
Depois dum bocado na N2 onde as setas desaparecem, elas finalmente mandam sair e descer para Vidago. Single tracks e caminhos pouco usados e com alguma vegetação, mas boa adrenalina e a parte final a chegar a Vidago é bem agradável.
Ficamos nos B V Vidago, condições excelentes e muito simpáticos, grande dica para jantar. Camarata só para nós. Peregrinos no primeiro dia - 0.

De Vidago a Redial sempre por estrada e a subir, uma seta amarela manda sair da estrada quando estamos quase no topo. Andamos um bom bocado a descer, mas não se viam mais setas. Lá voltamos à estrada que o track nos mandava seguir, mas tapamos a seta para que mais ninguém se engana-se. Depois do topo vem caminhos rolantes que são um prazer até à entrada de Chaves. E a uvas no caminho... delicia.
Em Chaves comemos 3 pasteis, e mais um pra levar oferecido pela dona do estabelecimento. Fresquinhos e deliciosos, comprados junto ao Castelo. Bom karma?
Saindo de Chaves, sob um calor enorme, foi sofrer em estrada até Verín. De longe a parte menos agradável do caminho. Demasiada estrada e paisagem pouco interessante apenas melhorada pelas aldeias.
Ficamos no albergue à saída de Verín, a antiga casa de um cavaleiro de Santiago, mais uma vez excelentes condições e só para nós. Ainda zero peregrinos.

Em Verín visitamos o Castelo de Monterei, deixamos as bikes no sopé do monte e fomos a pé. Grande inclinação, mas vale a visita.
Atiramos literalmente a moeda ao ar e seguimos pela variante sul por Xinzo de Limia e Allariz em vez de Laza.
Primeiros quilómetros fáceis e desinteressantes em estrada. Depois as setas desviam-se do track gps e levam-nos por caminhos entre campos e mais deliciosa fruta. Retardamos a subida, mas ela veio e bem forte. Bem bruta, mas mais interessante que o track que nos levaria por estrada. Depois de um pausa, a subida volta e com mais calor do meio-dia, já estamos bem fartos dela. O alívio veio com uns single tracks bem puxados com demasiado vegetação a chegar a Villaderey. Em Trasmiras a recomendação leva-nos a um restaurante com camiões à porta, bom sinal que se provou correcto. Bem almoçados, felizmente seguiríamos por trilhos fáceis na planície até Xinzo. Em Xinzo, paramos para abastecimentos num supermercado. À porta um marco diz 149 km para Santiago, o ciclocomputador marca o mesmo. Daí segue-se demasiada estrada até que entramos no concelho de Allariz, com óptimos single tracks e caminhos a lembrar a geira romana. Do melhor no caminho todo. Allariz foi uma surpresa agradável. Cidade pequena muito bonita super bem conservada. Vale a pena circular e ver as vistas. Informado de que não havia albergue fomos ao posto de informação turistica onde nos informaram que estávamos enganados, havia sim "e não deve estar cheio". Depois de trocar impressões sobre a beleza do norte de Portugal e recomendações de restaurantes em Esposende, lá subimos a cidade para o albergue. Situado num antigo convento de freiras, deram-nos as chaves, que depois as deixa-se-mos e o donativo na porta ao lado. Mais uma vez zero peregrinos e albergue só para nós.

De manhã fomos para a uma pastelaria portuguesa com uma portuguesa ao balcão, lá se foi o arranque cedo que planeávamos, em troca tivemos uma boa conversa e deliciosos bolos. De Allariz até Pereiras, onde as variantes da sul e norte da VdLP, se encontram foi mais uma vez por caminhos e single-tracks. Sem dúvida esta secção na zona de Alllariz ficou a nossa favorita.
A chegar a Ourense na zona industrial avistámos os primeiros peregrinos. Com certeza provenientes da variante norte. Como nas outras cidades anteriores (Vila Real, Chaves, Verín, Allariz) as setas e placas perdem-se em Ourense. Deambulámos pelo centro da cidade. Com a catedral fechada visitamos os claustros junto ao albergue e comemos umas tapas deliciosas no centro.
Depois da ponte apanhamos setas que nos levavam bem longe do tracks gps, seguimo-las por estradas movimentadas até que nos levam a desviar em direcção ao monte. Subimos durante quase 2 km a 21% média, a inclinação não era tão incómoda como as moscas. Pequenos diabos pretos que se penduravam à frente dos olhos.
Depois desta subida abandona-se a estrada e segue-se por caminhos amplos entre floresta. Passamos pela Casa César onde o senhor nos chama para compartilhar histórias. Ficamos impressionados com a parafernália de recordações que caminhantes e ciclista iam deixando. Vale bem a pena uma pausa e dois dedos de conversa.
Chegamos a Cea com uma boa mistura de trilho e estrada nas pernas. Em Cea nota-se a pressão comercial sobre os peregrinos e não agrada nada. Finalmente ficamos num albergue com meia-dúzia de peregrinos incluindo dois bicigrinos que tinham feito em um o que nos tinha levado dois dias.

De Cea não havia dúvidas seguimos para Oseira, com bons caminhos florestais e bastante pedra à mistura chegamos bem frescos da descida em estrada, ao mosteiro de Oseira. Sem dúvida impressionante pela dimensão, é também interessante porque fica escondido num dos muitos pequenos vales. Fizemos uma visita guiada pela monge que nos explicou a história do edifico e da ligação cistersense com Alcobaça. Muito interessante. Saímos de Oseira imediatamente a subir para umas belas vistas sobre o convento. Rapidamente entramos em caminhos que mais pareciam leitos de riachos secos. Pedra e mais pedra, subindo e subindo. Mete a Labruja no bolso e oferece melhores vistas.
Eventualmente temos de descer e mesmo aqui é mais pedra, às vezes por caminhos que nem de cabras são, tão densa é a vegetação e mau o piso. A descer prende-se o volante numa silva e a seguir malho um OTB. Esfolado e de joelho pisado sigo paulatinamente até a Gouxa, para no café da terra para meter gelo. Aqui ainda se serve o vinho na malga e se enche uma garrafinha pró almoço.

A chegar a Dozón reparo que se me rebentou um raio. Não está muito mau e como é estrada seguimos para almoçar em Santo Domingo.
Tarjeta? No. Temos ao todo 9,68€ e o MB é em Lalín a 10km, dizem-nos. Una sopa e um bocadillo? Sí. Vou ver o que posso fazer à roda com a ajuda de um bicigrino colombiano que entretanto chega ao restaurante (mais um com camiões à porta). Chego à mesa temos 2 litros de sopa, pão, jarra de vinho e tortilla. Saímos de lá de barriga cheio e carteira vazia.
Ficamos em Silleda depois de uma mistura boa de trilhos e estrada. Algo que tem acontecido desde Allariz. O albergue publico estava fechado, e ficamos num privado. Camas e quarto só para nós, sem limite horário e com wifi por 8€ foi bom achado.

Saímos de Silleda com bastante frio, mas os quilómetros eram fáceis e rápidamente chegamos a Ponte Ulla, onde novamente encontramos o colombiano. Conversamos durante um café com leche para aquecer. Vem sózinho desde Zamora e com 15kg nos alforges a subida em Ourense custou bastante...
Seguimos caminho com uma subida razoável a começar que custa mais pelo alongar dos dias do que pela dureza em si. Desde de que a quilometragem baixou aos dois digitos que não se veêm as placas nos marcos. No entanto sabemos que estamos perto, e eventualmente uma subida mostra-nos as torres da catedral de Santiago.
Já nos arredores da cidade encontramos o colombiano e seguimos juntos, devagar, a cumprimentar os peregrinos, agora mais frequentes. Uma dura subida final e estamos nas ruas movimentadas do centro da cidade. Chegamos à praça, no ambiente estranho da multidão, depois de dias tranquilos passados quase sempre em cenários bucólicos.
Felicitações e as obrigatórias selfies.

Foram 6 dias, mais do que esperava, e sem falsa modéstia, mais do que a minha preparação exigia. Podia-se fazer mais rápido, podia... mas não era a mesma coisa.

Sobre este caminho versus o central (desde o Porto). Mais duro, mais pedra, mais subidas, subidas longas, mais secções longas de estrada. Mais belo, mais pontos de água canalizada, trilhos mais interessantes, muito mais pacato, mais pequenas aldeias, mais história bem preservada.

Usei um saco no selim e mochila às costas. O pouco peso nas costas fez com que nunca fosse um incómodo, apenas se sua um pouco mais por aí. Comprei um dry-bag que com um elástico e um mosquetão ficou sempre bem fixo. Pus o saco das ferramentas junto ao guiado para equilibrar a bike.
 
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