Boas
Parabéns aos intervenientes, porque é preciso coragem e técnica para atacar certas descidas.
No dia da prova fui dar uma volta na minha BTT, e virei junto às bombas para experimentar o percurso (já conhecido para mim, mas noutra perspectiva), aquela subida aqueceu bem a máquina, não é difícil tecnicamente, porque se fosse eu não a subia sentado (caia e empurrava), o pior foi mesmo a descida, montes de calhaus soltos (vai piorando com os anos). Ao chegar à estrada virei para cima e perdi o percurso... só o apanhei junto à estrada que vem de Palmela, onde os participantes dos 70 km tinham um belo castigo, uma rampa com mais de 25% em pedra solta (percurso que apanhei em competição mas de atletismo, numa maratona da arrábida - a descer a pique - não tenho jeito para descer nem a correr nem de bicicleta)
Segui até ao ponto de inversão dos 35 km, onde fiquei a saber que afinal que ainda não tinham passado, a partida tinha sido atrasada cerca de 45 minutos. Acabei por não esperar e desci a rampa junto aos controladores e segui para a Comenda passando pela Aldeia Grande e vi as fitas que estavam junto ao ribeiro, só percebi onde iam dar hoje quando fiz o reconhecimento do percurso da comenda dos 70 km, em sentido inverso, montado no meu par de ténis e sem abastecimento e depois das 11:30. Passo o portão atravesso o ribeiro e apanho uma subida que para mim é uma velha conhecida, quando treinava para as provas de montanha de atletismo fazia aquele percurso todos os dias. Na parte mais dura da subida vinha um BTTista a descê-la (sinceramente não gosto de a descer a correr, e de bicicleta nem pensar), talvez estivesse a fazer o mesmo que eu. Como ia em sentido inverso, as fitas não fazem tanto sentido e perdi-me junto "ao coice da mula" apelido que um amigo meu deu a uma parede sem saída, onde fazíamos o baptismo dos novos atletas da equipa. Voltei ao percurso e mais uma subida para mim... e a descida que correspondia à vossa subida da encosta aos S em pedra solta. Acabei por descobrir um atalho que ligava a uma das minhas subidas preferidas (obrigado que assim já não passo na estrada), segui o caminho que ligava à estrada. Estava mesmo um calorão, como devia estar no domingo naquela zona. Voltei ao corta mato, onde subi a rampa que nunca mais acabava, já na alto lá estava o tal trail que mal cabe alguém em pé quanto mais de bicicleta, desci depois pela rampa (esta já bem conhecida, deve ser uma das zonas mais bonitas da serra, depois de tanto sacrifício a subir ver aquele planalto lá em cima, faz valer a pena o esforço). Atravessei o ribeiro passei a vala e junto à casa abandonada já com mais de uma hora de corrida ainda quis ver se tinham vindo do portão, e lá foi mais uma dose até ao portão. Comenda 1:30 de corrida para quase 15 km, bem durinhos, recomendava este percurso para qualquer prova de montanha seja de BTT ou de atletismo (aqui alguns colegas meus iam pedir a minha cabeça, diziam logo que eu era maluco em trazê-los para ali).
Parabéns à organização pela escolha do percurso, é preciso coragem para resistir às críticas daqueles que não estão fisicamente preparados para um pouco de esforço, têm sempre a hipótese de saltar da bicicleta e empurrar a correr ou de rastos, como for possível. Pessoalmente não me meti numa destas porque só tenho a BTT à 2 meses, e tenho feito pouco em termos de BTT. Pode ser que para o ano eu melhore a técnica e consiga conciliar as duas modalidades e participar numa destas distâncias (entre fazer 35 km sempre a andar e 70 km a empurrar, logo se vê).
Cumprimentos e parabéns a todos os que terminaram estas provas, a mentalidade deste tipo de provas é mesmo sobreviver e terminar sem nos sentirmos desiludidos, e aceitar as nossas quebras ao nível fisiológico, que são normais em esforços intensos muito... muito prolongados no tempo.
Mário