miguel pinto
Member
"Você não tem direito a medalha, pois é 4º betetista a entrar esta tarde nas urgências deste hospital".
Foi com estas palavras, que um enfermeiro, bem disposto e com um excelente sentido de humor, se dirigiu a mim, quando dei entrada, no dia de ontem (sábado), no serviço de urgência dos HUC.
Felizmente tudo acabou bem e apenas fui suturado com 5 pontos no braço direito, para além de várias escoriações na perna e no ombro direito que, apesar do mau aspecto, continua intacto.
Após uma longa e dificil subida de 3 km ao "Roxo", pelo menos é assim que eu apelido aquela serra, seguiu-se a tão aguardada descida, precisamente pelo mesmo percurso.
Com apenas 1km de descida percorrido, numa zona íngreme e de mau piso (cascalho e empedrado), e apesar das maiores cautelas (não ultrapassei os 30 km hora), a roda da frente resvala e consequentemente sofro uma aparatosa queda.
De imediato, levanto-me e apercebo-me de um golpe profundo no braço direito, junto ao cotovelo e do consequente sangramento com alguma abundância.
Como conheço bem aquela zona, sabendo que estava sozinho e descurando outras possíveis feridas, uma vez que aquela era a única visível, montei novamente a bicicleta, encaixei os sapatos e fiz os restantes 2 km, com uma única preocupação: chegar à antiga Estrada da Beira, pois, mal atingisse a mesma, teria a povoação do Casal da Misarela a cerca de 1km e aí poderia ser socorrido.
Foi o que aconteceu.
Com o braço direito bastante mal tratado e com o sangue a empapar-me a luva da mão direita, paro junto à esplanada do "Café Sol do Mondego" e imediatamente sou ajudado por várias pessoas.
Lavo o braço com água fria, e num curto espaço de tempo, aparece um senhor com um estojo de primeiros-socorros que me limpa a ferida, desinfectando-a com Solução de Eosina.
Entretanto, alguém havia chamado uma ambulância do INEM.
Dentro da ambulância, fazem-me um novo curativo e, enquanto o mesmo é feito, sujeito-me a um valente raspanete por parte do enfermeiro que, apesar de TODA A RAZÃO ESTAR DO SEU LADO, abusou da rispidez para dizer-me que conhecia a descida em causa, e que a mesma jamais deveria ser feita de forma solitária, citando a titulo de exemplo, o caso de um primo que na Serra da Lousã teve uma acidente com uma moto 4 e apenas foi encontrado ao principio da noite.
No serviço de urgência, conheci um praticante de DH que havia sofrido uma queda na descida da Serra da Lousã, tendo deslocado o ombro esquerdo. Perguntei-lhe se estava inscrito no Fórum, tendo o mesmo respondido que não, mas sabendo da existência do mesmo.
Entretanto, já comprei um novo conta-quilómetros da SIGMA, pois o anterior ficou completamente destruído.
Felizmente foi o único estrago material, pois quanto ao resto parece estar tudo bem.
O capacete (santo capacete) ficou com uma pequena amolgadela na parte superior, mas continua perfeitamente utilizável.
Para terminar, quero agradecer de uma forma bastante comovida aos clientes do "Café Sol do Mondego", sito na povoação do Casal da Misarela, e em especial ao senhor que me fez o primeiro curativo, ao senhor que ligou de imediato ao INEM; à senhora que foi buscar uma cadeira e quase me obrigou a sentar, ficando sempre ao meu lado; ao gerente do Café, pela sua inexcedível amabilidade e pelo facto de ter guardado a minha bicicleta, dizendo-me que ficava em excelentes mãos; e finalmente, a um colega de trabalho, natural daquela zona, que, sabendo da minha residência em Coimbra, teve a gentileza de transportar-me a bicicleta para casa, isto depois de eu já ter saído do hospital.
O que se passou ontem à tarde comigo foi uma lição.
Jamais treinarei sozinho, pelo menos nos trilhos.
POR FAVOR, NUNCA TREINEM SÓZINHOS.
APRENDAM COM ESTE MEU ERRO.
Miguel Queirós Pinto
Foi com estas palavras, que um enfermeiro, bem disposto e com um excelente sentido de humor, se dirigiu a mim, quando dei entrada, no dia de ontem (sábado), no serviço de urgência dos HUC.
Felizmente tudo acabou bem e apenas fui suturado com 5 pontos no braço direito, para além de várias escoriações na perna e no ombro direito que, apesar do mau aspecto, continua intacto.
Após uma longa e dificil subida de 3 km ao "Roxo", pelo menos é assim que eu apelido aquela serra, seguiu-se a tão aguardada descida, precisamente pelo mesmo percurso.
Com apenas 1km de descida percorrido, numa zona íngreme e de mau piso (cascalho e empedrado), e apesar das maiores cautelas (não ultrapassei os 30 km hora), a roda da frente resvala e consequentemente sofro uma aparatosa queda.
De imediato, levanto-me e apercebo-me de um golpe profundo no braço direito, junto ao cotovelo e do consequente sangramento com alguma abundância.
Como conheço bem aquela zona, sabendo que estava sozinho e descurando outras possíveis feridas, uma vez que aquela era a única visível, montei novamente a bicicleta, encaixei os sapatos e fiz os restantes 2 km, com uma única preocupação: chegar à antiga Estrada da Beira, pois, mal atingisse a mesma, teria a povoação do Casal da Misarela a cerca de 1km e aí poderia ser socorrido.
Foi o que aconteceu.
Com o braço direito bastante mal tratado e com o sangue a empapar-me a luva da mão direita, paro junto à esplanada do "Café Sol do Mondego" e imediatamente sou ajudado por várias pessoas.
Lavo o braço com água fria, e num curto espaço de tempo, aparece um senhor com um estojo de primeiros-socorros que me limpa a ferida, desinfectando-a com Solução de Eosina.
Entretanto, alguém havia chamado uma ambulância do INEM.
Dentro da ambulância, fazem-me um novo curativo e, enquanto o mesmo é feito, sujeito-me a um valente raspanete por parte do enfermeiro que, apesar de TODA A RAZÃO ESTAR DO SEU LADO, abusou da rispidez para dizer-me que conhecia a descida em causa, e que a mesma jamais deveria ser feita de forma solitária, citando a titulo de exemplo, o caso de um primo que na Serra da Lousã teve uma acidente com uma moto 4 e apenas foi encontrado ao principio da noite.
No serviço de urgência, conheci um praticante de DH que havia sofrido uma queda na descida da Serra da Lousã, tendo deslocado o ombro esquerdo. Perguntei-lhe se estava inscrito no Fórum, tendo o mesmo respondido que não, mas sabendo da existência do mesmo.
Entretanto, já comprei um novo conta-quilómetros da SIGMA, pois o anterior ficou completamente destruído.
Felizmente foi o único estrago material, pois quanto ao resto parece estar tudo bem.
O capacete (santo capacete) ficou com uma pequena amolgadela na parte superior, mas continua perfeitamente utilizável.
Para terminar, quero agradecer de uma forma bastante comovida aos clientes do "Café Sol do Mondego", sito na povoação do Casal da Misarela, e em especial ao senhor que me fez o primeiro curativo, ao senhor que ligou de imediato ao INEM; à senhora que foi buscar uma cadeira e quase me obrigou a sentar, ficando sempre ao meu lado; ao gerente do Café, pela sua inexcedível amabilidade e pelo facto de ter guardado a minha bicicleta, dizendo-me que ficava em excelentes mãos; e finalmente, a um colega de trabalho, natural daquela zona, que, sabendo da minha residência em Coimbra, teve a gentileza de transportar-me a bicicleta para casa, isto depois de eu já ter saído do hospital.
O que se passou ontem à tarde comigo foi uma lição.
Jamais treinarei sozinho, pelo menos nos trilhos.
POR FAVOR, NUNCA TREINEM SÓZINHOS.
APRENDAM COM ESTE MEU ERRO.
Miguel Queirós Pinto