PORTUGAL o pior pais para viver....

Mach 4

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Pois é meus amigos, isto está a aquecer...e de que maneira.

Tenho a impressão que isto vai rebentar como no 25 de Abril - pelos militares.
Quando começo a ver sinais vindos das nossas forças armadas, como os que estou a pressentir agora, é mesmo sinal que algo em grande pode estar para acontecer.
Eu já disse várias vezes que não pode ser assim que se vai pagar a factura ao FMI. Também já disse que não temos mais tempo para esperar por umas medidas tomadas em cima do joelho sem o minimo de estudos bem feitos.
Vai ser impossivel cumprir com as metas do défice, assim como muitas outras. O governo continua a insistir nos impostos depois de saber que o povo SABE que ainda existe muita gordura para cortar do lado da despesa. Eles (governo) sabem muito bem disso, o que é muito grave, pois o povo também sabe que eles sabem e que não se estão minimamente a esforçar para fazerem o que deve ser feito.
O povo ignorante abriu os olhos...
 

miguelcarromeu

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Há que saber interpretar nas entrelinhas; repararam quais foram dois dos ministérios cujos orçamentos respectivos irão aumentar? - Administração Interna e Segurança Social.

Compreendem o "alcance", certo? ;)
 

Mach 4

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miguel, na Grécia fizeram o mesmo com as forças policiais, foram das poucas classes a ser afectadas nos seus salários.
Claro que se percebe que numa altura destas os governos tem de ficar com as forças de autoridade e da defesa nacionais do seu lado, mas olha que mesmo assim isso apenas pode serenar um pouco as coisas porque eles também tem familias e não devem estar a gostar de ver muita injustiça. E apesar do seu dever e juramento eles são portugueses de carne osso como nós.
 

miguelcarromeu

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Acredito, mas sabes que psicologicamente é logo um travão: "vamos reclamar porquê, se fomos dos poucos beneficiados".

Mas as forças policiais, eu dou de barato, pois até acho que são profissionais mal pagos (alguns); espero é que não se lembrem de aumentar desmesuradamente as forças armadas (Exército, Marinho e Força Aérea).

E também lamento que a Segurança Social vá servir de capote para continuar a amamentar os RSI's das etnias e dos sub-sarianos.
 

Mach 4

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Eu concordo com isso que estás a dizer mas por outro lado acho também que se a S.Social retirar esse capote vamos ter muito mais roubos á mão armada, assaltos a casas, furtos em pleno dia, etc. É para lá que caminhamos, não tenhas a menor dúvida.
Á uns 15 dias atrás um individuo estava na fila de uma caixa do "Pingo Doce", aqui bem perto de onde eu moro, e quando chegou a vez dele em vez de dinheiro apresentou uma pistola á rapariga da caixa. Ela ainda resistiu, mas depois de o ver a fazer um disparo de aviso para o tecto para mostrar que não estava a brincar, sacou o dinheiro e fugiu. O buraco ainda está lá para confirmar o sucedido. Isto está mau mas com cortes desses radicais pode ficar muito pior com várias represálias.
 

qmark

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Anualmente vai tanto para o RSI como vai para a RTP. Aqui têm um exemplo de uma gordura.

Os tipos das forças armadas que não tenham ideias só porque têm armas para brincar. A NATO tratava-lhes do pelo, nunca permitiriam um golpe de estado num pais com órgãos democraticamente eleitos.
 

anarciso

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Isso depende, se o Povo todo se juntasse ás tropas como no 25 de Abril faziam o quê? matavam a malta toda? Todos os dias são bons para se morrer!
 

luisms

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Pelos vistos a culpa dos buracos são "sempre dos outros". Os militares também tem família e TAMBEM JA LEVARAM MAIS CORTES QUE OS OUTROS TODOS (assim como os restantes Funcionários Públicos). Os Militares são pessoas como as outras, também andamos de bicicleta e vemos o sofrimento dos outros. E, para quem não sabe, os militares só são "funcionários públicos" para o que convêm ao (des)governo. Agora pergunto aos entendidos da matéria, que aqui no fórum temos montes, o buraco vem dos mais pequenos ou dos mais grandes? Sou eu que me apresento ao serviço a tempo e horas e que saio sempre depois da hora que prejudico o País? Se não estivesse cá eu não teria outro agarrado a oportunidade? Então porque metem sempre a culpa nos "funcionários públicos", atenção que não estou a defender os que mais podem, quando são eles que vos ensinaram a escrever (professores), que vos auxiliaram quando caíram de bike (enfermeiros e médicos), que vos fazem o IRS quando não têm paciência (repartições de finanças) mas estes tem de ter porque recebem balúrdios, and so on. Muito se poderia escrever sobre este tema. Mas uma coisa temos de mudar, é não olhar para os outros que fizeram por merecer o lugar que ocupam. Sou 1º Sargento da Força Aérea, fiz testes para entrar, não concorri sozinho nem tenho "cunhas". Faço o meu trabalho para que me pagam e ainda mais algum. Por isso é com muita desilusão que olho para os comentários sempre a criticar os outros quando muitos nem fizeram o esforço de lutar por um lugar. Digam aqui quantos é que não queriam um lugar como aqueles que pintam (entrar tarde, não fazer nada, sair cedo, etc) e agora digam, lutaram por isso? Fizeram alguma coisa por isso? Todos temos as nossas funções, se um trabalha menos que o outro é porque é assim (em trabalhos diferentes), mas estão lá para quando for necessário. Por não haver fogos no inverno não quer dizer que não se gaste dinheiro na formação dos bombeiros, não é por não ter um acidente num dia que se devia acabar com eles. O mal deste País está mesmo nos desvarios da ganância e vaidosismo(esta palavra não existe), querermos ter mais que os outros. Temos a melhor distribuição de fibra óptica da Europa, mas temos aldeias sem acesso a ADSL. Temos uma rede viária boa e coloca-se portagens nas aldeias para estarem mais isoladas. Mas o mal é sempre do funcionário público.
 

luisms

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NATO é uma organização do tratado do Atlantico Norte, em que nos fazemos parte. Na parte de eles nos atacarem podes ficar descansado que nao temos petroleo.
 

anarciso

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Olá,
Pois é, acho engraçado quererem que eu que nunca fui pago para gerir nada seja responsável pelas más gestões de quem foi bem pago para gerir. São pagos a peso de ouro para gerir ( governantes, gestores de empresas, bancos etc...) gerem mal isto dá buraco e depois sou eu que nunca fui pago para isso que sou responsável, e ainda por cima querem que aceite isto sem manifestar a minha raiva. A questão nem é pagar, a questão é "Atão isto deu uma tourada do caraças e ninguem é responsável? não vai ninguem preso?" esta para mim é a principal questão, o crime compensa neste País. Só a tiro e à bomba, pode ser uma loucura e não fazer semtido para alguns mas neste momento é o que me vai na alma e digo-o "cambada de ladrões corruptos".
 

miguelcarromeu

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luisms
A culpa é de todos, como por diversas vezes, se referiu. Mas isso não significa que uns não estejam a mais do que outros. E, pegando no exemplo que deste, vais-me dizer que não consegues pensar onde cortar no sector das forças armadas?

Claro que sabes; sabes bem o ridículo que é o número de generais, aliás, a quantidade de oficiais. Poderás também dizer-me o que faz um oficial das forças armadas no dia-a-dia? E já agora, um praça, que faz o dia inteiro - por exemplo, os que estão ali na Ajuda, ou os que estão na Praça do Comércio? Também podemos perguntar a 1 ou 2 enfermeiras que conheço do EMFA, em Alfragide.

É triste porque eu sei que quem vai levar por tabela são os menos graduados, ou seja, como em tudo, vai começar de baixo para cima; isto para manter os número de oficiais que temos. Para continuar a poder manter lugares da Academia da FA reservados para apelidos como Sotto Mayor ou Mourato Nunes.
 

jm.cruz

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Venho expressar a minha opinião, em relação a essa classe politica que só olha para o umbigo deles. Quando cortaram os subsidios, a muito custo ainda aceitei pois o pais está mal coisa e tal, e temos que sofrer todos. Depois do anuncio deste orçamento é mais do mesmo, e ainda dizem afinal não chega. Então e que tal diminuir a despesa, e porque não reduzir o salarios dos deputados, dos ministros, do primeiro ministro do presidente da republica, dos gestores que não gerem ***** nenhuma. Porque não acabarem com os subsidios para as fundações..

Peço desculpa aos moderadores, mas tenho que escrever isto.

""VÃO-SE FODER"

E quando houver eleições, meus amigos não vou faltar. Mas podem querer o boletim de voto escrevo a minha indignação porque são todos iguais.

"VÃO-SE FODER"


Desculpem o desabfo.
 

luisms

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Nem mais, foi isso que me quis referir, não são os que mostram a cara no dia a dia (os que levam com o nosso mau feitio) que merecem os maiores cortes. A má gestão e o querer mais e mais foi o que levou o País ao estado em que estamos. Quanto a matar os que roubaram, podes cortar uma arvore pelo tronco mas os rebentos com agua crescem novamente.
 

ernez

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Sabem quem é culpado disto tudo, são os sindicatos, a quem se paga milhões e depois andam em compadrios com as inteligencias do governo a papar isto tudo, eu não concorda quando se diz que todos são culpados, não é verdade, por exemplo, numa empresa que é mal gerida por um gestor, e que pede insolvencia, fui eu o culpado! ou é ele e o stafe dele pagos a peso de ouro, o povo tem andado a ser enganado, isso sim, enganado, porque ainda não nasceu aquele que consegue ler mentes, e mesmo que exista é uma minoria sem palavra, é pá, para dizer tudo tinha que carregar umas centenas de páginas, abraço.
 

anarciso

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Somos a primeira pessoa do plural
Estamos tão perto uns dos outros. Somos contemporâneos, podemos juntar-nos na mesma frase, conjugarmo-nos no mesmo verbo e, no entanto, carregamos um invisível que nos afasta. Ouvimos os vizinhos de cima a arrastarem cadeiras, a atravessarem o corredor com sapatos de salto alto, a sua roupa molhada pinga sobre a nossa roupa a secar; ouvimos a voz dos vizinhos de baixo, dão gargalhadas, a nossa roupa molhada pinga sobre a roupa deles a secar; cheiramos as torradas dos vizinhos do lado, ouvimo-los a chamar o elevador e, no entanto, o nosso maior problema não é apenas não nos reconhecermos na rua. O nosso problema grande é estarmos convencidos que os problemas deles não nos dizem respeito. A nossa tragédia é acharmos que não temos nada a ver com isso.

Há três ou quatro anos, caminhava com um conhecido no aeroporto. De repente, ouviu-se um estalido. Ele agarrou-se ao peito com as duas mãos, caiu de joelhos e, pálido, esperou por morrer. Não morreu. Tinha-lhe rebentado um isqueiro no bolso da camisa. Aliviado, encostado a um balcão, a beber um copo de água, explicou que esse ardor repentino e esse susto pareceram-lhe um ataque cardíaco. Nunca tinha tido um ataque cardíaco antes, por isso confiou em descrições vagas, a que nunca tinha realmente prestado muita atenção.

Há alguns anos também, talvez um pouco mais do que três ou quatro, tinha acabado de participar num jantar cordial, reconfortante. Toda a gente estava bem disposta, à porta dos anfitriões, longa despedida, graças, à espera de táxi. De repente, tocou o telefone de um senhor com quem tinha estado a conversar durante todo o serão. Ninguém reparou nesse telefonema até ao momento em que o senhor começou a chorar convulsivamente. Ficámos todos a olhar sem saber como chegar até ele. Tínhamos braços, estendíamo-los na sua direcção, mas continuavam distantes.

Irritamo-nos com a existência uns dos outros. Fazemos sinais de luzes àquele homem com setenta anos, num carro dos anos setenta, que anda a setenta quilómetros por hora na auto-estrada. Contrariados, esperamos por aquela pessoa que atravessa a passadeira, enchemos as bochechas de ar e sopramos. Impacientes, batemos no volante. Daí a minutos, depois de estacionarmos o carro, somos essa pessoa a atravessar a passadeira. Da mesma maneira, daqui a algum tempo, não muito, seremos esse homem com setenta, dos setenta, a setenta. O tempo passa. Se deitarmos lixo para o chão, alguém o apanhará.

Um amigo que teve um AVC, que passou por uma reabilitação profunda, que enfrentou a morte e a paralisia, depois de anos de fisioterapia, depois de esforço gigante e sofrimento gigante, falou-me da forma como esse susto muda tudo. Passa-se a apreciar aquilo que realmente importa. A imensa maioria das preocupações transformam-se em luxos ridículos, desprezíveis, alimentados pela cegueira. Após essa experiência de quase morte, ganha-se uma nitidez invulgar, que, no entanto, esteve sempre lá. Para percebê-la, bastava levar a sério a promessa de transitoriedade de tudo e, também, levar a sério essa palavra, esse planeta: o amor. Ao ouvi-lo, fui capaz de entender aquilo que dizia. Depois, também fui capaz de entender quando me disse: mas, sabes, ao fim de algum tempo, esquecemo-nos, voltamos a tomar tudo por garantido e voltamos a cometer os mesmos erros.

Repito para mim próprio: estamos tão perto uns dos outros. Não há nenhum motivo para acreditarmos que ganhamos se os outros perderem. Os outros não são outros porque levam muito daquilo que nos pertence e que só pode existir sendo levado por eles. Eles definem-nos tanto quanto nós os definimos a eles. Eles são nós. Eles somos nós. Se tivermos essa consciência, podemos usar todo o seu tamanho. Mesmo que pudéssemos existir sozinhos, de olhos fechados, com os ouvidos tapados, seríamos já bastante grandes, mas existe algo muito maior do que nós. Fazemos parte dessa imensidão. Somos essa imensidão que, vista daqui, parece infinita.

José Luís Peixoto, in revista Visão (Dezembro 2011)
 

Mach 4

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Este texto também é muito bom e contém muita verdade, mas não vou mostrar o nome do seu autor apenas porque é pessoa particular com profissão independente e podiam achar que eu poderia estar a fazer algum tipo de propaganda.


"O tempo de comprar o que não necessitamos, com o dinheiro que não temos, para mostrar aos amigos que não nos ligam, acabou!"



A trapeira de Job

"Isto que eu vou dizer vai parecer ridículo a muita gente, m
as houve um tempo em que as pessoas se lembravam, ainda, da época da infância, da primeira caneta de tinta-permanente, da primeira bicicleta, da idade adulta, das vezes em que se comia fora, do primeiro frigorífico e do primeiro televisor, do primeiro rádio, de quando tinham ido ao estrangeiro.
Houve um tempo em que, nos lares, se aproveitava para a refeição seguinte o sobejante da refeição anterior, em que, com ovos mexidos e a carne ou peixe restante, se fazia "roupa velha". Tempos em que as camisas iam a mudar o colarinho e os punhos do avesso, assim como os casacos, e se tingia a roupa usada, tempos em que se punham meias-solas com protectores.

Tempos em que ao mudar-se de sala se apagava a luz, tempos em que se guardava o "fatinho de ver a Deus e à sua Joana".

E não era só no Portugal da mesquinhez salazarista. Na Inglaterra dos Lordes, na França dos Luíses, a regra era esta. Em 1945 passava-se fome na Europa, a guerra matara milhões e arrasara tudo quanto a selvajaria humana pode arrasar.
Houve tempos em que se produzia o que se comia e se exportava. Em que o País tinha uma frota de marinha mercante, fábricas, vinhas, searas.

Veio depois o admirável mundo novo do crédito. Os novos pais tinham como filhos uns pivetes tiranos, exigindo malcriadamente o último modelo de mil e um gadgets e seus consumíveis, porque os filhos dos outros também
tinham. Pais que se enforcavam por carrões de brutal cilindrada para os encravarem no lodo do trânsito e mostrarem que tinham aquela extensão motorizada da sua potência genital. Passou a ser tempo de gente em que
era questão de pedigree viver no condomínio fechado, e sobretudo dizê-lo, em que luxuosas revistas instigavam em couché os feios a serem bonitos, à conta de spas e de marcas, assim se visse a etiqueta, em que a beautiful people era o símbolo de status, como a língua nos cães para a sua raça.
Foram anos em que o Campo se tornou num imenso ressort de Turismo de Habitação, as cidades uma festa permanente, entre o coktail party e a rave. Houve quem pensasse até que um dia os Serviços seriam o único emprego futuro ou com futuro.

O país que produzia o que comíamos ficou para os labregos dos pais e primos parolos, de quem os citadinos se envergonhavam, salvo quando regressavam à cidade dos fins de semana com a mala do carro atulhada do que não lhes custara a cavar e às vezes nem obrigado.

O país que produzia o que se podia transaccionar, esse, ficou com o operariado da ferrugem, empacotados como gado em dormitórios, e que os víamos chegar mortos de sono logo à hora de acordarem, as casas verdadeiras bombas-relógio de raiva contida, descarregada nos cônjuges, nos filhos, na idiotização que a TV tornou negócio.
Sob o oásis dos edifícios em vidro, miragem de cristal, vivia o mundo subterrâneo de quantos aguentaram isto enquanto puderam,a sub-gente.

Os intelectuais burgueses teorizavam, ganzados de alucinação, que o conceito de classes sociais tinha desaparecido. A teoria geral dos sistemas supunha que o real era apenas uma noção, a teoria da informação substituía os cavalos-força da maquinaria pelos megabytes de RAM da computação universal. Um dia os computadores tudo fariam, o Ser-Humano tornava-se um acidente no barro de um oleiro velho e tresloucado que, caído do Céu, morrera pregado a dois paus, e que julgava chamar-se Deus, confundindo-se com o seu filho e mais uma trinitária pomba.

Às tantas, os da cidade começaram a notar que não havia portugueses a servir à mesa, porque estávamos a importar brasileiros, que não havia portugueses nas obras, porque estávamos a importar negros e eslavos.

A chegada das lojas-dos-trezentos já era alarme de que se estava a viver de pexisbeque, mas a folia continuava. A essas sucedeu a vaga das lojas chinesas, porque já só havia para comprar «balato». Mas o festim prosseguia e à sexta-feira as filas de trânsito em Lisboa eram o caos e até ao dia quinze os táxis não tinham mãos a medir.
Fora disto, os ricos, os muito ricos, viram chegar os novos ricos. O ganhão alentejano viu sumir o velho latifundário absentista pelo novo turista absentista com o mesmo monte mais a piscina e seus amigos, intelectuais, claro, e sempre pela reforma agrária, e vai um uísque de malte, sempre ao lado do povo, e já leu o New Yorker?

A agiotagem financeira, essa, ululava. Viviam do tempo, exploravam o tempo, do tempo que só ao tal Deus pertencia, mas, esse, Nietzsche encontrara-o morto em Auschwitz. Veio o crédito ao consumo, a Conta-Ordenado, veio tudo quanto pudesse ser o ter sem pagar. Porque nenhum Banco quer que lhe devolvam o capital mutuado, quer é esticar ao máximo o lucro que esse capital rende. Aguilhoando pela publicidade enganosa os bois que somos nós todos, os Bancos instigavam à compra, ao leasing, ao renting, ao seja como for desde que tenha e já, ao cartão, ao descoberto-autorizado.

Tudo quanto era vedeta deu a cara, sendo actor, as pernas, sendo futebolista, ou o que vocês sabem, sendo o que vocês adivinham, para aconselhar-nos a ir àquele Balcão bancário buscar dinheiro, vendermo-nos ao dinheiro, enforcarmo-nos na figueira infernal do dinheiro. Satanás ria.
O Inferno começava na terra.

Claro que os da política do poder, que vivem no pau de sebo perpétuo do fazer arrear, puxando-os pelos fundilhos, quantos treparam para o poder, querem a canalha contente. E o circo do consumo, a palhaçada do crédito servia-os. Com isso comprávamos os plasmas mamutes onde eles vendiam à noite propaganda governamental e, nos intervalos, imbelicidades e telefofocadas, que entre a oligofrenia e a debilidade mental a diferença é nula.
E, contentes, cretinamente contentinhos, os portugueses tinham como tema de conversa a telenovela da noite, o jogo de futebol do dia e da noite e os comentários políticos dos "analistas" que poupavam os nossos miolos de pensarem, pensando por nós.
Estamos nisto. Este fim-de-semana a Grécia pode cair. Com ela a Europa. Que interessa?
O Império Romano já caiu também e o mundo não acabou.

Nessa altura, em Bizâncio, discutia-se o sexo dos anjos. Talvez porque Deus se tivesse distraído com a questão teológica, talvez porque o Diabo tenha ganho aos dados a alma do pobre Job na sua trapeira.

O Job que somos grande parte de nós."


 
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