o que é facto é que não existe motivo palpável para chegar lá acima.
muitas vezes nem sei que vou lá acima, acontece por intuição e quando lá chego, reparo que cheguei.
muitas vezes subo apenas para descer, para lá permanecer o tempo que for necessário. o tempo necessário para deixar de sentir o que é "lá" em baixo, para me desprender de tudo aquilo que me afasta da vida e de mim próprio; e tudo aquilo que me afasta de mim próprio não sou eu, são os rails da autoestrada, são também aqueles atalhos que não vão dar a lugar algum ou aquelas luzes que afinal não eram ouro.
eu subo lá acima para chegar, só porque sim. como tudo aquilo que não é palpável, e é muitas vezes fútil; mas são o distanciamento e afastamento que nos ajudam a reencontrarmo-nos e a chegar onde sempre quisemos, àquele sítio que está tão perto, que sempre viveu conosco e que no final é o mais longe, profundo, sombrio e difícil de enfrentar e encarar: nós mesmos!
é por isso que amo a montanha, a dificuldade de chegar lá acima, de me ultrapassar e conquistar, mesmo que seja num dia nublado ou a paisagem afinal não seja a tal, valeu pela viagem.
também em: http://lifetimewar.wordpress.com/category/devaneios/
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