Reconhecimento final - mx100
Ligação Azenha de Cima (km 32) a Martim Branco (km 65).
Hoje lancei o desafio a alguns amigos, para me acompanharem a fazer a verificação final da zona mais dura da prova, a ligação entre Azenha de Cima e Martim Branco. É de facto uma zona de grande dureza, mas com beleza equivalente. Já dizem os americanos, "no pain, no gain", neste caso o ganho é em paisagens excelentes e trilhos magníficos.
O primeiro aspecto que notámos foi que o percurso segue muito as linhas de água, dando muita frescura à pedalada. POr outro lado, esta ligação é feita na sua grande percentagem no meio de pinhais, o que os atletas da MX agradecerão, apesar de o Instituto de Meteorologia de Portugal prever apenas 31º de máxima para dia 25 de Julho. O facto é que hoje estavam 37º de máxima e o calor não nos incomodou muito. As sombras abiundam neste troço, e com excepção da grande subida a seguir à Barragem da Cardosa, com fortes inclinações e com cerca de 2,5 km, todas as outras subidas se levam "na desportiva". Mas vamos por partes.
Depois de partir-mos da Azenha (onde haverá um ponto de água) pedalamos à beira da Ribeira que jorra da Barragem da Cardosa, sempre pelo meio de árvores. Passados 2 ou 3 kms chegamos a Pé da Serra, uma localidade "encravada" no vale e que faz juz ao nome. Continua-se a pedalar pelo vale, cruzando a ribeira por 2 vezes antes de enfrentar duas fortes rampas, com uns 300 ou 400 metros, e que nos levam a desembocar no paredão da Barragem da Cardosa. Este local é supreendente pelo isolamento que apresenta. Ninguém diria que aqui haveria uma barragem.
Segue-se a maior subida da MX100. Quem chegar aqui na reserva terá dificuldades em a fazer toda em cima da bicicleta, por isso poupem a "gasolina", já que o vale da Líria e do Ocreza também não são "pêra doce". São cerca de 2,5 km que súbitamente viram à direita numa rampa e nos levam por uma descida abrupta até Cardosa. Esta localidade é mais um exemplo de isolamento. Tudo passa devagar por aqui. O xisto abunda nas construções (pergunto porque não entrou no programa das Aldeias do Xisto??). Cruza-se Cardosa por algumas ruas muito estreitas, apenas pedonais, passando inclusivamente por baixo de um túnel formado pelas construções. Gostei de Cardosa pela sua beleza, rudeza e isolamento face ao progresso.
A seguir desce-se de novo à ribeira, subindo depois um pouco por estrada. Menos de 1 km depois entra-se na terra para rolar e rolar por pinhais até chegar a Paiágua. Aqui o ambiente já é mais "desafogado", os vales mais abertos (teremos um ponto de água à entrada no asfalto). Ao fundo vislumbra-se a serra da Pedragueira, que iremos transpor, mas num dos seus "cols", sem grande dificuldade, já que a abordamos de cima para baixo. Depois de virar para o lado de Rochas de Baixo temos aquela que será a descida mais abrupta, acidentada e perigosa do dia. Descemos de forma rápida dos 579m para os 350m, por uma estrada florestal muito degradada, cheia de pedras, regos e pedaços de madeira, que dificultam e tornam perigosa a progressão. A inclinação é forte e ganha-se velocidade com muita facilidade. Cá em baixo entramos no asfalto que nos levará em direcção a Almaceda.
Pedalamos em asfalto por dois quilómetros até virar-mos à esquerda para mais uma subida, que nos levará em direcção a Almaceda (onde estará o 2º Abastecimento sólido do dia). Esta subida tem cerca de 1,2 km, apresentando alguma inclinação. No alto a descida para a localidade de Almaceda, famosa pelos seus Bombos. Cruzamos a estrada (cuidado aqui porque o caminho desemboca na estrada com algum perigo) e pedalamos por mais alguns single tracks até chegar-mos à zona da praia fluvial, onde hoje (domingo) os habitantes locais se deliciavam com a frescura da água do rio.
Daqui até Martim Branco as coisas suavizam-se. Quem já vem cansado terá margem para relaxar e recuperar algum fôlego para os cerca de 36 km que ainda faltam. Até Martim Branco é roalr e rolar, atingindo com facilidade velocidades de 30, 35 e até 40 km/h. Alguns km antes da Aldeia do Xisto surgem os single tracks mais bonitos do dia, à beira da ribeira, coincidindo com uma PR (pequena rota). São cerca de 3 km de single-track, com algumas zonas mais exigentes, mas que valem a pena.
Em Martim branco teremos mais um ponto de água, e a história continua em direcção à meta. Hoje ficamos por aqui.
Em resumo foram cerca de 33 km da zona mais dura do percurso MX100 e que apresentam mais de 800 metros de acumulado de subidas.
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