Eu concordo com a ida a provas da Taça do Mundo. É certo que não vamos ganhar muitos pontos UCI (se calhar até ganhamos mais pontos lá que numa prova C1 em Espanha) mas são provas que devem ser encaradas como um meio de preparação e aprendizagem para os Europeus e Mundiais.
Com o que eu não concordo é com a ida à prova de Vall de Lord. Este fim de semana em Huelva fizemos um 4º e 8º lugar apesar de grande parte dos melhores atletas espanhóis não ter estado presente. Em Vall de Lord praticamente todos eles marcarão presença bem como provavelmente alguns franceses (Absalon incluído). Face a isto os pontos UCI que lá iremos colher não irão ser muitos... O único ponto positivo que vejo nesta deslocação é a possibilidade de levar alguns júniores a competir numa prova no estrangeiro.
Se em vez disso fossemos à prova C1 na Turquia tinhamos a possibilidade de trazer 50/60 pontos no minimo. Era pontos que ganhavamos e pontos que não deixavamos ganhar ao actual 24º classificado do ranking de acesso aos Jogos Olimpicos (Turquia).
Depois achamos curioso um país como o Chipre estar à nossa frente no ranking UCI (23º lugar) e os seus melhores atletas virem a Portugal participar em 2 provas e onde somente um atleta conseguiu a proeza de não ser dobrado (e só numa prova)... Mas isso só são curiosidades...
E para aqueles que acham que nos vamos vingar em Seia (C1) podem esquecer, os dois primeiros lugares já estão reservados para dois senhores do BTT mundial: Iñaki Lejarreta e Ruben Ruzafa.
O ano passado fruto da praticamente inexistente planificação da Federação demo-nos ao luxo de dar um avanço de mais de 300 pontos UCI a paises como a Hungria, o Chipre ou a Turquia. Agora, como se de um contra-relógio se tratasse, estamos a tentar recuperar. Pelo meio é de enaltecer o excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por parte da Federação. Aumento significativo do número de provas organizadas em Portugal, muitos mais pontos UCI, participação em bastantes provas internacionais... Com um ou outro ajuste penso que estamos no caminho certo desde que com outra planificação de provas no estrangeiro. Onde ainda temos um grande caminho a percorrer é no aumento do nível técnico das provas. Mas pode ser que com o tempo isso evolua... Fazem falta mais organizações como a de Vila do Conde !!
Um outro aspecto que a mim me parece positivo é a alteração da prova de Porto de Mós (C2). Esta prova estava prevista no calendário para dia 5 de Junho tendo sido transferida para 25 de Setembro. Não sei se a alteração foi propositada ou devido a ser dia de eleições. De qualquer maneira no inicio de Junho há montes de provas pela Europa fora onde se podem ganhar imensos pontos UCI, ao contrário de Setembro onde as provas não abundam e assim acabamos por ter uma C2 em casa.
Face a estes itens que mencionei ou as pessoas responsáveis pelo planeamento das provas da selecção começam a abrir os olhos ou então os Jogos Olimpicos já eram...