Gouveia/Évora o reconhecimento

Ainda me doem as bochechas, é que continuo com um grade sorriso que vai quase para 15 dias que não me larga:venia: por esse sorriso agradeço ao César e ao Pedro "meia vila". Ao César por ser o grande mentor deste trajecto e aos dois pelo espírito de companheirismo e de partilha com que vivemos toda esta aventura.

Mas deixe-mo-nos de agradecimentos e vamos a aventura propriamente dita, depois de vermos os horários dos comboios, que não são compatíveis com os nossos interesses, pois o César e o Pedro são de Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço, e na Linha do Norte o primeiro comboio regional(única opção valida para transporte de passageiros com bicicleta by CP) e que liga Lisboa a Entroncamento, chega a esta ultima estação aos feriados e Domingos, cerca de 1h30m atrasado para depois seguir mais ou menos em continuo tendo como destino Gouveia. Desta forma tivemos de magicar outra alternativa menos económica mas eficaz, de por a nossa extensa caravana:tretas: a andar de Btt a partir de Gouveia, então eu fui até eles de carro e lá viemos nós até ao meu pouso em Meirinhas, Pombal. Aí metemos as mochilas às costas
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e metemos marcha até a estação de Vermoil, logo veio o nosso transporte até Coimbra B, onde esperamos cerca de 1h por nova composição que nos levaria até Gouveia onde desembarcamos por volta das 13h50m.
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Arranjar agua para cada um encher o cantil, ligar o GPS e ai vamos nos, logo na próxima aldeia paramos para comer umas sandes de presunto :cheers: e beber uns refrescos. De seguida passamos a Quinta das Cegonhas onde acabou a primeira parte desta travessia(Gerês/Estrela), e por sinal é o inicio oficial do nosso percurso. Assim que deixamos para traz a quinta passamos por Melo uma aldeia serrana, depois começou o verdadeiro sobe sooobbbeee,
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e no final desta calçada chegamos ao Folgosinho onde paramos mais uma vez, pois estava calor, a subida era puxadita e era a nossa ultima povoação até ao final do dia. Logo à saída do Folgosinho apanhamos um percurso pedestre em calçada praticamente até entrarmos nos estradões largos
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que nos levaram até a um marco geodésico +/- aos 1600 mtrs de altitude, que é o ponto mais alto de todo o trajecto.
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depois foi um ligeiro sobe e desce até chegarmos ao Vale do Rossim, onde era o fim da jornada. Neste sitio encontramos dormida e restaurante para podermos jantar. A nossa dormida foi num parque de campismo numa estrutura apelidada de Iurde, que se revelou bastante confortável.
 
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Boa noite old_fox e a todos os que têm visitado esta cronica, que emperrou na minha falta de tempo, e numa grande dose de preguiça nos dedos. Em resposta ao que disse o old_fox, essa subida depois do arranque que tivemos, da Quinta das Cegonhas até chegarmos ao Folgosinho, já ... já... foi menos difícil....! É normal, as belas paisagens pagam-se com umas "subiditas", desta viagem só me deixa pena não ter disparado mais vezes, mas não me vejo com capacidades para conseguir mostrar em fotos, tudo aquilo que me ficou na retina.
Prometo em breve postar o segundo dia de viagem, mesmo sabendo que do primeiro, ficou muito por descrever.

Até breve, Márcio Lopes a pedalar sem destino, mas devagarinho.
 
2º dia, Val do Russim/ Pedrogão Grande

O dia começou bem cedo, pois esta etapa ia ser bem longa. Mas nem todos estávamos ansiosos, pois eu e o César já andávamos em grande stress e o Pedro ainda com o "nariz enfiado debaixo do mato", ou seja a pedir-nos para o deixarmos a dormir mais um pouco, mas sem que nos lhe disséssemos nada, fez-se luz na sua cabeça e em pouco tempo já estávamos os três a apanhar a roupa que lavamos no dia anterior após o banho e antes de irmos jantar. O nosso maior espanto foi que a roupa já estava seca, pois a 1500m de altitude, no inicio de Outubro, num parque de campismo na Serra da Estrela, e nem um orvalho, estava mesmo prontinha a ser vestida!!

Bem e como por ali não tínhamos onde tomar o pequeno almoço as 7h30m da manhã, arrancamos com o papo engelhado, e esperançosos de estar qualquer coisa aberta na Lagoa Comprida, mas ao chegarmos lá não se viu vivalma. As oito horas e qualquer coisa já o Pedro estava a trabalhar no escritório*, a final não, era uma chamada pessoal.*(escritório= noKia não sei que modelo mas tinha uma boa bateria) pois o Pedro para alem de estar a andar de Btt passou o dia ao teleml . E depois de uma descidaaaaa quase interminaveeeelll chegamos a Vide, nesta altura já o papo estava tão engelhado que pensei já não ter solução.
Mas vinte minutos, três sandes de fiambre e um galão depois, já nem me lembrava de nada. Mas depressa nos lembramos, quem é que podia esquecer, depois de uma descidaaaa, vem sempre uma suuubiiidaaa, e então lá arrancamos nos de Vide, e +ou- 8km depois sempre a subir chegamos a Foz de Égua, vejam so este espectáculo
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Depois de apreciarmos esta paisagem brutal criada pela mãe natureza trabalhada por boas mãos do Homem, encetamos a passagem pela ponte que as fotos anteriores mostram e que é particular, seguindo por um percurso marcado como rota pedestre mas que na verdade todo ele dá para fazer montado
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este percurso levou-nos até ao Piodão
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aqui aproveitamos para beber uns refrigerantes, que o calor apertava, recorremos a uma fonte publica que fica em frente à igreja para atestarmos os cantis de agua e continuamos a subida, pois esta ainda não ia a meio e já levávamos cerca de 12km. A saída do Piodão é por alcatrão até a Pousada da Juventude, pois logo à frente entramos num estradão que nos leva ate um posto de vigia que fica a cima das torres eólicas.
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Daqui até Covanca foi sempre a descer, por um estradão que por estar algo cavado da água amarrava quase toda a nossa atenção, dando assim mesmo para vermos o buraco em que nos estávamos a meter, mas nem tudo eram mas noticias, pois já eram Horas de almoço, e era mesmo na Covanca o sitio onde esperávamos uma boa refeição, embora apenas haja um sitio para nos a servir. E não é que chegamos mesmo em cima da hora, é que este local é uma colectividade, e as pessoas que tomam conta deste "oásis" estavam mesmo de saída para ir visitar uma familiar, que se encontra a cargo de um lar de idosos, mas ao verem a nossa extrema necessidade, e como estas pessoas são generosas, prontificaram-se a confeccionar umas belas de umas costeletas de porco, que nos deixaram com o "papo" reconfortado, é que já eram duas da tarde , já tínhamos +/- 60km feito mas ainda tinhamos mais 60km até ao nosso destino. Depois de terminarmos a saborosa refeição tínhamos mais uma longa subida, primeiro em alcatrão
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e depois em terra batida, as paisagens que me eram familiares de outras aventuras em autonomia, são verdadeiramente arrebatadoras.
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Neste dia experimentamos três grandes serras, onde demos inicio a etapa, Serra da Estrela, a que pisávamos nesta altura, a Serra do Açor e seguíamos por caminhos que nos levaram à Serra da Lousã.

Por volta das 17h e com os cantis sem gota, a língua começava a gretar(esta frase é um exagero, mas não foi nada que não me passasse pela caixa da serradura), lá encontramos uns bacanos da Protecção Civil que se encontrava no seu posto de vigia e nos cederão da sua agua fresca. E a Serra da Lousã estava já ali imponente, descendo por um estradão cruzamos a estrada que liga Pampilhosa da Serra a Gois, e logo aparece mais uma subida daquelas que àquela hora do dia já só à unha é que tem alguma hipótese de ir, mas ainda nos faltavam uns 25km, com passagem muito próxima do Sº António das Neves, o sol começou a fugir-nos, mas do Sº António das Neves, até Mega Fundeira era sempre a descer, ai passamos um rio e depois foi sempre a subir até(e não levem por mal criado) à PIXA.
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Devido ao cair da noite.


Depois resolvemos arrepiar caminho para Pedrogão Grande, pois para arranjarmos ode dormir e jantar, já estava a ficar tarde." A meio do caminho e já de noite ainda tivemos de pedir agua a um ancião que sem precauções e sem nos conhecer de lado nenhum nos mandou entrar, servir-mo-nos nos próprios da agua que tinha num garrafão dizendo-nos que vivia ali sozinho.( e depois dizem que a e tal deram-me porrada e levaram tudo o que guardei durante toda a vida)Uma pessoa pode ser hospitaleira mas nos dias de hoje temos de ter alguma precaução."
Já em Pedrogão Grande e com o quarto orientado fomos procurar jantar, e pensamos vinha mesmo a calhar era umas massas, logo ali perto demos com uma Pizzaria, a comida era boa(para mim foi uma piza sem queijo pois é coisa que não aprecio) a moça era jeitosa, mas muito pouco simpática parecia um autentico frete estar a servir 3 bttistas. Bom e depois de um dia verdadeiramente épico, ainda nos deu para ir ver o resto do jogo da selecção( penso que era a sub 20, mas como sou pouco aficionado perdoem-me se erro, foi no dia 06/10/2011) de seguida fomos dar descanso ao esqueleto, pois no dia seguinte não iríamos ter muito tempo para descanso.
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3º Dia Pedrogão Grande/ Vila De Rei

Nesta travessia que foi planeada para ser feita em 5 dias, este é praticamente um dia de descanso. Mas isso era o que estava nos planos, pois no dia anterior desviamos/ atalhamos para arranjarmos uma dormida, e neste dia tivemos de regressar ao track e iniciar onde o tínhamos deixado, mas nada de grave, pois foram só 8km de regresso por alcatrão e mais 6,5km até ao "verdadeiro inicio" do percurso deste dia.
Uma hora depois lá estávamos nos em frente ao Parque de campismo de Pedrogão Grande, prontinhos, e ansiosos para mais um dia de viagem. Logo depois de sairmos do parque passamos por uma Igreja e de seguida, descemos numa calçada Filipina, que nos leva a um sitio que é de arregalar os olhos,

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mas logo temos de voltar à vida real, pois a descida já acabou e a subida que se segue é inclinada e a calçada que a compõe não nos ajuda mesmo nada, logo de seguida a paisagem volta a ser brutal,
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logo ali mais à frente desviamos-nos do Track pré-programado para "prospecção" de um percurso que por ali passa na tentativa de fazer uma melhor ligação do percurso, mas deu, nuns valentes metros com as nossas meninas literalmente às costas. Já mais à frente paramos para olharmos em volta, estávamos na parte do percurso que fica mais próxima da minha terra natal (Meirinhas, Pombal) , mas o César tem as suas raízes mesmo por por ali espalhadas, e estava-mos a aproveitar para observar o horizonte e tentarmos localizar algo que nos fosse mais familiar. E mais uns quantos kmtrs pedalados e chegamos à Sertã, descemos até à zona da ribeira onde passamos por cima de um açude
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e estava na hora do repasto, não foi difícil, pois como o César tem por ali família conhece bem a Vila, fomos então ao restaurante "Ponte Velha" e por recomendação do nosso anfitrião pedimos "Buxo", "Maranhos" e "Queixadas de Porco". Depois de um almoço destes não se devia obrigar ninguém a ter de pedalar com 35º de calor, e ainda para completar o menu escolher a subida mais inclinada que se avistava, é claro que num instante já andávamos os três com a língua de fora danadinhos de cede, mas nesta hora de necessidade, apareceu-nos uma senhora que nos deu agua fresca, que aproveitamos para beber e encher os cantis.
Depois deste oásis no meio de uma serra que estava tão quente que os arbustos pareciam estar a transpirar, apanhamos mais uma descida que nos levou a uma velha ponte
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e que de seguida entramos num percurso pedestre, que é quase 100% ciclavel ( e que eu não consigo encontrar palavras para descrever, e agradecer a quem despendeu o seu tempo, a fazer esta Obra que ao chegar ao Parque de campismo, e depois de +/- 7km, que são exigentes física e tecnicamente, me deixaram com um sorriso de orelha a orelha)
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Ao chegarmos ao Parque de Campismo do Bostelim, estava uma senhora a arrumar as ultimas coisa do bar, mas ainda nos arranjou uma garrafa de água fresca, depois fomos seguindo já no track que seria do 4º dia, pois nos tínhamos de adiantar caminho, é que a nossa dormida não podia ser neste Parque, mas tinha de ser em Vila De Rei. Para lá chegarmos, ainda nos faltava uma subidinha. Chegados a Vila De Rei demos logo de caras com o Hotel*** onde passamos a noite. Jantamos e ainda fomos dar uma voltinha a pé para esticarmos as pernas e vermos a pacatez desta Vila.
 

salgado52

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Ó Marcio deixa-te lá de preguiças e mete o foto-report na íntegra,pois está espectacular,parabéns pela aventura épica.

Abraço

JAndrade
 
Boas salgado52, é pá tem sido preguiça, e falta de inspiração, mas agora já só faltam mais dois dias, as paisagens que mostrei, mais todas as coisas que se vivem neste tipo de viagens, não as estou a conseguir transmitir com as palavras, pois há sensações que se sentem e que não dá para descrever de um forma cabal.
Já agora o pessoal que me conduzio nesta aventura, é o mesmo que escolhe o percurso do Arruda/Mote Junto/Arruda, e eles são mesmo 10* por isso faz o possível e o que pensas não ser, e junta-te ao grupo no dia 15 de Janeiro lá em Arruda que sempre que fui lá foi mesmo espectacular.
 
4º Dia Vila De Rei/Motargil

Nesta madrugada, acordei ao som se grandes rajadas de vento. O primeiro pensamento foi, estamos tramados deve ser vento de sul, que para primeiro é contrario à nossa deslocação e para segundo estes habitualmente fazem-se acompanhar de chuvas, nada disto nos dava jeito nenhum. Mas antes de entrar em desespero, decidi levantar-me e arredar o cortinado, e dei de caras com este cenário
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na imagem não se nota o vento, mas para que façam uma pequena ideia, do nosso estendal nocturno fugiu uma meia, que era minha, e tive a sorte de a encontrar a uns 50m do estendal, no meio da rua, e porque o vento a levou justamente para um sitio onde o edifício do hotel cortava o vento. Mas antes ainda fomos tomar um farto pequeno almoço, e só depois é que fomos levantar as bikes, e nesse momento tivemos de regressar ao topo do monte que aviamos conquistado no dia anterior, precisamente o centro geodésico de Portugal.
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Este é o Marco Geodésico do Picoto da Milriça
O monte não é muito alto(comparando com os outros que nos dias anteriores nos tinham calhado na rifa), mas dali conseguia ver na linha do horizonte uma serra que me é bastante familiar(para mim e para os meus colegas a serra do queixo, não sendo esse o seu verdadeiro nome é a serra que esta próxima de Alvaiázere e que à tarde nos Invernos lhe faz sombra). As fotos da praxe já tinham sido tiradas pelo César, e dali para a frente a viagem ainda era comprida, a descida que tínhamos pela frente era curta mas muito inclinada, com pedras e areia solta, resolvemos os três descer "à lá unha",pouco depois tínhamos uma "parede" mesmo a nossa frente, e como estávamos a pensar em alterar algo que por ventura estivesse menos bem, decidimos dar a volta mais ao largo,para encontrar uma subida menos inclinada, mas depois de termos subido, outra "parede" fomos descer quase para o inicio da primeira que tínhamos evitado:suabesta: (isto foi o que pensei de mim mesmo depois de ter insistido com o César que seria possível arranjar uma subida mais meiga). Mas depois de ultrapassado este pequeno contratempo fomos descendo por ali a baixo até cruzarmos um pequeno ribeiro, depois veio uma subida que quase não se notava:tretas: a não ser pelo simples facto de que assim que parasse de pedalar a bike fazia o mesmo. Agora estávamos mesmo a fazer uma media boazinha, os estradões florestais eram planos e até um pouquito a descer, e o César ia dizendo que íamos passar por um quintal onde as cartas militares davam conta dum caminho, que estava lá, mas que na verdade, as pessoas ao cultivarem as suas hortas deixam uma passagem tão estreita, que é quase impossível de passar, e depois de passarmos mais um ribeiro, e uma subida lá estava o tal caminho tal e qual nos avia sido descrito. A subida do dia já nos estava a ver, nos é que ainda não tínhamos olhado para ela, era um caminho bem inclinado, com algumas lascas de xisto soltas, e nos fomos subindo aquilo tudo por ali a cima mesmo na caixa pedestre, pois ainda avia muito dia pela frente.
 
4º Dia Vila De Rei/Montargil

Como já devem ter notado, ontem não conclui o 4º dia da aventura, pois já só conseguia manter um olho aberto de cada vez.

Continuando, a paisagem ia mudando, e entretanto passamos por uma ponte que tinha marcas de já ter estado submersa, e depois de subirmos uma pequena rua demos com este sinal de transito
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ainda bem que o sº Pedro, ainda estava de ferias por aqueles dias de Outubro, se não teríamos de arranjar um jangada para passar de uma margem para a outra. Já com isto para trás chegamos a um sitio, que naquela altura só apetecia era deixar cair a bike no chão e dormir uma bela duma sesta mesmo em cima de uma mesa, e ouvir os pássaros a cantar.
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Ao saíramos deste belo parque de merendas, fizemos mais meia dúzia de km e chegamos as Mouriscas, ainda era cedo mas perguntamos a um popular onde se poderia almoçar por ali, mas como a explicação nos pareceu complicada, e ainda era cedo resolvemos fazer mais um pouco do trajecto delineado, e fomos descendo por ali a baixo até passarmos a A23, onde já se via a chaminé do complexo industrial do Pego, depois chegamos a uma estrada nacional, e perguntamos novamente qual o melhor sitio para almoçar nas redondezas, ao que nos responderam que a melhor solução seria ir as Mouriscas. Decidimos por voltar pela berma da estrada, até que chegamos ao largo da Igreja das Mouriscas, aí deram-nos indicação para que descesse-mos ate darmos de frente com um restaurante, e nos descemos, descemos, descemos, e no final de estarmos mesmo próximos de chegarmos a estrada nacional lá estava o bendito restaurante que nos pensamos ser próximo da Igreja, mas que afinal era bem próximo do sitio onde decidimos voltar para traz.
Já com a barriga um pouco cheia de mais, para quem tinha de ir para cima de uma bicicleta toda a tarde, la arrancamos nos. Passamos o Rio Tejo, e ai a paisagem mudou radicalmente, era evidente a nossa aproximação ao Alentejo, o calor apertava, os cantis tinham cada vez menos agua, até que no final de uma subida, assim como que ali plantado já a algumas centenas de anos, a pensar na nossa passagem por ali naquela tarde, encontramos um belo de um fontanário, que só lhe faltou ter uma represa para podermos mandar uns mergulhos. Mas o nosso destino neste dia era o parque de Campismo de Montargil , e assim por uns bons km fomos adiantando caminho em alcatrão, passamos por uma localidade e de seguida entramos nova mente em estradões largos e rolantes até que chegamos a uma propriedade, que estava toda cercada e tinha um portão alto para que ninguém poder entrar, mas logo ali ao lado avia marcas de passagem de carros junto a rede e decidimos experimentar, no principio estávamos receosos de que a propriedade cercada mais a frente apanhasse o caminho em que seguíamos, mas tal não aconteceu. Já levávamos nas pernas só deste dia 80km mas ainda tínhamos de percorrer mais 20 para chegar ao Parque de Campismo, agora sempre na margem direita da barragem de Montargil fomos seguindo por entre trilhos dos pescadores, até que chegamos a um sitio onde atravessamos a N2 para o lado direito, e passamos a andar em caminhos agrícolas, e chegamos ao parque de campismo onde esperávamos encontrar um Bangaló para dormirmos, mas afinal o nosso dia ainda nos tinha reservado mais uma grande surpresa. O parque de Campismo neste dia estava cheio, um grupo de praticantes de TT estava acampado por ali e nos já não tínhamos onde ficar. Foi então que perguntamos "e por aqui perto onde podemos encontrar uma dormida" ao que nos respondeu alguém da recepção do parque de Campismo "aqui a uns 3km há um Hotel", como não nos restava outra solução metemos-nos a estrada e passamos os 3; 4; 5; 6, e ao 7ºkm apareceu-nos um enorme Hotel de 5*****, não é que não me apetecesse desfrutar de todo o luxo que um "Albergue deste género" me possa oferecer, mas os preços praticados nestas casas, não me vinham a calhar para o orçamento que tinha para esta viagem. Então resolvemos subir a Montargil para arranjarmos onde pernoitar num sitio mais em conta, mas depois de perguntarmos a um par de populares, e de uns telefonemas com todas as respostas negativas, resignamos-se e resolvemos por esticar um pouco o orçamento e dormimos mesmo no CS 5***** de Montargil. O cansaço que já trazíamos não nos deixou outra alternativa, mas depois de nos guardarem as nossas Bikes e depois de um rejuvenescedor banho, resolvemos ir jantar fora do Hotel, pois uma das coisas que queríamos era conhecer os sabores das terras por onde passávamos, então subimos a pé para a povoação e depois de uns 2km que serviram para desentorpecer as pernas fomos jantar ao Tropical, onde fomos bem servidos, mas no regresso ao Hotel o César ainda queria parar numa pastelaria pois dizia ele que estava a precisar de um doce. Pena tive de não ter tempo, de desfrutar das piscinas e outra coisa que havia lá no hotel.
 
5º Dia Montargil/Évora + Regresso a casa

Mais um dia em que parecia que tínhamos pulgas na cama, pois Não se podia dizer que estivéssemos mal instalados, mas a hora de levantar não deixou de ser a mesma
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religiosamente o nascer do dia!!! Hoje a desculpa era o facto de ser o ultimo dia de viagem, e era para chegar cedo a casa. Então as 8h já com o pequeno almoço tomado,a farda toda as costas, e as bicicletas já em nosso poder, metemos-nos à estrada, estava um pouco mais fresco que nos outros dias, mas depressa aquecemos os reactores, e fomos rolado por entre herdades de montado, e quintas com gado
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o caminho sempre um pouco ondulado(a planície alentejana é como as chuva miúda, engana os tolos), e desta vez o enganado fui eu,
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Armei-me em herói e fui metendo um ritmo bom no grupo, que de vez em quando ficava um pouco para traz, mas numa "pequena distracção minha, o velho da marreta apanhou-me a jeito" e numa quinta muito próximo de Arraiolos tive de fazer "um assalto", numa vinha que já tinha sido vindimada por uma máquina, que grassas a Deus deixava alguns cachos agarrados as parreiras. Devorei uns dois ou três, bebi a ultima água que me restava e ainda todo a tremer, meti-me em cima da bicicleta até que chegamos a um fontanário, onde paramos, enchemos os cantis e até meti a cabeça debaixo da bica da água, para ver se refrescava as ideias. A paragem foi curta, metemos-nos de noivo ao caminho, e fomos subindo até entramos no castelo, depois descemos para uma zona de comercio tradicional, paramos num restaurante, e fomos pedindo umas pataniscas de de bacalhau, umas rodelas de chouriço queijo, presunto, e para acompanhar isto tudo, veio ao mesmo tempo, um tinto, e uns sumos que eu suo fraquinho. Nesta altura já todos estávamos quase a ajeitarmos-nos por ali assim, é que o que estava a apetecer era dormir uma bela de uma cesta, mas as saudades de casa falaram mais alto, e espantando a preguiça arrancamos novamente, o resto da viagem até Évora foi por uma antiga linha de caminho de ferro, que agora foi transformada em ciclovia de terra batida. Ao chegar a Évora ainda nos faltava subir até ao Templo de Diana, e a muito custo lá conseguimos arranjar alguém que nos tirasse a foto da praxe, pois as únicas pessoas que estavam próximas de nos eram estrangeiras, e não falavam nem Português, nem Inglês nem Francês, mas falando o Internacionalês, lá lhes explicamos para nos tirarem uma foto.
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Depois do fim oficial desta aventura, ainda nos deslocamos por mais meia dúzia de quilómetros até um Hotel onde tínhamos um carro à nossa espera, e um onde nos foi facultado um rejuvenescedor banho e um lanche, que serviu ao mesmo tempo para contarmos a nossa aventura em primeiríssima mão a um ilustre Bttista.
Depois foi a viagem de carro até minha casa, o Pedro e o César trouxeram-me até Meirinhas Pombal, e já a cair a noite, ainda lhes faltava 120km de carro até Arruda dos Vinhos.

Resta-me agradecer ao Pedro, e ao César por me terem convidado e por terem sido tão companheiros como o foram, deixar uma palavra de apreço por todo o trabalho de pesquisa efectuado pelo César e o seus colegas Saloios à Descoberta, estas pessoas enriquecem o BTT, o seu espírito de aventura e de partilha não deixam as pessoas que os rodeiam indiferentes.
 

cesar arruda

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Marcio,

Obrigado pelas tuas palavras.
O teu relato ajuda-me a perdurar as sensações sentidas nesta travessia e o goso que deu em o fazer com tão boa companhia.
Com a tua ajuda conseguimos afinar o percurso para a travessia a realizar em Junho de 2012.
http://www.travessiabtt.blogspot.com

Um abraço,
César
 
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