Deslocações diárias de bicicleta

Pata

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A bicicleta como um utilitário

Isto não é um guia compreensivo, aliás nem um guia chega a ser, são apenas sugestões de alguém que passou a andar de bicicleta nas suas deslocações por Lisboa! Espero que possam aprender alguma coisa com os erros que cometi!

Ao fim de um mês vão ver que 50km por semana não é nada de especial, que acabam por ganhar bastante tempo nestas deslocações e que a vossa fama agora é de maluquinho! A ideia é tentar convencer as pessoas que não é preciso ser um super-herói para andar de bicicleta, nem é nenhuma odisseia. Além de ser fazível, é bastante mais fácil do que aquilo que as pessoas têm em mente...

Para quem não tiver paciência para ler isto tudo, no final de cada secção estão uns pontos chave que ajudam a resumir o que foi escrito.

[A Bicicleta]
Como sou adepto das singlespeed e como me safo na maior nas 7 colinas de Lisboa de singlespeed, sugiro que arranjem uma ... isso mesmo, adivinharam, uma bicicleta com mudanças para se começarem a habituar e não ficarem muito desmoralizados. Não é por uma questão de capacidade física, acho que é mesmo uma barreira psicológica que leva algum tempo a ser ultrapassada. Por exemplo, os nossos políticos ainda não a conseguiram ultrapassar e acham que andar de bicicleta em Lisboa é impossível, aliás, para além de impossível eles acham que andar de bicicleta na estrada deveria ser ilegal!
Uns pneus de cicloturismo são suficientes para andar na cidade, meter uns pneus de estrada é pedir furos e desconforto, enquanto os pneus de BTT nos vão atrasar bastante e exigir muito maior esforço físico.
Luzes são essenciais, assim como uns reflectores para o caso de acabarem as pilhas ou de uma avaria na nossa iluminação. Podem encontrar nas lojas de bicicletas vários reflectores para colocar nas rodas para melhor a visibilidade lateral nos cruzamentos.
Travões em condições, à frente e atrás, apenas tive que utilizar os travões a sério por um par de vezes, mas ainda bem que estavam a funcionar. Nós não temos luzes de travão como os automóveis, *nunca* façam travagens bruscas na bicicleta, nem derrapagens, de preferência usem os travões com suavidade e apenas quando tiver mesmo que ser. É importante saber controlar a nossa velocidade sem recorrer aos travões, assim como é importante saber a distância em que se consegue travar com segurança, com a prática vai-se lá. Atenção, isto não é BTT!!!
Qualquer quadro serve, deve-se escolher um do tamanho apropriado já agora. Lembrem-se que vão acabar por riscar o quadro, quer queiram quer não, não vale a pena fazer grandes investimentos aqui.
Um ciclocomputador com relógio, nem que seja para ver quantos minutos é que vamos chegar antes do tempo por termos pegado na bicicleta em vez do carro. Embora seja uma "mariquice" a mais, acaba por dar bastante jeito e até o podemos exibir aos colegas, "Já viste esta semana fiz 50km!"...
Uma pequena campainha para os que ainda não conseguiram largar a buzina, mas a meu ver só serve para chatear os peões.
Para se proteger da água e sujidade que possa ser projectada das rodas em movimento pode-se instalar uns guarda-lamas na bicicleta. (No Inverno usar em conjunto com umas boas calças impermeáveis para eficácia de 200%)
Para proteger as calças do óleo da corrente e de um ou outro rasgão é aconselhável colocar um prato de protecção (pode-se encontrar em qualquer loja de bicicletas a custo 0) ou optar por uma bicicleta que já venha equipa com um "protector de corrente" (chain guard, em inglês).

Preocupem-se principalmente com estes quatro itens:

* Travões
* Luzes
* Transmissão
* Pneus


[Segurança na estrada]
Antes de mais, nunca esquecer a iluminação sempre que as condições o exigirem (e mesmo quando não exigem), verificar sempre que está tudo a funcionar correctamente, leia-se não se lembrem de ligar a luz de trás em andamento, caso não esteja a funcionar correctamente pode dar-vos uma falsa sensação de segurança. Já agora, evitem ao máximo andar nos passeios, é de longe mais perigoso do que andar na estrada, muitas pessoas com movimentos impossíveis de prever, carros a sair de garagens, cães, postes, além de que atravessar a estrada de bicicleta é mais perigoso do que andar de bicicleta na estrada! É que enquanto andamos na estrada vamos no mesmo sentido dos carros...

Não vou perder muito tempo neste capítulo, no que depende do ciclista basta bom senso para andar em segurança. Andar sempre no *meio* da faixa da direita, apenas permitir as ultrapassagens se isso não condicionar a *nossa* segurança!!! Se a manobra do condutor correr mal quem sofre é quem vai na bicicleta, portanto só devemos permitir essa manobra quando sentirmos que é seguro. Andar encostado à direita é um erro, se a maior parte das pessoas nem verifica se vem um carro a passar quando abre a porta, então muito menos se preocupam com uma bicicleta (embora depois peçam imensa desculpa, porque não estavam à espera e blá..blá..blá..). Por aquilo que leio em vários sites de "Bike Commuting" é um dos acidentes mais comuns entre ciclistas, estão avisados. Andar muito chegado à direita também aumenta a probabilidade de atropelarmos um peão que salte para a estrada sem olhar, foi detrás de uma carrinha de abastecimento de um café que saiu o peão responsável pela única queda (até hoje) nestas deslocações, felizmente só sujei as mãos e ficaram ligeiramente esfoladas, no entanto entortei ligeiramente o guiador.
Há que saber quando é que podemos andar depressa, quando é que podemos andar devagar e também quando é que o devemos fazer!
No Inverno há que ter em atenção o piso molhado, principalmente todo aquele que não seja alcatrão! É que travar no alcatrão é uma maravilha, agora tentem parar a bicicleta em empedrado... Pensando bem, não tentem, a primeira coisa que perdem é a direcção e quando dão por ela estão deitados no chão! O melhor a fazer nestas situações é reduzir a velocidade antes de entrar neste tipo de piso, quando entrarem tentem que a bicicleta esteja completamente perpendicular ao chão e se for necessário travar, façam-no muito devagar. (isto também serve para o BTT e é melhor não dizer como é que aprendi)
Embora ainda não tenha experimentado qualquer problema de aderência no que toca a passadeiras e marcações na estrada, há quem diga que não é a melhor superfície para se efectuar uma travagem ou fazer uma curva, lembrem-se sempre que o melhor mesmo é travar no asfalto, de preferência numa zona sem buracos.
Cuidado também com os reflectores que normalmente são colocados junto a passadeiras ou na divisão das vias de circulação, enquanto de carro mal os sentimos, nas nossas bicicletas podem-nos fazer perder o equilíbrio.
Na cidade de Lisboa ainda há muitas ruas com carris do eléctrico instalados, há dois acidentes comuns nestes tipos de vias. Entalar a roda da frente no carril, que, convenhamos, não é boa ideia!, ou escorregar nos carris. Para evitar que isto nos aconteça podemos andar entre os dois carris, o que normalmente nos coloca longe do alcance das portas dos carros estacionados, temos é que ter cuidado quando quisermos sair, quanto mais fechado for o ângulo entre a roda da bicicleta e o carril maior é a probabilidade de termos um acidente. (é o mesmo que acontece na abordagem a um passeio, ao subir um passeio, por mais baixo que seja, deve-se sempre tentar fazer com o ângulo mais aberto possível (90º é o ideal) e com o rabo fora do selim.

* Iluminação
* Travegens
* Passadeiras
* Carros mal estacionados
* Velocidade excessivamente rápida/lenta
* Portas de carros estacionados
* Piso escorregadio
* Cruzamentos

[Segurança do material]
A questão da segurança do material é talvez a que mais preocupa aqueles que utilizam a bicicleta no seu dia-a-dia para se fazerem deslocar dentro das cidades. Embora não possua dados que comprovem a eficácia das minhas sugestões, posso-vos dizer que sempre que fiquei apeado foi por questões mecânicas!

Postes, sinais, árvores ou estacionamento apropriado? Sugiro, em caso de disponibilidade, estacionamento apropriado, nem que seja para justificar o investimento que alguém teve a bondade de fazer. Postes ou sinais, é tudo a mesma coisa, desde que não atrapalhe nem trânsito nem peões. Agora por favor, não prendam a bicicleta às árvores, não é por uma questão de amor à natureza, que dizer, também é, mas ao prenderem a bicicleta a uma árvore de certeza que algum cão vai lá deixar a sua marca territorial! Fora de brincadeiras, árvores só em último recurso, é que se toda a gente for lá prender a bicicleta de certeza que não lhe vai dar muita saúde.

A meu ver a escolha do local é talvez o ponto mais importante no que toca à segurança do material, um sítio de boa visibilidade, com bastante gente a passar, comércio, cafés ou pastelarias, estacionamentos de motas, etc., são sempre pontos interessantes para estacionar. Não significa que estamos safos, mas existem bastantes mais elementos dissuasores nesses locais do que em ruas onde não passa ninguém onde é mais fácil passar despercebido.
Por exemplo, quando vou à baixa de Lisboa acabo sempre por deixar a bicicleta em frente a um hotel qualquer, também já a deixei numa rua escura e quando voltei ainda lá estava, mas a meu ver não vale a pena arriscar. Desde o Campo Grande até ao Marquês do Pombal é uma maravilha para estacionar a bicicleta, é só escolher um sítio que não atrapalhe os peões. Lembrem-se também que quanto maior visibilidade as nossas bicicletas tiverem, mais habituadas as pessoas/condutores ficam à nossa presença, só assim se alteram as mentalidades.

Há que ter especial atenção às rodas e selins com aperto rápido, quando pensarem em adquirir uma corrente(ou mais) lembrem-se que vai ter que ter comprimento suficiente para alcançar pelo menos as duas rodas. Eu ando com duas correntes, uma prende o quadro e a roda da frente ao poste, enquanto a outra prende o selim e a roda de trás ao quadro. Por vezes, se houver espaço suficiente, utilizo apenas uma corrente que prende as duas rodas e quadro ao poste. Se optarem por ter uma bicicleta apenas para estas deslocações troquem o aperto rápido do selim por um normal. Antes de deixarem a bicicleta verifiquem se ficou bem presa, basta puxar a bicicleta e ver se ela vem atrás ou não, não queiram descobrir da pior forma que afinal só tinham prendido a bicicleta pelo avanço! (logo pela manhã tudo é possível!)


Outra dica, enquanto que uma parte dos frequentadores deste fórum consegue identificar uma SID ou F100 só pelo cheiro, para a grande maioria da população aquilo é o equivalente às que se vendem nas bicicletas do supermercado. Isto para dizer, pneus largos e com grandes tacos chamam logo a atenção (além de que se tornam um pesadelo para pedalar no alcatrão), uma forqueta rígida não é nada apetecível, uma suspensão (qualquer que seja) já começa a abrir o apetite aos amigos do alheio, uma suspensão total (por pior que seja) é uma festa e já conseguem fazer o Lisboa Downtown com aquilo (ou pelo menos pensam), com os travões de disco (mecânicos ou hidráulicos) até se lhes reviram os olhos, e mudanças? Quantas mais melhor!!

Quanto menos apelativa for a bicicleta melhor, torna-se menos provável que seja levada por alguém de princípios menos nobres, como ficam menos chateados se isso por acaso vos acontecer. Há também os engraçadinhos que gostam muito de mexer nos manípulos das mudanças, mas nunca se atreveram na minha singlespeed ainda não sei bem porquê, eheheh! Agora que penso melhor nisso, se calhar foi por causa disso que uma noite qualquer me colaram uma pastilha elástica no selim...

* Material pouco apetecível
* Estacionar em zonas de bastante tráfego, boa visibilidade


[Mecânica]
Como disse há pouco, as poucas vezes que fiquei apeado foi por questões mecânicas... Mantenham sempre a bicicleta em condições, verifiquem os calços dos travões todos os meses e a transmissão. Verifiquem também o desgaste dos pneus, quanto mais gastos estiverem maior é a probabilidade de os furarem.
Até hoje só furei uma vez nas minhas deslocações citadinas e pela razão que anteriormente enunciei, a melhor solução é utilizar uma câmara de ar com líquido reparador, não vale a pena levar bomba, remendos e câmara extra (até porque algum dia se vão esquecer disso tudo em casa e é nesse mesmo dia que vão furar), se tiverem que trocar o pneu estacionem a bicicleta num local seguro e passem por lá mais tarde para fazer essa operação. Se possível passem lá de carro depois do jantar e façam esse trabalho na garagem com melhor iluminação.

Acima de tudo não inventem com esta bicicleta, a última coisa que vão querer é ter uma falha qualquer a caminho do trabalho porque decidiram fazer umas pequenas experiências durante o fim-de-semana.
Sempre que pensei, "ah isto safa", não safou!

* Verificar travões
* Verificar transmissão
* Verificar pneus

[Percursos]
Provavelmente os percursos que fazem de carro são bastante incompatíveis com bicicletas, está na altura de conhecer umas quantas alternativas. O fim-de-semana é uma boa altura para fazer essa exploração e ver quanto tempo é que demora a fazer a deslocação, sem nunca esquecer que o tráfego aumenta durante os dias úteis. Pegar num mapa da cidade, google maps, via michelin, mappy ou semelhantes também pode ajudar.

[Vestuário]
A minha experiência nesta campo não é muito vasta, mas posso dar alguns conselhos. Utilizar um cesto à frente ou uns alforges atrás (na bicicleta, claro) para levar o que for preciso. Malas a tiracolo ou às costas acabam por não ser práticas, as primeiras por questões de equilíbrio e manobragem, as segundas porque nos deixam as costas suadas.
No Verão costumo sair de casa com uma tshirt velha vestida que depois troco quando chego ao meu destino, provavelmente se andasse 5km/h mais devagar esta operação não seria necessária...
Para o Inverno comprei umas calças impermeáveis por 15Eur na Decathlon, são bastante práticas na medida em que se vestem por cima da roupa sem que seja necessário descalçarmo-nos. Não convém utilizar impermeáveis muito quentes, senão é provável que cheguem mais encharcados em suor do que num dia de 40ºC à sombra... Um cachecol é sempre boa ideia para os dias mais frios, mas se estiverem numa onda anti-social já têm uma boa desculpa para não falar!
Se não querem andar com o rabo o dia todo molhado então não arrisquem levar a bicicleta num dia em que as estradas estão, ou possam vir a estar molhadas!! Mais vale deixar a bicicleta em casa e depois ir comprar as tais calças... Eu não ganho à comissão, mas acho mesmo que deviam comprar umas calças adequadas para a chuva! Também só descobri que afinal "salta mais água do que aquilo que eu pensava" depois de já ter chegado ao meu destino.
Um colete reflector semelhante aos que são utilizados nos carros ajudam-no a tornar-se bem visível aos outros condutores, a não esquecer quando se circula em vias de tráfego rápido, como por exemplo a Avenida Marginal.

No fundo a única grande diferença que vai de um biciclista para um motociclista está nas distâncias que é possível percorrer em tempo útil, na velocidade e aceleração. Estas últimas duas há que ter em conta no que toca à segurança na estrada, não podemos fazer tudo aquilo que eles fazem!


Espero que este tópico seja de alguma utilidade para quem o ler, nem que seja para experimentar durante um dia, uma semana até, e depois se não gostarem podem vir aqui queixar-se! A sério que gostava de ouvir os argumentos daqueles que tentaram e não gostaram/conseguiram. Fico à espera!

Aos outros, aqueles que optaram por este belo meio de transporte, espero que dêem uma ajuda a completar este tópico.

Podem encontrar aqui a versão em PDF do texto: http://www.alface.de/bicicletas/

Edit:
* Primeira revisão, adicionar "guarda-lamas" à bicicleta para proteger da água / sujidade que as rodas possam projectar, sugestão de ICH. (10/Jan/2007)
* Segunda revisão, adicionar travagens nas passadeiras, coletes reflectores, reflectores laterais, chain guards, reflectores salientes na estrada, carris do eléctrico e pequena alteração ao "guarda-lamas". Sugestões de Mangelovsky, snowbike, fbruno69. (10/Jan/2007)
* Terceira revisão: Versão em PDF
 

ICH

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Belo tópico com um texto conciso e informativo.

Quanto a molharmo-nos permito-me sugerir uma bicicleta com guarda-lamas daqueles completos à antiga portuguesa. É que além da chuva há sempre um chafariz que molha a rua ou um engraçadinho a lavar o passeio e lá vai um belo risiquinho de água para as costas.

Tentem utilizar a bicicleta no dia a dia e vão ver que é muito divertido e em breve estão viciados (não digam que eu não avisei). O ambiente agradece e a vossa saúde também.
 

Pata

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ICH said:
Belo tópico com um texto conciso e informativo.

Quanto a molharmo-nos permito-me sugerir uma bicicleta com guarda-lamas daqueles completos à antiga portuguesa. É que além da chuva há sempre um chafariz que molha a rua ou um engraçadinho a lavar o passeio e lá vai um belo risiquinho de água para as costas.

Tentem utilizar a bicicleta no dia a dia e vão ver que é muito divertido e em breve estão viciados (não digam que eu não avisei). O ambiente agradece e a vossa saúde também.

Também já vi várias bicicletas com guarda-lamas, embora a meu ver seja apenas mais material para atrapalhar e prefira deixar a bicicleta o mais simples possível, optando pelas calças.

Eu já desisti do argumento do ambiente, simplesmente não funciona! Acho que é mais eficaz falar de tempo ganho e de dinheiro poupado que pode ser gasto noutros lados.

Obrigado pela sugestão ;-) já alterei o texto!
 

Mangelovsky

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Estou muito contente por terem criado este tópico.

Gostaria de deixar as minhas sugestões, aprendidas à custa da minha experiência/erros:

- Quando comprarem uma pedaleira nova, guardem o prato de plástico que vem preso à roda maior. É útil montá-lo na bicicleta que usarem no dia a dia, para não triturarem as calças e não arranjarem uma lesão chata como a que eu tenho neste momento no joelho por ter inconscientemente começado a pedalar com o calcanhar para fora, durante a semana. :s

- Montem reflectores nas rodas. Os pirilampos resolvem (alguns melhor que outros) a questão da visibilidade traseira e frontal. No entanto os perigos também vão surgir lateralmente. Não é necessário comprar reflectores: as lojas normalmente têm de sobra para dar aos clientes, porque a maior parte das pessoas que compram BTTs novas, pedem logo para os retirar. E não os levam. Isto também se passa com os pratos de pedaleira que mencionei antes, no entanto a loja onde trabalhei não mantinha um stock destes. Quem precisar que peça na sua loja que o mais provável é arranjarem-lhe um em poucos dias.

- Apesar de se dever ter mais cuidado do que este exemplo, aqui vai: já deixei uma bicicleta antiga de aço estacionada ao ar livre durante um Verão na minha faculdade. Quando peguei nela, só tive que encher os pneus para ir embora e depois lavar a resina. Vendi-a algum tempo depois e por isso revi-a e só lhe troquei um dos cabos de mudanças. Estava impecável. Logo, desde que não se importem com umas cabeças de parafuso enferrujadas e com as mudanças a demorar mais um segundo a entrar, praticamente não terão gastos de manutenção, utilizando uma bicicleta simples.

- Retirem tudo da bike quando a deixarem parada. Uma vez não me apeteceu levar o bidão de água e quando peguei nele, já não continha água, mas sim vinho branco. Não me perguntem como... :)

- Há apertos rápidos sem alavanca à venda nas lojas: da BBB, Union e talvez mais marcas que eu desconheça. Evitam que engraçadinhos mexam-vos nos apertos: há gente com sentidos de húmor incrivelmente básicos. Aconselhavel passar na mesma a corrente, porque hoje em dia vendem-se chaves Umbraco a 1€ por todo o lado.

- Existem calços de v-brake que quando pressionados pela travagem, emitem luz!! Uma vez vi isso à venda na Biciporto. Não sei se foi um artigo que fez sucesso, por isso não sei se ainda se vende. Tinham pequenos leds vermelhos na parte exterior que fica virada para trás. eram luzes de stop.

- Há capacetes com retrovisor, retrovisores integrados nos bar-ends ou capacetes, caixas de direcção que dão para bloquear, cadeados que se auto-enrolam nas rodas, luzes de dínamo, cestas destacáveis, mochilas destacáveis, enfim... Uma quantidade de acessórios para deliciar aqueles que como eu, são ciclo-consumistas. Atenção que alguns destes acessórios que mencionei só vi montados de origem em bicicletas. Não sei se existem à venda.

- Não se envolvam em discussões por causa do trânsito. Tirem partido da calma acrescida que a prática regular de desporto trás e ignorem os ignorantes. Provavelmente irão fazer o mesmo percurso diariamente, tal como parte dos automobilistas com que se cruzarem. Há pessoas que não têm juízo e que são vingativas e um carro não precisa de vos tocar para vos atirar ao chão.

Divirtam-se e deixem a vossa boa disposição ser motivo de inveja.
 

snowbike

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pata :bompost:

Muitas (e boas) sugestões já foram dadas pelo que pouco à a acrescentar, mas realço a da utilização dos guarda-lamas. Mesmo que não esteja a chover, basta a estrada estar molhada para ficarmos todos encharcados.

Para além das luzes (dianteira e traseira) tenho também um colete reflector em volta da mochila, o que ajuda a ser visto pelos outros utentes da estrada.

Também sou utilizador diário da bicicleta em Lisboa, e como tenho condições no escritório, utilizo a roupa normal do BTT visto que posso tomar banho e tenho mudas de roupa no escritório, para além de um local onde guardar a bicicleta. Moro na zona oriental de Lisboa e trabalho para os lados de Tires/Carcavelos, fazendo 33km para cada lado. Já o faço desde 2004 e neste momento não trocava a minha bicicleta por um carro como meio de transporte diário para o trabalho :mrgreen:
 

fbruno69

New Member
Fixe.
Acho que vou passar muitas vezes por este tópico :mrgreen:

Só um acrescento quanto ao piso molhado:
Muito cuidado com as passadeiras e todas as outras zonas pintadas no chão!
Passadeira molhada e travagem estando em cima da mesma é tralho certo!

Cuidado também com os carris dos eléctricos, principalmente nas curvas!
Cuidado especial se usarem rodas finas.

Eu normalmente uso pneus 32, embora de momento tenha 35 (os de 32 são difíceis de achar) e ambos entram nos carris.
Quanto à calçada e aos furos, se foram bem cheios (normalmente ando pelos 60psi) não tenho tido problemas.
 

pratoni

Active Member
:bompost: :yeah: :clap: :clap: :clap:

Não tenho nada a acrescentar a este tópico, porque não tenho experiência nenhuma neste assunto, mas queria felicitar toda a gente que faz isto todos os dias.

Aliás o meu sonho é, um dia, poder ir a pé ou de bicicleta de casa para o trabalho mas, entretanto, uso os transportes públicos (comboio)... :)
 

Pata

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Já editei o texto, adicionei algumas das vossas sugestões, parece-me que este tópico está a ir por um bom caminho.
Obrigado pessoal!

Pratoni, qual é a distância percorrida de comboio? Moras longe da estação?
Uma alternativa seria começares a ir de bicicleta até à estação, depois talvez te sentisses mais à vontade para um dia experimentares ir até ao teu destino final. Se depois de achares que é muito difícil vem aqui deixar a tua opinião.
 

pratoni

Active Member
De casa à estação já pensei em ir de bicicleta (+- 5kms), mas aqui o problema é ter sítio seguro onde deixar a bicicleta o dia todo, porque a estação fica num sítio isolado e, apesar de haver um segurança na estação, tem poucas pessoas a passar, logo parece-me mais seguro que, mais dia, menos dia, quando chegasse, só encontrasse o sitio da mesma... :s

Se desse para levar a bicicleta no comboio, se calhar pensava um bocadinho melhor mas, às horas de ponta (que é quando eu uso) não é permitido levar bicicletas dentro do comboio... :s

Para além do facto de o caminho para a estação ser muito frequentado, durante a semana, por camiões, bichos pelos quais tenho muito respeito (leia-se medo :wink:) quando ando de bicicleta.

A distância entre casa e o trabalho deve ser à volta de 50-60 kms, talvez menos em linha recta... (Palmela -> Lisboa)... :mrgreen:

Se o comboio demora 50 mins, imagino de bicicleta... heheheheh :wink:

PS: Claro que o ir a pé de casa para o trabalho nunca poderia ser neste trabalho... :wink: :twisted:
 

Pata

New Member
pratoni said:
De casa à estação já pensei em ir de bicicleta (+- 5kms), mas aqui o problema é ter sítio seguro onde deixar a bicicleta o dia todo, porque a estação fica num sítio isolado e, apesar de haver um segurança na estação, tem poucas pessoas a passar, logo parece-me mais seguro que, mais dia, menos dia, quando chegasse, só encontrasse o sitio da mesma... :s

Se desse para levar a bicicleta no comboio, se calhar pensava um bocadinho melhor mas, às horas de ponta (que é quando eu uso) não é permitido levar bicicletas dentro do comboio... :s

Para além do facto de o caminho para a estação ser muito frequentado, durante a semana, por camiões, bichos pelos quais tenho muito respeito (leia-se medo :wink:) quando ando de bicicleta.

A distância entre casa e o trabalho deve ser à volta de 50-60 kms, talvez menos em linha recta... (Palmela -> Lisboa)... :mrgreen:

Se o comboio demora 50 mins, imagino de bicicleta... heheheheh :wink:

PS: Claro que o ir a pé para o trabalho nunca poderia ser neste trabalho... :wink: :twisted:

Compreendo o teu medo pelos camiões assim como de ficares sem bicicleta, procura arranjar uma bicicleta velha pouco apetecível e um caminho alternativo para ir para a estação.

Mas ao menos temos aqui um bom exemplo de um percurso em que a bicicleta não é o meio de transporte mais adequado, ao fim de uma semana a fazer 100km por dia acho que podias meter umas férias.
 

marky27

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Eu enquanto utilizador diário da bicilceta enquanto meio de transporte desaconselho vivamente o seu uso em Portugal.
Tudo o que aqui foi dito é verdade e são óptimos conselhos, mas eu posso-vos dizer que é muito raro o dia em que não sou alvo de ameças de agressão, insultos á minha pessoa e á minha progenitora e algumas tentativas de atropelamento tambem.
Podem acreditar que não estou a brincar, apesar de seguir á regra todos estes conselhos até porque já ando de bicicleta na cidade à mais de 10 anos.
A sugestão de andar no meio da via e não facilitar as ultrapassagens aos carros, esse então é um convite aberto ao atropelamento! :choneh:
Não se esqueçam que as estradas estão cheias de selvagens delirantes com a sensação de poder que o seu SUV de vários milhares de Euros lhes transmite.
(Há alguns que com um simples Fiat Punto obtêm o mesmo efeito) :lol:
 

johnnybgood

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Devo acrescentar, para os que estão habituados a andar de carro na cidade mas não de bike, que a regra das prioridades pode sofrer uma pequena deformação, principalmente ao arrancar em semáforos ou rotundas muito movimentados...
É que depois de um toque ou riscos no carro, porque A se atravessou á frente de B, normalmente há discussões, mas se A ou B for uma bicicleta, o ciclista já não estará em condições de discutir...
 

Pata

New Member
marky27 said:
Eu enquanto utilizador diário da bicilceta enquanto meio de transporte desaconselho vivamente o seu uso em Portugal.
Tudo o que aqui foi dito é verdade e são óptimos conselhos, mas eu posso-vos dizer que é muito raro o dia em que não sou alvo de ameças de agressão, insultos á minha pessoa e á minha progenitora e algumas tentativas de atropelamento tambem.
Podem acreditar que não estou a brincar, apesar de seguir á regra todos estes conselhos até porque já ando de bicicleta na cidade à mais de 10 anos.
A sugestão de andar no meio da via e não facilitar as ultrapassagens aos carros, esse então é um convite aberto ao atropelamento! :choneh:
Não se esqueçam que as estradas estão cheias de selvagens delirantes com a sensação de poder que o seu SUV de vários milhares de Euros lhes transmite.
(Há alguns que com um simples Fiat Punto obtêm o mesmo efeito) :lol:

Já agora poderias dizer em que locais costumas andar? O conselho de não deixar ultrapassar aplica-se às cidades, visto termos semáforos, cruzamentos e passadeiras de 100 em 100 metros e de a diferença de velocidade entre o ciclista e o automobilista não ser assim tão grande.

Só fui insultado uma única vez por uns senhores que iam numa carrinha das obras, já fui buzinado por taxistas mas ultimamente deixaram de o fazer. Pelos sítios onde passo com regularidade noto cada vez mais respeito pelos ciclistas e não é com uma atitude de medo que vamos marcar a nossa posição, aos insultos devemos responder com um *sorriso*, assim como aos peões que olham para nós ainda com alguma estranheza!

Até ver nunca atentaram contra a minha vida, se calhar não passamos pelos mesmos sítios...

johnnybgood said:
Devo acrescentar, para os que estão habituados a andar de carro na cidade mas não de bike, que a regra das prioridades pode sofrer uma pequena deformação, principalmente ao arrancar em semáforos ou rotundas muito movimentados...
É que depois de um toque ou riscos no carro, porque A se atravessou á frente de B, normalmente há discussões, mas se A ou B for uma bicicleta, o ciclista já não estará em condições de discutir...

Sendo um veículo não motorizado a lei diz que perdemos a prioridade em tudo quanto é lado, até nos obrigam a parar dentro de uma rotunda, ideias peregrinas!
Talvez por ignorância ou apenas por bom senso dão-me sempre a prioridade como se de um veículo motorizado me tratasse, o que em termos de trafego acaba por ser mais inteligente. O que fariam se estivessem a circular numa rotunda e se deparassem com uma bicicleta parada a dar prioridade a quem quer entrar?? É uma situação que estejam à espera? Não me parece... O que me parece é que o resultado não seria muito bom.

Como ciclista é bastante mais fácil evitar bater em alguém, portanto não consigo compreender esse teu receio.
 

fbruno69

New Member
marky27 said:
...
A sugestão de andar no meio da via e não facilitar as ultrapassagens aos carros, esse então é um convite aberto ao atropelamento! :choneh:
...


Dois pormenores:
1 - a questão não é tanto "não facilitar as ultrapassagens", a questão é "evitar razias" e evitar os buracos e outras trampas que existem junto à berma!

2 - Desculpa lá perguntar, mas já experimentas-te?
Uma coisa tenho a certeza, o gajo que vai de carro para casa (ou para o trabalho), a menos que seja um assassino, quer tanto bater num ciclista como o ciclista quer que o carro lhe bata!
Outra coisa é que assim como o carro consegue ultrapassar um papa reformas (mesmo que se encostem à berma...), mais facilmente ainda nos ultrapassam a nós mesmo que vamos no meio da faixa; a grande diferença é que se eu for no meio da faixa estou-lhe a dizer "Não existe espaço para os 2 na mesma faixa" e se eu for encostado à berma "Podes passar que há largura suficiente" quando muitas vezes não há!
Não sei onde andas (até pode ser que a tua zona seja recheada de assassinos), mas eu ando na zona de Lisboa e faço isso mesmo e muito raramente tenho uma razia que seja!
Aliás, nas poucas vezes que me encosto mais à berma (como uma vez em que ia carregado e muito lento e quis ser simpático - estúpido foi o que fui!) foram exactamente as ocasiões em que tive razias!

Actualmente moro em Corroios e trabalho em Carnaxide, pelo que quando vou de bina faço o percurso de Belém para Carnaxide (e vice-versa) pelo que faço parte da Av. Brasília (até ao viaduto) e a Av. da India (até Algés) e acredita: não tenho razias, nem buzinadelas, nem insultos à progenitora nem nada do género. E também não passo por cima dos buracos que minam a berma da Av. de Brasília...
No outro lado do rio, vou pela N10 desde Corroios até aos barcos e aqui (é quase sempre uma só faixa) também não tenho problemas - quando vou a subir não vou mesmo no meio da faixa, mas também não vou agarrado à berma e acredita que tenho sempre espaço; nos poucos troços em que não dá para ultrapassar (como perto dos sinais no cruzamento para o Centro Sul) ocupo o centro da faixa e os senhores dos carros não buzinam...
Nas muitas vezes que fiz este percurso tive 1(um) gajo que me buzinou uma vez, mas como me cruzo com uns 100 carros em cada vez que um destes troços, isso deve dar uma percentagem de ocorrência mais pequena que as hipóteses do Leiria tem de ganhar o campeonato este ano!


Desculpa lá se pareço muito rude...
 

johnnybgood

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Essa regra das rotundas é de há uns anos, legalmente, neste momento, as bikes já têm prioridade qdo se apresentem pela direita, e nas rotundas. Mas a prioridade legal nem sempre corresponde à prioridade física, é disso que falo. E se não compreendes o meu receio, experimenta observar a rotunda do MarquÊs quando os semáforos mudam para verde, ou os semáforos da Av da República...
Eu em situações tão movimentadas, independentemente do que diga a lei, prefiro ir para o passeio/passadeira, nem que tenha que ser com a bike à mão (mais para não assustar os peões do que propriamente com receio de atropelar alguém).
 

Pata

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johnnybgood said:
Essa regra das rotundas é de há uns anos, legalmente, neste momento, as bikes já têm prioridade qdo se apresentem pela direita, e nas rotundas. Mas a prioridade legal nem sempre corresponde à prioridade física, é disso que falo. E se não compreendes o meu receio, experimenta observar a rotunda do MarquÊs quando os semáforos mudam para verde, ou os semáforos da Av da República...
Eu em situações tão movimentadas, independentemente do que diga a lei, prefiro ir para o passeio/passadeira, nem que tenha que ser com a bike à mão (mais para não assustar os peões do que propriamente com receio de atropelar alguém).

Anda de bicicleta nos passeio é de longe mais perigoso do que na estrada, é uma ideia completamente falsa que a maior parte das pessoas que ainda não tentou andar na estrada tem.

Eu no ano passado fazia a Av. da República todos os dias úteis, nunca tive problemas, este ano já só faço uma parte e contínuo sem ter problemas. Claro que vou pelas avenidas laterais, mas se preferires podes ir pelas avenidas paralelas como a Av. 5 de Outubro que a meu ver é muito mais perigosa porque tem carros mal estacionados, muito mais cruzamentos e muito mais peões a atravessar à maluca.

A rotunda do marquês obriga-nos a ir a olhar constantemente para trás a ver se podemos passar, se não abrandamos e passamos depois dos carros. Quando vais de carro só fazes as rotundas por fora se queres sair na primeira saída, se a fizeres por fora e não saíres na primeira saída vais ter um acidente, é óbvio. Agora de bicicleta tens que fazer sempre as rotundas por fora, portanto tens que ter cuidado redobrado!!! A rotunda do marquês não é nenhum bicho de sete cabeças, nem para carros nem para bicicletas, as pessoas é que a complicam!
 

fbruno69

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Pata said:
O conselho de não deixar ultrapassar aplica-se às cidades, visto termos semáforos, cruzamentos e passadeiras de 100 em 100 metros e de a diferença de velocidade entre o ciclista e o automobilista não ser assim tão grande.

Desculpa discordar, mas o conselho de seguir no meio da faixa (a questão não é deixar ultrapassar ou não) é para toda e qualquer rua ou estrada (dentro ou fora das localidades) que não tenha a largura suficiente para que a bicicleta e outro veículo sigam lado a lado!

Como uma senhora canadiana (Tanya) disse tão bem que eu não resisti em traduzir:
Eu circulo no meio da via porque ela é demasiado estreita para partilhar em segurança. Isto é na realidade um gesto de cortesia para contigo, assim não tens que adivinhar se a largura do teu veículo cabe no espaço livre e, decidir se tens que mudar de via ou não. Se a via ao lado estiver livre, realmente não é necessário que buzines desalmadamente ou praguejes pela janela. Talvez penses que há espaço para que eu vá pelo berma, mas eu tenho uma melhor visão da estrada. A berma está cheia de detritos que me furam os pneus, e buracos que me podem partir os ossos. Eu posso precisar de espaço para guinar de modo a evitar o lixo que alguém atirou pela janela do carro. Se nós chocarmos, nenhum vai ter um bom dia.



Pata said:
Sendo um veículo não motorizado a lei diz que perdemos a prioridade em tudo quanto é lado, até nos obrigam a parar dentro de uma rotunda, ideias peregrinas!

Estás enganado.
Nas rotundas não se aplica a regra geral da prioridade (essa é que nos tira prioridade nos cruzamentos)!
Nas rotundas tem prioridade TODO E QUALQUER veículo que circule na rotunda (excepto se houver sinalização em contrário).
(Podem ver este documento)

 

marky27

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Desculpa lá se pareço muito rude...

Ora essa, eu gosto é da partilha de opiniões, até te convidava para pedalares comigo um dia destes mas se nunca foste insultado por andar de bicicleta não quero ser o responsável por essa estreia :lol:
2 - Desculpa lá perguntar, mas já experimentas-te?

Em 13 anos de bicicleta já experimentei de tudo.

Já agora poderias dizer em que locais costumas andar? O conselho de não deixar ultrapassar aplica-se às cidades, visto termos semáforos, cruzamentos e passadeiras de 100 em 100 metros e de a diferença de velocidade entre o ciclista e o automobilista não ser assim tão grande.

Eu ando na hospitaleira cidade do Porto!

Só fui insultado uma única vez por uns senhores que iam numa carrinha das obras, já fui buzinado por taxistas mas ultimamente deixaram de o fazer. Pelos sítios onde passo com regularidade noto cada vez mais respeito pelos ciclistas e não é com uma atitude de medo que vamos marcar a nossa posição, aos insultos devemos responder com um *sorriso*, assim como aos peões que olham para nós ainda com alguma estranheza!

Mais um conselho sábio! E posso acrescentar que foi o facto de responder com um "Muito obrigado, bem haja!" aos insultos que me foram dirigidos que hoje em dia mantenho a dentadura e traços fisionómicos originais :lol:
Podem-me chamar medricas mas eu tenho medo dos condutores portugueses (aliás dos portugueses em geral)

Meus amigos, eu estou a falar a sério mas a brincar, uso e vou continuar a usar a bicicleta nas minha deslocações, por convicção e prazer mas não nego que o faço com muito medo e se até agora nunca tive nenhum acidente foi porque fujo dos carros, uso o passeio se for preciso, paro e dou sempre proridade aos outros.
Quanto á questão de mudar atitudes, já desisti de todas essas tentativas de "evangelização" em relação aos amigos e principalmente em relação á sociedade portuguesa.
 

fbruno69

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Pata said:
johnnybgood said:
Essa regra das rotundas é de há uns anos, legalmente, neste momento, as bikes já têm prioridade qdo se apresentem pela direita, e nas rotundas. Mas a prioridade legal nem sempre corresponde à prioridade física, é disso que falo. E se não compreendes o meu receio, experimenta observar a rotunda do MarquÊs quando os semáforos mudam para verde, ou os semáforos da Av da República...
Eu em situações tão movimentadas, independentemente do que diga a lei, prefiro ir para o passeio/passadeira, nem que tenha que ser com a bike à mão (mais para não assustar os peões do que propriamente com receio de atropelar alguém).

A rotunda do marquês obriga-nos a ir a olhar constantemente para trás a ver se podemos passar, se não abrandamos e passamos depois dos carros. Quando vais de carro só fazes as rotundas por fora se queres sair na primeira saída, se a fizeres por fora e não saíres na primeira saída vais ter um acidente, é óbvio. Agora de bicicleta tens que fazer sempre as rotundas por fora, portanto tens que ter cuidado redobrado!!! A rotunda do marquês não é nenhum bicho de sete cabeças, nem para carros nem para bicicletas, as pessoas é que a complicam!

Tal como qualquer outra estrada, nas rotundas devemos ir exactamente na mesma faixa que iríamos se fossemos de carro.
Se pretendermos sair na primeira saída devemos ir na faixa da direita, caso contrário devemos entrar nas outras faixas
No caso da rotunda do Marquês (gosto imenso de a fazer principalmente se a seguir for descer a Av. da Liberdade) na verdade não faço exactamente como se fosse de carro: normalmente só uso 3 faixas...
O único verdadeiro problema é posicionar-mo-nos correctamente quando vamos entrar (tal como outro qualquer cruzamento).
A minha preocupação é simplesmente colocar-me no centro da faixa mais correcta e ir sempre indicando para onde vou de modo que quem vem atrás de mim o saiba!
 

fbruno69

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marky27 said:
Ora essa, eu gosto é da partilha de opiniões, até te convidava para pedalares comigo um dia destes mas se nunca foste insultado por andar de bicicleta não quero ser o responsável por essa estreia :lol:

...

Eu ando na hospitaleira cidade do Porto!

Um dia que vá aí acima darei um toque :wink:
Entretanto, já experimentas-te alguma vez passear com os 'maluquinhos' da Massa Crítica?
Se não, experimenta uma vez - aí no Porto costumam ser uns 8 que se juntam na Praça dos Leões na última 6ª do mês (próximo dia 25 portanto) pelas 18:30 e dão umas voltinhas pela cidade e ocupam a faixa toda!
 
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