Cuidados a ter com o carbono

biafra

New Member
Carbono que cuidados!!!!

boas

que cuidados se e que tevemos de o ter com os quadros em carbono,
partem-se assim tanto...
eis algumas perguntas do qual gostaria de saber a vossa opinao
ja agora recomenda-se o carbono?????
sera o fim do aluminio????

boas pedaladas
 

DriveMe

Active Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Boas.

Os quadros de carbono penso que sejam mais resistentes que o aluminio ou cromo, mas numa utilização XC. :D
Street, Down e tal.. penso que não.

Googla.
 

Jepas

Super Moderador
Re: Carbono que cuidados!!!!

Boas,

A fibra carbono, como tudo, tem vantagens e desvantagens. O material é muito mais caro que o alumínio (que é o metal mais abundante na terra) e mais difícil de trabalhar. O alumínio requer ambiente inerte para a soldadura, mas a fibra de carbono requer uma construção em vácuo, por camadas e cozedura no fim do processo (quase totalmente atesanal). Por isso se torna muito mais caro (material e processo de fabrico).

A fibra de carbono requer cuidados no sentido em que o material não tem a mesma resistência em todas as direcções como os metais.
Se tiveres um cubo elementar de aluminio, ele terá a mesma resistência à tracção, compressão ou torção em qualquer uma das faces. Na fibra de carbono, isso já depende da orientação das fibras. Por isso é que os guiadores e espigões devem ser apertados com cuidado, por não terem boa resistência à compressão (as fibras não estão alinhadas nessa direcção).

A vantagem do carbono: tem a melhor relação resistência/peso
Devantagem: preço à altura da tecnologia de ponta

A vantagem do alumínio: tem a melhor relação preço/peso

No meu caso, ponderei comprar um quadro em carbono (mas custava mais 500 euros que a versão de alumínio). Acho que a diferença não compensa quando não se tem assim tanto dinheiro. Se tiveres, força, os quadros de fibra de carbono são mais leves, mais resistentes e mais caros. É preciso ter atenção a pancadas de pedras e apertos de acessórios/parafusos, porque como disse acima, a resistência não é igual em todas as direcções.

Quanto ao fim do alumínio... um bom quadro rígido em aluminio custa 500/600 euros, um quadro em carbono no mínimo 1300, ainda falta muito para a massificação do carbono.

Mas... se dinheiro não for problema, é o melhor material que há em termos de peso e resistência (melhor que o titânio) para esta aplicação.

Jepas
 

tkul

Utilizador Banido
Re: Carbono que cuidados!!!!

Alumínio, carbono, titâneo, aço…

Tudo material com capacidade de produzir desde pontes, a carros, passando por elevadores e edifícios, foguetões, e claro está as nossas biclas.
Mas será que existe um material? Será que existe o melhor?
Na minha opinião, é tudo compromissos. Compromisso entre a ligeireza e rigidez, esquecendo o preço, ou colocando em primeiro lugar o preço e colocando em secundário os restantes atributos.
Gosto de ter a possibilidade de escolher, e de ver no mercado imensos materiais na elaboração de um quadro.

O material compósito (fibra de carbono, fibra de vidro, fibra de kevlar, etc…), é constituído por fibras numa matriz que é a resina.
Existe a possibilidade de empregar as fibras em forma de tecido (com todas as variedades que existe: gramagem, tipo de tecido, hibridação ou não), ou em forma de fibras contínuas.
No que respeita à fibra, esta pode vir já impregnada de resina (Pré-preg) ou seco.
Basicamente as fibras funcionam como os raios, ou seja, é por elas que as forças são dissipadas, funcionando a resina como elemento agregador, ou unificador das várias fibras (a união faz a força).

Relativamente à fabricação temos:

- Molde com tecido seco+resina, molde+pré-preg
- Tecido e injecção de resina, podendo haver uma pré-moldagem – RTM (Resin Transfer Molding) – Usado para criar estruturas complexas
- Laminação de fibras, usando bobines. Pode ser útil para criar tubos, cilindros… etc.

Em termos de design ou projecto, é onde o segredo básico se situa. E a possibilidade de poupar peso entra em linha de conta cálculos de matrizes de rigidez.
O material é anisotrópico (como já se disse, as propriedades variam com a direcção), permite criar propriedades únicas, se compararmos directamente com os materiais metálicos.
Normalmente colocam-se as fibras a 0 ou 90º para resistir a forças de compressão e extensão, e a 45º e -45º de forma a resistir às forças de corte.

Basicamente, e mecanicamente falando, um material quando recebe uma força, tem tendência a deformar-se. Esta deformação pode ser calculada usando o módulo de elasticidade do material.
No caso do metal esta constante pode ser considerada constante (depende de como o material é obtido).
Para variar as propriedades ou para possuirmos as características que queremos da zona do quadro variamos a forma ou secção, alterando assim a inércia do mesmo.

No caso do compósito, além da inércia, podemos variar as propriedades físicas, alterando o módulo de elasticidade. Ou seja, temos 2 ferramentas em nosso poder.

Empregada desde os anos 70 na aviação, passou a ser “material obrigatório” nos projectos recentes, de forma a cumprir com normas antipoluição e de forma a render mais para os operadores.
No caso das bicicletas, o uso de carbono é de forma a reduzir o peso. Mas será assim tão real?
De muitos quadros em carbono, apenas poucos conseguem bater excelentes quadros em alumínio Scadium. Em termos de conforto e dos poucos que já tive a oportunidade de rodar (rígidas!), prefiro um bom quadro em Cromolly ou em Titâneo.
Se são melhores em alumínio? Pois… é que pessoalmente, e atendendo à tecnologia empregue actualmente, penso que ainda falta um pouco até ter um quadro em carbono. No entanto são quadros como a Scott, e Specialized que me fazem sorrir e ver que se calhar existe espaço para este material.

Hoje em dia o projecto de um quadro em compósito torna-se muito mais moroso (e honrosos), além que as marcas terão de investir em I&D de forma a combinar as fibras, e as suas orientações de forma a achar o coeficiente de elasticidade “acertado”.
Ou seja, não existe um livrinho de receitas, onde diga: 3 camadas na zona da pedaleira+7 camadas …
E toda essa tecnologia tem de ser paga pelo consumidor! E dps… o que vemos? Quadros com 900 gramas? Penso que não, e basta observar a lista: http://weightweenies.starbike.com/listings/components.php?type=hardtailframes .
Os quadros tem de ser feitos à mão, existe um grande desperdício em termos de tecido, o ciclo de produção é longo, e acima de tudo e caso seja feito em monocoque, exige a existência de vários moldes de forma acomodar os vários tamanhos de bikes.
No caso do alumínio, uma fractura é visível antes da catástrofe.
O alumínio sofre com os ciclos de carga, tendo uma vida preestabelecida. Em embates, tem a tendência de ficar machucado, como por exemplo pedras projectadas pela roda da frente esmurrarem a caixa da pedaleira

Existe depois outros inconvenientes que a meu ver são bastante graves:

Em termos de reparação, é bastante mais difícil de se reparar como deve ser um quadro em carbono do que um em alumínio.
Como o BTT é efectuado num elemento muito agressivo, existe a possibilidade de chocar com pedras, árvores, e outros objectos estranhos. No caso do carbono, o que pode parecer bom, muitas vezes tem defeitos graves. Normalmente o quadro pode apresentar fibras partidas sem que sejam vistas. E o caso é bastante grave, dado que havendo uma série delas partidas (não se notando do lado de fora – apenas com ultra-sons ou outros), a forma de se partir é como os cabos de aço nos filmes… pim… pim… pim… pim… pim… puuuuuummmbb!
O material em si, é mais frágil (sem possibilidade de deformação plástica) que qualquer outro.
Tem uma grande vantagem que é suportar muito bem, ciclos contínuos de força. Ou seja, bastante resistente em termos de fadiga.
Existe no entanto um evento que detestaria de ver acontecer em quadros de carbono – chupão de corrente, ou chain suck.

Na minha opinião deve ser um material para pessoas muito cuidadosas com o material, que o cuidem como se fosse um filho, e acima de tudo que andem com certo cuidado. Não quer dizer que os outros podemos fazer deles o que queremos!
Eu limitaria este material a outros componentes… e para os que estão prontos a investir num quadro, penso que vale a pena verificar os pesos reais dos quadros.
Pessoalmente prefiro quadros em Alumínio dada a rigidez e leveza do quadro. Além de que um excelente quadro, nunca me custará os olhos da cara, mas mesmo assim são caros.

Se tivesse fundos ilimitados, pedia que me construíssem uma bike em scadium de forma a durar apenas 6 mesitos, trocando mesmo que tivesse bom! Ou seja, um quadro com espessuras ridículas.

A Yeti na década de 90 (94/95) andou a investigar num material compósito muito especial MCM (não é o da Giant) conseguindo um quadro de 17 com todos os acessórios necessário com um peso record de 650 grm ou perto desse peso. Ou seja, um absurdo e nunca viu à luz a sua produção.
Existiram também outros materiais muito nobres, e verdadeiras obras de arte: Arnet 100 (aço), ou Berilium (o quadro mais caro da história), Boraliun, Alumínio-Lítio, magnésio. Existe excelente aço, como o Reynolds 953 ou o antigo 853.

Como em tudo, depende do que se quer a bike, mas actualmente e atendendo ao preço/peso da maioria dos fabricantes, penso que iria para um excelente quadro em alumínio.

PS- seria mais interessante ver uma jante em carbono, onde realmente se iria sentir a diferença!
 

Strangletmuh

New Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

que explicaçao maravilhosas. realmente mesmo pondo o factor monetario de lado creio que o aluminio nunca morra. Nao estou a ver o pessoal a querer bicicletas com que se preocupe demais (tipo gaja) lol o aluminio ainda esta a evoluir, ja se obtêm misturas de aluminios e outros materias que produzem quadros resistentes e elasticos ao mm tempo. A meu ver a fibra de carbono é um pouco banal e nao é pau pra toda a obra cm o aluminio e subsequentes compositos. ha elementos de uma bike onde acho muito mau o uso de carbono especialmente elementos estruturais sensiveis como guiadores e cranks, por outro lado o acabamento de uma bike de carbono face a uma de aluminio deixa um pouco a desejar, pelo menos nas que eu tenho visto. os quadros de carbono parecem um tanto pexibeks nos promenores. Aluminio rula ;) pelo menos em TT XCzito e estrada venha o carbono pros meninos terem mais rendimento ehehehe
 

PedroPadinha

New Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Felizmente existem poucos quadros em beryllium, é muito muito toxico e cancerigeno, quem trabalha com esse metal tem que ter um cuidado extremo, foi usado muitos anos em em desportos de motas de alta competição, a FIA baniu o beryllium, pois se houvesse um acidente ou algo do genero poria publico, condutores, equipas de emergencia em perigo, o material esta depleto de uranio, em forma solida é completamente inofensivo, ams em forma liquida ou através da inalação de vapores, basicamente - mata. É um material muito raro na terra, dai também ser tão caro(cerca de 200 vezes mais caro que aluminio :shock: ), mas bate o titanio a milhas :wink: diz quem tem quadros desses que não existe comparação possivel, em rigidez, peso, resistencia..you name it 8)

Sobre o berrylium : http://www.bikeforums.net/archive/index.php/t-78157

sobre todo o tipo de metais, esta aqui um site mesmo muito bom, recomendo : http://www2.sjsu.edu/orgs/asmtms/artcle/articl.htm

Leiam a parte final sobre um material descoberto á relativamente pouco tempo, fizeram um quadro a pesar 590 gramas ;)

cumps
 

biafra

New Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

boas,

mais uma duvida
mas se realmente o carbono e mais resistente que o aluminio para xc,
por exemplo era preferivel optar por quadro Trek 9.8 carbono do que um por exemplo Stumpjumper m5???????
nao sei algum de vos tem quadro de carbono?
e que me informaram que o carbono e mais confortavel e e mais agil que o aluminio...

boas pedaladas
 

Jepas

Super Moderador
Re: Carbono que cuidados!!!!

mas se realmente o carbono e mais resistente que o aluminio para xc,

Depende, mas para quadros com igual peso, o de carbono tem mais resistência.

por exemplo era preferivel optar por quadro Trek 9.8 carbono do que um por exemplo Stumpjumper m5?

Os quadros não dependem só do material, a geometria é tão ou mais importante. Partindo do pressuposto que têm geometrias semelhantes... volta a depender do que se pretende, o Trek pode ser mais leve, mas pode ser mais feio, mais antigo, mais caro, etc. Existem mais factores que não o material.

é que me informaram que o carbono é mais confortavel e é mais agil que o aluminio

Como já foi dito, o carbono tem muito melhor resistência à fadiga, logo aguenta mais ciclos de carga. Assim podem-se constuir quadros em carbono que apresentem flexão sem partir. Contudo nem todos, ou quase nenhum quadro é feito em carbono para flectir. Antes pelo contrário, os fabricantes aproveitam as propriedades do carbono para reforçarem o quadro e evitarem flexões indesejadas. Mas isso depende sempre de quadro para quadro, marca para marca.

Quanto ao ser mais ágil... acho que depende mais da geometria que do material, a não ser que se tenha em consideração que mais leve implica mais ágil, mesmo assim a diferença é mínima (no peso total da bicicleta).


Jepas

P.S. Tenta escrever acentos nas palavras.
 

Ludos

Benevolent dictator for life
Staff member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Aqui está um tópico daqueles que eu gosto. Informação, muita, e boa, suminho do bom, som corantes nem conservantes.

Gostei mesmo de ler e aprender mais umas coisas, não vou entrar em discussões particulares sobre o material ideal para os quadros, acho que isso é como a questão HT vs FS, entre outras do género, pessoalmente, em quadros rigidos partilho o gosto do tkul, venha o aço cromoly e o titanio :)

(Conforme o tópico se desenvolva sou capaz de modera-lo de modo a organizar mais a informação :wink: )

Bons posts malta, gostei mesmo (apesar de me ter perdido em algumas explicações do tkul :lol: vou ter de as re-ler) :yeah:
 

tkul

Utilizador Banido
Re: Carbono que cuidados!!!!

Qual o melhor material?
Bem, isto é apenas a opinião pessoal:

- Quadro em aço, para expedições, marathonas, etc, basicamente passeios muito longos, onde se fique muito tempo sentado, e não se queira ir para quadros FS, nem se tenha dinheiro para o Titânio.
- Quadro em Alumínio, para os que querem ter quadros ultra-rígidos, muito pouco condolentes (conforto muito aquém dos quadros Tit, e aço). São quadros ultra-leves (Scadium), conseguindo montagens de se meter inveja! Hoje em dia é o que se vê mais por essas lojas, e dá para se aperceber que é o material em voga lá para os lados da antiga Ilha Formosa.
- Quadro em Titânio… ehehehe, para quem quer ter uma experiência única. Nunca tive, e sempre que dei uma voltinha, adorei! É diferente, e penso que sejam mais confortáveis que o aço, mas mais leves que o mesmo. Os quadros podem ser mais pesados que muitos em alumínio. Marcas a tomar em conta são sem dúvida as lendárias Merlin e Litespeed. Mas existiam (desconheço se ainda as há) outras como Nuke, kona Hei Hei, Marin, GT, Airborne, Seven… etc.
- Quadro em carbono, eu para mim é material de moda! A concepção dos quadros é muito semelhante em termos de conceito aos de ligas metálicas, e apenas existem algumas marcas que decidiram romper com o tradicional, para começarem a gerar quadros dignos deste material que começa a ter muita procura (aviação principalmente! E atendendo que os fabricantes não aumentaram assim tão significativamente a sua produção, existe mais a tendência dos preços dispararem! De notar que o novo Boeing 787 é quase todo feito em compósito!).

Hoje em dia, a maioria dos quadros de carbono, são produzidos a partir de tubo pré-formados, normalmente efectuados em Autoclave (em que conseguem melhores propriedades do que outro processo qualquer).
Basicamente temos um molde onde é introduzido os vários tecidos (direcções e essas coisas todas), e depois de ensacado (Imaginando uma sandwich, onde a base é molde, temos desmoldante, fibra de carbono – várias telas, tecido respirador, saco), e aplicado vácuo, de forma a tirar todo o ar que possa existir entre o molde e o carbono e o excesso de resina, é levado à autoclave onde é colocado sobre pressão (de forma a ajudar a compactação das várias fibras e retirar a resina que está em excesso) e temperatura para efectuar a cozedura.

Existem outros, que os fazem em monocoque, que para mim, continuam a ser o ex-libris e a grande vantagem do carbono.
Acredito que a utilização de materiais compósitos irão gerar outras formas além do duplo triângulo que hoje vemos, e cuja forma tinha lógica e foi aperfeiçoado até hoje. No entanto o duplo triângulo foi pensado para usar material metálico e não tem lógica alguma quando se usa material como o carbono.

É a mesma coisa que comparar os chassis de formula 1 dos anos 60s, com os de hoje em dia.
Antigamente eram tubulares, podendo ser Ladders ou outros.
Passámos pelos chassis de célula (anos 70s princípios dos 80s), onde os tubos diagonais de reforço, foram substituídos por chapas em alumínio rebitados e a estrutura era efectuada com perfis de alumínio.
E hoje em dia estamos na era dos monocoque em carbono.
Ninguém com dois dedos de teste se põem a fabricar tubos de carbono e a colar uns aos outros de forma a fazer um chassis de carbono mas com design dos anos 60s!

O mesmo tem de passar pelas bikes!
Tem de haver revolução no conceito, no design do quadro de forma a tirar partido das propriedades mecânicas.

Bem, mas continuando com a fabricação dos quadros em compósito, os tubos individuais são enviados para os fabricantes, os quais usando os estaleiros ou gabaris dos quadros em alumínio (ou com estaleiros ligeiramente alterados) são recortados e colandos uns aos outros usando adesivo estrutural.

Existem várias técnicas, e não vou entrar muito no campo técnico, apenas alertando que é mais fácil fazer borrada num quadro em compósito (desde o projecto, fabricação e acabamento) do que num quadro em material metálico.
Basicamente e atendendo que hoje em dia já está +/- dominado as técnicas produtivas do alumínio, é bem mais BARATO, FIÁVEL, e com níveis de qualidade absurdas do que quadros em compósito.


Acredito no entanto que num futuro (não muito longínquo) possamos andar todos com material compósito. Pode é não ser o carbono!

Já agora, antes do homem trabalhar o metal, já trabalhava com material compósito – madeira, barro+palha (tijolos), etc…
 

Dave

Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Não entrando em preferencias de marcas, Qual é a marca do fabricante de quadros em carbono que tem mais experiencia/ qualidade?

Hoje em dia qualquer marca de bike vende quadros em carbono, e como qualquer produto existem bons e maus produtos.....
 

biafra

New Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

boas
desde já obrigado pelas vossas opinioes,
em especial ao Jepas e ao tkul que foram bastante completas e esclarecedoras.
mas... há sempre um mas
estou certo que se podessemos optar entre um quadro de alumio ou carbono
todos nós escolheriamos o carbono, apesar de alguns cuidados que supostamente tenhamos que ter, mesmo que não seja para competir.
e se assim for qual o espaço do alumio no XC???
e não se trata de moda mas sim de uma realidade que se esta a impor aos poucos.
tal como disse o NoFriends (não sei se tens bike de carbono ou não) existe marcas já com mais de 12 anos a trabalhar no carbono portanto com larga experiencia nessa materia.

boas pedaladas
 

tkul

Utilizador Banido
Re: Carbono que cuidados!!!!

Relativamente a uma mensagem privada, preferi colocar aqui:

A soldadura TIG das Merlin, são míticas, e até tenho vontade de as lamber, tal é a sua beleza, perfeição e “simplicidade”. :lol:
Os aviões não precisam ser bonitos… :mrgreen: precisam de ser funcionais. E é isso que procuramos. A beleza tem um custo muito elevado, peças na sucata. :ideia:

Lembro-me de uma artigo da MBUK quando visitou a fábrica da Merlin e ao lado da fábrica, tinha um armazém enorme cheia de quadros! Muitos deles, bons… mas não apresentavam a qualidade exigida pelos seus parâmetros.
É isto que muitas pessoas não entendem, e reflecte-se indirectamente no preço final dos quadros disponíveis para o público. É chato? É… mas os que tem a hipótese de adquirir, podem ter a certeza de que tem uma obra de arte e não apenas mais um quadro!

O metal teoricamente tem um coeficiente de elasticidade constante e em todas as direcções. No entanto pode variar um pouco (8/10%) caso o material base seja obtido pelo processo de forjamento (o material é aquecido até a uma temperatura antes de liquidificar-se). Depois é pressionado contra um molde fêmea com a forma que desejamos (cubos, paralelepípedos, etc). Este tipo de fabricação tem muito boas propriedades ao longo das linhas paralelas à força que primiu o bloco contra o molde. Basicamente o que se faz é a compactação do material, evitando minúsculos espaços entre os cristais.
Existe um outro tipo, que é laminagem a quente, e é um processo para fabricar chapas (espessuras até 10 mm), ou placas (espessuras superiores a 10 mm). Aqui é um pouco semelhante ao forjamento, mas em vez de termos uma matriz ou molde, por onde se passa com o material, temos rolos posicionados verticalmente e onde a distância entre eles vai diminuindo até chegarmos à espessura que desejamos. Aqui também temos melhores propriedades mecânicas ao longo da chapa (sentido do movimento da chapa).

Mas, esquecendo estas particularidades, e assumindo que os cagagéssimos são esquecidos, vamos pensar no metal com um coeficiente de elasticidade constante e independente da direcção. Ora bem, esta constante em Portugal e em grande parte do mundo tem a letra E. Ora bem…

Quando se aplica uma força num objecto, iremos provocar uma tensão. Esta tensão é igual à força sobre a área do objecto (imaginando uma coluna, e um peso em cima dela, a tensão será a área de circunferência, e a força será a massa multiplicado pela gravidade).
Através do coeficiente de elasticidade, e dos deslocamentos provocados, descobrimos as tensões no material.
Os coeficiente ou módulos de elasticidade, são verificados usando provetes.
Com os provetes iremos determinar:
Tensão máxima elástica (tensão pela qual podemos puxar e o material voltar à posição inicial – dentro do regime elástico)
Tensão última (tensão máxima, a partir deste ponto entramos em ruptura)
Tensão de ruptura (tensão pela qual o material parte).

Como a tensão é a força sobre a área, e colocando factores de cagaço, ou de segurança temos, as forças máximas que o quadro admite.

Podemos dps variar as espessuras – aumentar a área, ou variar a forma, evitando assim menos deslocamento, dado que aumentamos a inércia. Quanto mais inércia tiver o material menos deslocamento tem e daí maior resistência mudando apenas a forma do quadro.

Relativamente à inércia, o exemplo é simples. Imaginando uma barra de alumínio 25 mm x 3 mm com 500 mm (50 cm) de comprimento, e aplicando uma força quando os 25mm estão na vertical e depois compararmos com os 25 mm na horizontal.
Qual a diferença? Ambas com a mesma área, mas quando os 25 mm estão na vertical, temos mais inércia… e como tal, menor flexão da barra. É o que acontece nos quadros, quando variamos as secções.

O que o carbono permite, é ter 2 formas de módulo de elastecidada.
Ou seja na direcção xx, temos uma módulo de E1, na direcção YY, temos um módulo E2.
Assim conseguimos ter quadros rígidos (por exemplo lateralmente) mas com alguma elastecidade para que hajam amortecimentos. É claro que se consegue com metal tais propriedades. Mas, à conta de fiabilidade. Não se pode submeter um quadro de alumínio a grandes ciclos e daí serem tão rígidos – Ciclos pequenos, aumentam a vida.
Passo a explicar o porquê de achar moda:

- Vantagem peso? Não me parece, e tendo em conta os pesos e preços a que se vende um quadro em carbono, a mim não me convenciam pagar +50% pelo quadro para ter menos 100 ou 150 grm. E os exemplos abaixo, são só topos de gama! Os quadros de gama média, não existe diferenças assim tão grandes. Ou seja, um quadro em Easton, ou Columbus... ou outro não é mais pesado que um quadro em Carbono "normal"!
- Relação rigidez lateral / absorção? Pelos testes que tenho lido, também não me parece que não seja assim tão mais confortável que um quadro de alumínio.
- Por ser preto? Eheheh, pois não sei! Continuo a preferir a cor do metal... ou pintadinhos! Tem aparência Hi-tech, mas como eu não vou nas aparências, prefiro antes de mais a eficácia!

Então passo a exemplos práticos retirados daqui http://weightweenies.starbike.com/listings/components.php?type=hardtailframes :
Voodoo – Sobo - 1325 g (scadium)
Trek - OCLV 9.9 – 1420 g (Carbono)
Scott - Scale Limited – 1041 g (carbono)
Rocky - Vertex Team SC - 1382 g (Scadium)
Merida – Magnesium - 1200 g (Magnésio)
Lapierre - Pro Ultimate – 1174 g (Scadium)
Giant - MCM Team - 1269 g (Carbono)
Extralite – RC-1 Ultra – 1190g (Scadium)

Qual a grande dificuldade de produzir um BOM quadro de carbono?

Básico! Os testes e ensaios necessário para conhecer os coeficientes e outras propriedades mecânicas custam BUÉ GUITA! Básicamente são provetes em forma de osso do femur achatados e que são puxados (um dos testes). É necessário efectuar variações... E então além da:
- Geometria
Ainda temos de pensar:
- Temperatura, tempo, e pressão no processo de cura
- Quantidade de Camadas, orientação, e tamanho da sobreposição
- Forma a dar nas várias zonas

E depois existe uma coisa chamada incompatibilidade do Carbono com o alumínio, tendo-se de aplicar camadas de fibra de vidro para que este não esteja em contacto directo com o carbono.

Só a parte da geometria (e ando a preparar uma tópico desses) dá pano para mangas!
E sinceramente prefiro ter uma bike com comportamento ao meu gosto, feito em aço/ti/al e a pesar mais 200/300 grm que qualquer bike em carbono.
E depois temos um outro grande problema! Os compósitos são materiais MUITO DELICADOS. Requerem salas limpas, pessoas treinadas, equipamento apropriado... etc! Não é que os metais não precisem, mas não tem nada mesmo a ver!

Além de que, as propriedades mecânicas tem de ser testadas pelo fabricante!

Só aqui penso que dá para perceber o tamano dos custos! Se adicionarmos que tem um processo de fabrico lentíssimo, torna-nos exorbitantes (na minha sincera opinião).

O Scale se não tou em erro roça os 2000€!!! Sim...os Giant são mais baratos... mas tb os são em Alumínio!
Conclusão e opinião muito pessoal, enquanto não fabricarem quadros com outras formas, com diferentes processos de fabrico, sinceramente continuo com os metais! Aguentam mais pancada... e acima de tubo ainda estão em evolução (Hidroformagem, e processos de soldadura). Não vale a pena mudar de tecnologia, enquanto esta tiver no auge.

Peço desculpa se não tiver muito perceptível, mas tenho de ir jantar e estou muito cançado! Se tiver tempo amanhã corrigo! :shock: :roll:
 

OBiklas

New Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Concordo plenamente contigo "tkul", enquanto não houver uma evolução no carbono não vale a pena fazer um investimeno nesse material. Todos os anos surgem novas soluções na construção de quadros em aluminio, tipo aluminio, soldadura, etc.. tudo isto para tentar chegar ao auge da construção do melhor quadro. Nunca nos podemos esquecer que o aluminio já é utilizado á muitos anos na construção de quadros de bicicletas, e mesmo assim os fabricantes procuram encontrar novas soluções para a construção dos novos modelos.
O carbono ainda necessita de muito tempo para evoluir de modo a conseguir chegar perto da "perfeição" pertendida. No entanto a Easton está a desenvolver um novo tipo de carbono e segundo os dados divulgados aí sim já vale a pena investir, mas até esta tecnologia chegar ao mercado das bikes a preços +/- acessiveis o melhor é ir sonhando.
Pessoalmente o carbono ainda não me conquistou, mas gostaria de experimentar para sentir qual a diferença :roll:.

Boas pedaladas.. :wink:
 

BigFoot

New Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Na minha opinião.. Não a nada melhor que o titanio. Mas como é logico a carteira não gosta nada dele.
Tive um espigão de selim em carbono, que durou pouco, num dia muito bonito ia andar e parecia um balouço até que se deu a ruptura total. Eu acho que daqui por uns anos é o futuro de muitos objectos e equipamentos de BTT. Mesmo assim se hoje em dia quisermos um que dee para confiar a uma percentagem muito alta arranja se.. mas o preço a pagar... talvez conpensará o titanio..

Cumps.

Bruno Atalaia
 

Honda

Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Boas

Gostava de saber a vossa opinião sobre o uso de escoras em carbono num quadro FS de aluminio?
Quais as vantagens e desvantagens?

Abraço
Nelson
 

card050

Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Penso que a maior vantagem que se consegue ao aplicar escoras de carbono num quadro HT em alumínio, seja uma melhoria quase insignificante no peso, mas uma maior flexibilidade do triângulo traseiro que tornará a bicicleta ligeiramente mais confortável! Penso eu de que...
A Merida nos seus modelos de 2007 vai ter pelo menos um modelo com as escoras em carbono... Já os modelos FS de 2006 tem o triangulo da frente em carbono e as escoras em aluminio :mrgreen:
 

jnewton

New Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Chegou-me hoje isto às mãos.

Não sei se já andará aí pelo fórum algures.

DICAS TÉCNICAS

O Departamento de Engenharia de Carbono da SCOTT reuniu algumas dicas para o ajudarmos a usufruir o
máximo da sua bicicleta de carbono ou respectivos componentes.


DICAS SOBRE CARBONO OFERECIDAS PELOS ENGENHEIROS DAS SCOTT.

1. Não use um lubrificante qualquer nas conexões entre carbono vs cabono e carbono vs alumínio como por
exemplo entre espigão de selim em carbono e quadro. O que a SCOTT recomenda é um lubrificante com base de
carbono da SCOTT. Este produto SCOTT funciona muito bem nos produtos em carbono mas atenção não pode usar
para lubrificar rolamentos.

2. Utilize sempre uma chave dinamómetro. È uma ferramenta muito importante para os possuidores de quadros
em fibra de carbono possuírem. É muito mais difícil determinar um torque (aperto) num parafuso numa peça em carbono
por intuição do que numa peça em alumínio. O excesso de torque (aperto) é provavelmente a maior causa de rachas.

3. É bom lavar-se a bicicleta com água utilizando-se uma mangueira, mas tal como sucede com qualquer
bicicleta, não é nada boa ideia dirigir o jacto de água directamente para os rolamentos, (séries de direcção, crenques,
etc.). Nós, recomendamos lavar a bicicleta utilizando uma escova macia, uma esponja e um balde (PIT KIT PEDROS)
com água morna com um detergente tipo PEDROS Bio Cleaner bem diluído. Finalmente, enxaguar cuidadosamente
com bastante água de forma ao detergente ser todo retirado. Nunca deixar o detergente muito tempo em contacto com
o carbono.

4. Após a lavagem e secagem utilize um polish Pedro´s Bike Lust para repor um novo brilho na sua bicicleta.

5. Se tiver alguns toques de pedras ou esfoladelas provocadas pelos toques da corrente, é boa ideia proteger
com um pouco de fita adesiva grossa transparente, protecções de quadro SCOTT ou mesmo com um pouco de verniz
das unhas também transparente.

6. Se o quadro apresentar rachas, deverá submetê-lo a uma inspecção executada pelo Agente SCOTT Autorizado.

7. Quando tenha de cortar quadros na zona do espigão de selim ou componentes em carbono (guiadores,
espigões, etc. ):
Recomendamos uma folha/laminas de serra específica para carbono. Estas folhas/laminas deslizam muito bem no
carbono e não provocam dentadas e cortes irregulares como fazem as lâminas vulgares, provocando um enfraquecimento
precoce nas fibras de compósito. Também é boa ideia enrolar uma fita isoladora em volta da peça antes de cortar,
apesar de ser menos necessário usá-la quando se utiliza uma folha/lamina própria para cortar carbono.
 

BigFoot

New Member
Re: Carbono que cuidados!!!!

Mal pensava eu quando escrevi um anterior post neste topico que estaria aqui agora a falar do carbono de maneira pouco tolerante.. pensem assim... se comprarem um guiador de titanio.. ele pode dobrar.. partir não... se tiver um de aluminio.. e dificil que ele parte.. mas se tiver algum problema, poderá ser um empeno.. agora de carbono.. podem ficar assim:

(Atenção é importante referir que o guiador não sofreu demasiado aperto, foi apertado com o torque certo, já foi feita a peritagem por parte dum mecanico e descobriu se que o guiador partiu se por falta de resistencia na base do avanço.. etc etc.. o relatorio sera inviado juntamente com uma carta para o importador e para a fabrica.. mas pelos primieros sinais do importador foram no minimo cómicos...)

Foto de grande plano das lesões. Não recomendado a quem for mais sensivel


Cumps.

Bruno Atalaia
 

BigFoot

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Re: Carbono que cuidados!!!!

Obrigado Alf_PKS_0 pela modificação e pelo apoio.. eu tinha saido momentaniamente por isso so li agora as tuas mensagens.
E fizes te bem, peço desculpa por ter exposto a foto directamente.. a mim ja não me sensibiliza porque ja estou habituado..

mais uma vez obrigado.


Cumps.

Bruno Atalaia
 
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