poliveira.eng
New Member
No passado dia 6 de Setembro de 2008 eu e mais uns amigos tinhamos programado uma bela travessia de mais de 100km onde tentariamos alcançar o Douro desde Viseu... Mas, como sempre, o tempo fez-nos cara feia nos dias anteriores, e começaram as desistências. Alguns alegaram que era o trabalho, mas é claro que foi mais a chuvinha que os assustou...
Ficamos só 3! E a metereologia parecia não dar tréguas... havia que encontrar uma alternativa.
Há algum tempo atrás tinha desenhado no Google Earth um belo percurso que explorava as linhas do Vouga e do Dão, com um rebuçadinho no extremo norte do Caramulo/Penoita (não sei bem que serra é que é!). Parecia uma boa opção! Sugeri-a aos amigos de empeno e eles aceitaram...
Então a ideia era sair de Viseu pela linha do Vouga, passar São Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades. Aí abandonar a linha e atacar as eólicas localizadas no extremo norte do Caramulo/Penoita. Depois descer a todo o gás e encontrar a Linha do Dão em Farminhão, e daí continuar até regressar a Viseu. O Google apontava para os 80km, mas não contava com a altimetria...
No mapa a coisa parecia bem, mas quando viamos o percurso em 3D a coisa já piava mais fino!
A coisa tava marcada, o gps tava carregado, as biclas tavam prontas... Agora tinha de ser!
Assim, às 9:00 lá estava eu frente ao tribunal de Viseu, perto do local onde outrora se localizou a estação de Viseu. E o que se faz nas estações??? ESPERA-SE!!! Claro que eu vingaria esta seca que me pregaram mais tarde na volta... 20 minutos depois lá vinham eles! Podiamos arrancar...
Seguimos pela EN16 até perto de Travanca de Bodiosa, onde encontramos o traçado da linha (de Viseu até aí é possivel ir por alguns troços da linha, mas como muitos bocados foram assambarcados são mais os desvios que o traçado). Até S. Pedro do Sul a coisa correu sempre bem, pois a pendente é descendente e a linha convida a andar. Valem as paisagens que vamos vendo e as conversas entre os 3! Uma hora e meia depois de sairmos de Viseu já estavamos nas Termas de S. Pedro do Sul, onde realizamos a primeira paragem, mesmo no meio do rio Vouga.
A descida tinha acabado agora era sempre a subir. Estavamos a uma altitude de 150m. Das Termas a Vouzela os meus compinchas decidiram que era tempo de "abrir o pulmão" e subiram o ritmo de pedalada. Quando cheguei a Vouzela pensei que já estava na hora de voltar a casa. Eles não concordavam... Após umas apostas em cima da ponte de Vouzela, seguimos viagem.
A subida até Oliveira de Frades fez-se num ritmo um pouquinho mais lento, pois o terreno não ajuda. Muita pedra solta faz-nos ir mais devagar para poupar corpo e material. Em Oliveira de Frades abandonamos a linha do Vouga. Eu até aqui conhecia bem o percurso, mas, daqui para a frente surgia o desconhecido... Já a contar com isto decidimos reabastecer os bidons e fazer uma micro-paragem (estavamos a 375m de altitude).
100m depois de abandonarmos o traçado da linha... ja eu tava perdido! Volta pra trás, procura aqui, procura ali, e finalmente estavamos no percurso previamente marcado. (Isto ia-se repetir bastas e variadas vezes até chegarmos a Farminhão! As minhas desculpas aos meus companheiros!!!) Tal como já disse, este percurso foi marcado no Google Earth, e parece-me que este programa é bom para nos enganar, especialmente na altimetria, pois daqui para a frente as paredes sucediam-se! Eu já deitava os bofes de fora, mas os meus companheiros de jornada pareciam gostar deste terreno. Lembram-se dos 20 minutos de espera em frente ao tribunal??? Era hora de começar a cobrar... Eles chegaram ao ponto de parar e voltar atrás para me vir buscar! Que VERGONHA!!!!!!!
Passamos Cajadães, Cambra e Santa Comba, alternando troços em terra, empedrado e alcatrão! Em Vermilhas, a cerca de 750m de altitude, lá bem no alto da aldeola decidimos parar (Eu decidi, pois já não aguentava mais!) para "almoçar".
Nota: se virem com atenção eu estava prestes a rebentar! Sou o gajo de azul!
Depois da paragem deixariamos de vez as estradas municipais e nacionais e entrariamos no mato puro e duro! O meu pneu traseiro, fruto de estar lambido como o diabo, fazia-me ter constantes perdar de tracção, levando a que mais umas vez perdesse de vista os meus comparsas... (as coisas que um gajo inventa para não ter de admitir que não tem pernas)! Quase no alto, já viamos o objectivo, mas era tempo de fazermos uma paragem num parque de lazer perto de uma barragem. Aí ainda asneamos um pouquinho e fizemos uma visita a uma anta (parte cultural da saída!)
Ainda faltavam subir mais 100m, que se fizeram bastante depressa pelas estradas de acesso ao parque eólico. Não fosse o vento frio que estava contra nós ainda tinhamos subido mais depressa. Atingimos os 1050m de altitude. Outra coisa que nos atrasou foi a quantidade de caminhos novos que existiam aqui por cima. A informação do Google vem de 2005, e em 3 anos e com a construção de um parque eólico, transfigura-se a rede viária deste local! Andamos aqui às aranhas, mas encontramos a descida... E aqui vamos nósssssssssssssssssssssssssss!!!!!
Em cerca de 5km descemos dos 1050m aos 400m, primeiro em terra e depois em alactrão muito bom... aí foi um vê se te avias! Os travões aqueceram de tal modo que numa paragem intermédia (para roubar uvas) fumegavam depois de levarem com água em cima!!!! Passamos Souto Bom, Eira dos Picos e Caparrosa. Agora era preciso ir até Boa Aldeia e daí chegar a Farminhão. Sempre por alcatrão, sempre num ritmo razoável, foi num instante que chegamos até à linha do Dão. Daqui prá frente o caminho voltava a ser meu conhecido, por isso descontraí e gozei a viagem. Claro que os nervos voltaram quando chegamos à ponte de Mosteirnho, já nos arrabaldes de Viseu. Aí ainda tentamos atravessar a ponte, mas a nossa prospectora (a única que pôs pé na ponte) achou (e bem) que não havia condições de segurança. Voltamos atrás e fomos pela rota mais segura. Um pouco mais à frente chegavamos à ciclovia de Viseu, construída sobre a antiga linha, e aí era só rolar até ao ponto de partida.
E pronto, 6h e 42m depois ja estava em casa! Eu tava desfeito, já não podia com uma gata pelo rabo, mas eles pareciam frescos que nem alfaces!!!
Aqui fica o perfil da etapa e ainda uma vista 3D daquela subida monstruosa!!!
Resta acrescentar que é uma volta muito engraçada, que exige pernas. Tem bastante alcatrão, mas com mais um estudo pode ser que se consiga dar a volta a isto, indo por caminhos alternativos. São Pedro foi nosso amigo e não choveu na viagem, apesar de nuvens ameaçadoras pairarem sobre nós e o frio se fazer notar, especialmente lá no topo! Aqui ficam dos dados deste valente empeno:
Total Time (h:m:s) 6:42:30 4:12 pace
Moving Time (h:m:s) 5:25:32 3:24 pace
Distance (km) 95.70
Moving Speed (kph) 17.6 avg. 65.3 max.
Elevation Gain (m) +2,309 / -2,245
Distance Data Total (km) % of Total
Distance 95.70 100
Ascent 35.13 36.7
Descent 32.74 34.2
Flat 27.83 29.1
Speed Data Average (kph) Maximum (kph)
Overall Speed 14.3 --
Moving Speed 17.6 65.3
Ascent 14.5 48.8
Descent 22.3 65.3
Flat 18.1 47.4
Tenho de agradecer aos meus amigos de pedalada: a Sarah e o Pedro, pois foram uns simpáticos que se fartaram de esperar e voltar atrás por mim (se calhar era porque eu era o único que tinha GPS e tinha uma ideia do caminho a seguir). As minhas desculpas pelos enganos e espero que tenham gostado da voltinha.
Podem obter mais informação aqui: http://trail.motionbased.com/trail/activity/6701756
Ficamos só 3! E a metereologia parecia não dar tréguas... havia que encontrar uma alternativa.
Há algum tempo atrás tinha desenhado no Google Earth um belo percurso que explorava as linhas do Vouga e do Dão, com um rebuçadinho no extremo norte do Caramulo/Penoita (não sei bem que serra é que é!). Parecia uma boa opção! Sugeri-a aos amigos de empeno e eles aceitaram...
Então a ideia era sair de Viseu pela linha do Vouga, passar São Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades. Aí abandonar a linha e atacar as eólicas localizadas no extremo norte do Caramulo/Penoita. Depois descer a todo o gás e encontrar a Linha do Dão em Farminhão, e daí continuar até regressar a Viseu. O Google apontava para os 80km, mas não contava com a altimetria...
No mapa a coisa parecia bem, mas quando viamos o percurso em 3D a coisa já piava mais fino!
A coisa tava marcada, o gps tava carregado, as biclas tavam prontas... Agora tinha de ser!
Assim, às 9:00 lá estava eu frente ao tribunal de Viseu, perto do local onde outrora se localizou a estação de Viseu. E o que se faz nas estações??? ESPERA-SE!!! Claro que eu vingaria esta seca que me pregaram mais tarde na volta... 20 minutos depois lá vinham eles! Podiamos arrancar...
Seguimos pela EN16 até perto de Travanca de Bodiosa, onde encontramos o traçado da linha (de Viseu até aí é possivel ir por alguns troços da linha, mas como muitos bocados foram assambarcados são mais os desvios que o traçado). Até S. Pedro do Sul a coisa correu sempre bem, pois a pendente é descendente e a linha convida a andar. Valem as paisagens que vamos vendo e as conversas entre os 3! Uma hora e meia depois de sairmos de Viseu já estavamos nas Termas de S. Pedro do Sul, onde realizamos a primeira paragem, mesmo no meio do rio Vouga.
A descida tinha acabado agora era sempre a subir. Estavamos a uma altitude de 150m. Das Termas a Vouzela os meus compinchas decidiram que era tempo de "abrir o pulmão" e subiram o ritmo de pedalada. Quando cheguei a Vouzela pensei que já estava na hora de voltar a casa. Eles não concordavam... Após umas apostas em cima da ponte de Vouzela, seguimos viagem.
A subida até Oliveira de Frades fez-se num ritmo um pouquinho mais lento, pois o terreno não ajuda. Muita pedra solta faz-nos ir mais devagar para poupar corpo e material. Em Oliveira de Frades abandonamos a linha do Vouga. Eu até aqui conhecia bem o percurso, mas, daqui para a frente surgia o desconhecido... Já a contar com isto decidimos reabastecer os bidons e fazer uma micro-paragem (estavamos a 375m de altitude).
100m depois de abandonarmos o traçado da linha... ja eu tava perdido! Volta pra trás, procura aqui, procura ali, e finalmente estavamos no percurso previamente marcado. (Isto ia-se repetir bastas e variadas vezes até chegarmos a Farminhão! As minhas desculpas aos meus companheiros!!!) Tal como já disse, este percurso foi marcado no Google Earth, e parece-me que este programa é bom para nos enganar, especialmente na altimetria, pois daqui para a frente as paredes sucediam-se! Eu já deitava os bofes de fora, mas os meus companheiros de jornada pareciam gostar deste terreno. Lembram-se dos 20 minutos de espera em frente ao tribunal??? Era hora de começar a cobrar... Eles chegaram ao ponto de parar e voltar atrás para me vir buscar! Que VERGONHA!!!!!!!
Passamos Cajadães, Cambra e Santa Comba, alternando troços em terra, empedrado e alcatrão! Em Vermilhas, a cerca de 750m de altitude, lá bem no alto da aldeola decidimos parar (Eu decidi, pois já não aguentava mais!) para "almoçar".
Nota: se virem com atenção eu estava prestes a rebentar! Sou o gajo de azul!
Depois da paragem deixariamos de vez as estradas municipais e nacionais e entrariamos no mato puro e duro! O meu pneu traseiro, fruto de estar lambido como o diabo, fazia-me ter constantes perdar de tracção, levando a que mais umas vez perdesse de vista os meus comparsas... (as coisas que um gajo inventa para não ter de admitir que não tem pernas)! Quase no alto, já viamos o objectivo, mas era tempo de fazermos uma paragem num parque de lazer perto de uma barragem. Aí ainda asneamos um pouquinho e fizemos uma visita a uma anta (parte cultural da saída!)
Ainda faltavam subir mais 100m, que se fizeram bastante depressa pelas estradas de acesso ao parque eólico. Não fosse o vento frio que estava contra nós ainda tinhamos subido mais depressa. Atingimos os 1050m de altitude. Outra coisa que nos atrasou foi a quantidade de caminhos novos que existiam aqui por cima. A informação do Google vem de 2005, e em 3 anos e com a construção de um parque eólico, transfigura-se a rede viária deste local! Andamos aqui às aranhas, mas encontramos a descida... E aqui vamos nósssssssssssssssssssssssssss!!!!!
Em cerca de 5km descemos dos 1050m aos 400m, primeiro em terra e depois em alactrão muito bom... aí foi um vê se te avias! Os travões aqueceram de tal modo que numa paragem intermédia (para roubar uvas) fumegavam depois de levarem com água em cima!!!! Passamos Souto Bom, Eira dos Picos e Caparrosa. Agora era preciso ir até Boa Aldeia e daí chegar a Farminhão. Sempre por alcatrão, sempre num ritmo razoável, foi num instante que chegamos até à linha do Dão. Daqui prá frente o caminho voltava a ser meu conhecido, por isso descontraí e gozei a viagem. Claro que os nervos voltaram quando chegamos à ponte de Mosteirnho, já nos arrabaldes de Viseu. Aí ainda tentamos atravessar a ponte, mas a nossa prospectora (a única que pôs pé na ponte) achou (e bem) que não havia condições de segurança. Voltamos atrás e fomos pela rota mais segura. Um pouco mais à frente chegavamos à ciclovia de Viseu, construída sobre a antiga linha, e aí era só rolar até ao ponto de partida.
E pronto, 6h e 42m depois ja estava em casa! Eu tava desfeito, já não podia com uma gata pelo rabo, mas eles pareciam frescos que nem alfaces!!!
Aqui fica o perfil da etapa e ainda uma vista 3D daquela subida monstruosa!!!
Resta acrescentar que é uma volta muito engraçada, que exige pernas. Tem bastante alcatrão, mas com mais um estudo pode ser que se consiga dar a volta a isto, indo por caminhos alternativos. São Pedro foi nosso amigo e não choveu na viagem, apesar de nuvens ameaçadoras pairarem sobre nós e o frio se fazer notar, especialmente lá no topo! Aqui ficam dos dados deste valente empeno:
Total Time (h:m:s) 6:42:30 4:12 pace
Moving Time (h:m:s) 5:25:32 3:24 pace
Distance (km) 95.70
Moving Speed (kph) 17.6 avg. 65.3 max.
Elevation Gain (m) +2,309 / -2,245
Distance Data Total (km) % of Total
Distance 95.70 100
Ascent 35.13 36.7
Descent 32.74 34.2
Flat 27.83 29.1
Speed Data Average (kph) Maximum (kph)
Overall Speed 14.3 --
Moving Speed 17.6 65.3
Ascent 14.5 48.8
Descent 22.3 65.3
Flat 18.1 47.4
Tenho de agradecer aos meus amigos de pedalada: a Sarah e o Pedro, pois foram uns simpáticos que se fartaram de esperar e voltar atrás por mim (se calhar era porque eu era o único que tinha GPS e tinha uma ideia do caminho a seguir). As minhas desculpas pelos enganos e espero que tenham gostado da voltinha.
Podem obter mais informação aqui: http://trail.motionbased.com/trail/activity/6701756
