Como montar uma bicicleta de montanha (quase) do zero
Primeiro há que juntar todas ferramentas necessárias para a montagem:
Suporte, chaves allen, chaves torx, chave dinamométrica, chave de roquete, massa, frenante, alicate de corte, pontas e de cabos, quebra-correntes, chave hollowtech II e chave de cassete.
Nesta montagem vamos começar já com os pneus UST montados e com líquido anti-furo. Assim sendo basta montar-lhe os discos e a cassete na roda traseira.
Os parafusos normalmente são Torx e já trazem frenante (de cor azul) para evitar que os parafusos se soltem com as vibrações.
O cepo Shimano é estriado, mas as estrias não são todas iguais, há que alinhar todos os componentes da cassete durante a montagem. Só há uma maneira possível de entrarem.
Depois de colocadas todas as partes da cassete, é necessária a chave de cassete para apertar a porca (lock-ring).
Na roda da frente basta montar o disco e ficamos com as 2 rodas prontas para mais tarde serem instaladas.
Vamos concentrar agora a atenção no quadro. Existem muitas medidas importantes além da geometria e nem sempre são do conhecimento geral:
Diâmetro do espigão, diâmetro e tipo do desviador dianteiro, rota do cabo do desviador dianteiro, altura e diâmetro da testa, largura do eixo pedaleiro e distância e largura entre olhais do amortecedor.
Neste caso vamos usar um quadro Trek Fuel de 2004 com 31.6 de espigão que vai ser reduzido por casquilho a 27.2.
Com o casquilho introduzido podemos colocar o espigão de selim.
O espigão ainda não será ajustado nem levará o selim, apenas é montado nesta fase para suportar a montagem no stand.
Normalmente os quadros de suspensão total já trazem o amortecedor montado. Para exemplificar vamos montar um Fox Float RL de 165mm entre olhais.
Aconselha-se a usar frenante nestes parafusos…
e apertar com chave dinamométrica verificando o seu aperto em intervalos de tempo definidos no manual.
Segue-se a montagem do eixo pedaleiro. Convem verificar a integridade da rosca, limpá-la e usar um pouco de massa.
A medida neste quadro são 73mm, logo apenas será usada uma anilha espaçadora no copo do lado direito. O copo esquerdo tem rosca direita (aperta no sentido horário), o copo direito tem rosca esquerda (aperta no sentido anti-horário).
Segue-se a montagem da caixa de direcção. Esta é a maneira usada nas oficinas, ou seja, com a ferramenta certa (a prensa). A maneira mais fácil é montar um copo de cada vez, assim elimina-se o risco do copo enjambrar.
O processo repete-se para o copo superior, depois disso insere-se a suspensão que já tem a pista inferior da caixa e aranha montadas.
A suspensão é fixa primeiramente com o topo da caixa de direcção. Por cima ficam anilhas (se necessário) e o avanço. O sistema fica completo com a tampa da caixa. Este parafuso serve para eliminar a folga, por isso basta apertar levemente para eliminar a folga e não criar prisão na caixa.
Com o avanço montado segue-se o guiador e assim teremos uma primeira estimativa do alinhamento da direcção.
O fabricante do avanço anuncia 5 N.m para os parafusos do avanço. Convem apertá-los alternados e com uma chave dinamométrica.
Com o guiador montado podemos instalar os manípulos de mudanças mas sem apertar em demasia, só no fim saberemos a sua posição correcta.
Na secção traseira já é possível montar o desviador.
Na frente antes de instalar o desviador dianteiro é necessário instalar a pedaleira primeiro. Neste caso como é um sistema HollowTech II (eixo integrado) é preciso uma ligeira pancada com um maço de borracha para que o eixo atravesse por completo os copos.
Seguidamente vamos instalar o braço esquerdo da pedaleira, neste caso com uma chave allen nº 8, o aperto recomendado são 40 N.m
Como se verifica, existe um espaço entre o braço e o copo, é necessário eliminar esta folga rodando o anel do braço. No fim é preciso apertá-lo para que não se solte com chave allen 2.5.
Antes de terminar, é necessário colocar um anel roscado que protege a rosca do braço esquerdo. É instalado com uma ferramenta específica da Shimano (TL-FC35) e tem rosca esquerda.
Com a pedaleira montada seguem-se os pedais. Convem lubrificar as roscas com massa, isto impede que calcinem e ajuda na sua desmontagem no futuro.
O desviador dianteiro já pode ser montado. É mais fácil de tivermos o bloco de ajuste (cilindro verde na imagem) porque é nesta posição que devemos regular a altura no quadro.
Os desviadores estão no sítio, é altura de montarmos as bichas. Neste caso estavam pré-cortadas à medida.
Convem deixar alguma folga para a rotação do guiador e para o movimento da suspensão.
Com as bichas instaladas basta abrir o parafuso dos manípulos, pô-los na sua posição de descanso (1x9) e inserir o cabo que vai sendo guiado pelas bichas até aos desviadores.
Seguidamente montam-se os travões de disco sem apertar em demasia, pois só podem ser afinados com a roda e o disco montados.
Nesta montagem usou-se uma guia para o tubo do travão da frente.
Neste momento montam-se as rodas para que se possam afinar a posição dos travões relativamente aos discos.
É a vez de instalar o selim, consoante o espigão é preciso ou não retirar a chapa superior para fazer assentar os carris.
O ajuste da inclinação deve ser feito com a bicicleta assente no chão, por isso, este aperto é provisório.
É agora possível finalizar o alinhamento da direcção apertando os parafusos do avanço que abraçam a coluna de direcção.
No guiador apenas faltam os punhos. Esta pode ser uma tarefa deveras complicada sem algumas ajudas. Para os punhos Ritchey WCS a laca e o compressor são praticamente inúteis. A melhor maneira será molhar o guiador e o punho e enroscar com força e paciência. Pode ser usado álcool ou água para facilitar a montagem.
Aproveitando o facto de a bicicleta se encontrar suspensa no ar, vamos finalizar a transmissão colocando a corrente (neste caso com um elo rápido).
Falta apenas afinar a transmissão, prendendo os cabos aos desviadores e fazendo os devidos ajustes. Para evitar que o cabo desfie na ponta, vamos colocar terminais próprios que são presos usando o alicate das bichas.
É altura de colocar a bicicleta no chão para os ajustes finais.
O selim deve ser regulado neste momento e a sua orientação deve ser paralela ao chão. Novamente existe um valor máximo do aperto especificado pelo fabricante do espigão.
Para finalizar vamos ajustar a posição dos manípulos e das manetes, para que fiquem alinhados com a posição natural das mãos em andamento.
No fim, basta prender o tubo hidráulico do travão traseiro aos suportes do quadro, por vezes é necessário o uso de abraçadeiras (zip-ties).
Projecto finalizado.
Jepas
Primeiro há que juntar todas ferramentas necessárias para a montagem:
Suporte, chaves allen, chaves torx, chave dinamométrica, chave de roquete, massa, frenante, alicate de corte, pontas e de cabos, quebra-correntes, chave hollowtech II e chave de cassete.
Nesta montagem vamos começar já com os pneus UST montados e com líquido anti-furo. Assim sendo basta montar-lhe os discos e a cassete na roda traseira.
Os parafusos normalmente são Torx e já trazem frenante (de cor azul) para evitar que os parafusos se soltem com as vibrações.
O cepo Shimano é estriado, mas as estrias não são todas iguais, há que alinhar todos os componentes da cassete durante a montagem. Só há uma maneira possível de entrarem.
Depois de colocadas todas as partes da cassete, é necessária a chave de cassete para apertar a porca (lock-ring).
Na roda da frente basta montar o disco e ficamos com as 2 rodas prontas para mais tarde serem instaladas.
Vamos concentrar agora a atenção no quadro. Existem muitas medidas importantes além da geometria e nem sempre são do conhecimento geral:
Diâmetro do espigão, diâmetro e tipo do desviador dianteiro, rota do cabo do desviador dianteiro, altura e diâmetro da testa, largura do eixo pedaleiro e distância e largura entre olhais do amortecedor.
Neste caso vamos usar um quadro Trek Fuel de 2004 com 31.6 de espigão que vai ser reduzido por casquilho a 27.2.
Com o casquilho introduzido podemos colocar o espigão de selim.
O espigão ainda não será ajustado nem levará o selim, apenas é montado nesta fase para suportar a montagem no stand.
Normalmente os quadros de suspensão total já trazem o amortecedor montado. Para exemplificar vamos montar um Fox Float RL de 165mm entre olhais.
Aconselha-se a usar frenante nestes parafusos…
e apertar com chave dinamométrica verificando o seu aperto em intervalos de tempo definidos no manual.
Segue-se a montagem do eixo pedaleiro. Convem verificar a integridade da rosca, limpá-la e usar um pouco de massa.
A medida neste quadro são 73mm, logo apenas será usada uma anilha espaçadora no copo do lado direito. O copo esquerdo tem rosca direita (aperta no sentido horário), o copo direito tem rosca esquerda (aperta no sentido anti-horário).
Segue-se a montagem da caixa de direcção. Esta é a maneira usada nas oficinas, ou seja, com a ferramenta certa (a prensa). A maneira mais fácil é montar um copo de cada vez, assim elimina-se o risco do copo enjambrar.
O processo repete-se para o copo superior, depois disso insere-se a suspensão que já tem a pista inferior da caixa e aranha montadas.
A suspensão é fixa primeiramente com o topo da caixa de direcção. Por cima ficam anilhas (se necessário) e o avanço. O sistema fica completo com a tampa da caixa. Este parafuso serve para eliminar a folga, por isso basta apertar levemente para eliminar a folga e não criar prisão na caixa.
Com o avanço montado segue-se o guiador e assim teremos uma primeira estimativa do alinhamento da direcção.
O fabricante do avanço anuncia 5 N.m para os parafusos do avanço. Convem apertá-los alternados e com uma chave dinamométrica.
Com o guiador montado podemos instalar os manípulos de mudanças mas sem apertar em demasia, só no fim saberemos a sua posição correcta.
Na secção traseira já é possível montar o desviador.
Na frente antes de instalar o desviador dianteiro é necessário instalar a pedaleira primeiro. Neste caso como é um sistema HollowTech II (eixo integrado) é preciso uma ligeira pancada com um maço de borracha para que o eixo atravesse por completo os copos.
Seguidamente vamos instalar o braço esquerdo da pedaleira, neste caso com uma chave allen nº 8, o aperto recomendado são 40 N.m
Como se verifica, existe um espaço entre o braço e o copo, é necessário eliminar esta folga rodando o anel do braço. No fim é preciso apertá-lo para que não se solte com chave allen 2.5.
Antes de terminar, é necessário colocar um anel roscado que protege a rosca do braço esquerdo. É instalado com uma ferramenta específica da Shimano (TL-FC35) e tem rosca esquerda.
Com a pedaleira montada seguem-se os pedais. Convem lubrificar as roscas com massa, isto impede que calcinem e ajuda na sua desmontagem no futuro.
O desviador dianteiro já pode ser montado. É mais fácil de tivermos o bloco de ajuste (cilindro verde na imagem) porque é nesta posição que devemos regular a altura no quadro.
Os desviadores estão no sítio, é altura de montarmos as bichas. Neste caso estavam pré-cortadas à medida.
Convem deixar alguma folga para a rotação do guiador e para o movimento da suspensão.
Com as bichas instaladas basta abrir o parafuso dos manípulos, pô-los na sua posição de descanso (1x9) e inserir o cabo que vai sendo guiado pelas bichas até aos desviadores.
Seguidamente montam-se os travões de disco sem apertar em demasia, pois só podem ser afinados com a roda e o disco montados.
Nesta montagem usou-se uma guia para o tubo do travão da frente.
Neste momento montam-se as rodas para que se possam afinar a posição dos travões relativamente aos discos.
É a vez de instalar o selim, consoante o espigão é preciso ou não retirar a chapa superior para fazer assentar os carris.
O ajuste da inclinação deve ser feito com a bicicleta assente no chão, por isso, este aperto é provisório.
É agora possível finalizar o alinhamento da direcção apertando os parafusos do avanço que abraçam a coluna de direcção.
No guiador apenas faltam os punhos. Esta pode ser uma tarefa deveras complicada sem algumas ajudas. Para os punhos Ritchey WCS a laca e o compressor são praticamente inúteis. A melhor maneira será molhar o guiador e o punho e enroscar com força e paciência. Pode ser usado álcool ou água para facilitar a montagem.
Aproveitando o facto de a bicicleta se encontrar suspensa no ar, vamos finalizar a transmissão colocando a corrente (neste caso com um elo rápido).
Falta apenas afinar a transmissão, prendendo os cabos aos desviadores e fazendo os devidos ajustes. Para evitar que o cabo desfie na ponta, vamos colocar terminais próprios que são presos usando o alicate das bichas.
É altura de colocar a bicicleta no chão para os ajustes finais.
O selim deve ser regulado neste momento e a sua orientação deve ser paralela ao chão. Novamente existe um valor máximo do aperto especificado pelo fabricante do espigão.
Para finalizar vamos ajustar a posição dos manípulos e das manetes, para que fiquem alinhados com a posição natural das mãos em andamento.
No fim, basta prender o tubo hidráulico do travão traseiro aos suportes do quadro, por vezes é necessário o uso de abraçadeiras (zip-ties).
Projecto finalizado.
Jepas