Boas noites.
Na minha opinião, esta questão pode ser mais complicada do que parece. Passo a contar a minha experiência:
Comecei com uma semi-rígida do estilo hipermercado, onde o suspensão era bastante dura, ou seja, sentia-se praticamente todas as irregularidades do solo. Como se não bastasse, quando me tentei dedicar a este desporto mais a sério nem sabia que havia diferentes tamanhos de quadros, e, só depois de alguma pesquisa, é que verifiquei que o meu quadro não era nada demais, e o tamanho, para mim, era pequeno. Nessa altura, durante as voltas, as costas me doiam bastante, mas pensei que pudesse passar com uma aquisição de um quadro maior.
Quando tomei o passo de adquirir uma bicicleta digna desse nome, tive em grande consideração as características da mesma, e a escolha recaiu sobre a Mondraker Factor RR de 2007 (se fizéres uma pesquisa nas análises encontras lá a descrição e análise da bike). Esta bicicleta é bastante confortável, tendo um curso de 120mm à frente e 120mm atrás, um avanço curto e guiador sobre elevado, e um quadro bem mais adequado a mim, sendo de tamanho L. Será que as dores passaram? Pois claro que não. A início, a dor quase que não era perceptível, mas com o passar do tempo, cada vez mais as costas me doíam, chegando, muitas vezes, a situações de desespero pois não sabia como havia de estar em cima da bike. Numa tentativa das dores passarem, adquiri uns calções, que considero já medianos. Aliviou um pouco a dor, mas por pouco tempo. Numa segunda tentativa de suprimir a dor, adquiri um selim Selle Itália Prolink. Ok, é bastante confortável, mas as dores continuavam na mesma.
Como não havia mais nada a fazer, resolvi ir a um ortopedista, e, depois de 2 raios-x e uma tac, veio o resultado que mais temia. Tenho uma curvatura na coluna de 10,74º (escoliose).
Resumindo: andar de bicicleta agora só muito de vez em quando por muito pena minha.
Onde eu quero chegar com isto: pode não ser só uma simples questão de inverter avanço ou não, substituir avanço ou não, substituir guiador ou não.
Eu, por mais que troque avanço e guiadores, vou ter sempre dores a pedalar, a não ser que tome analgésicos, e o meu conselho é que não leves este assunto de ânimo leve.
O Josant disse : "O teu corpo tem de se adaptar à "máquina" e não o contrário."
Não é bem assim. O nosso corpo tem limites, e não podemos estar indefinidamente à espera que o nosso corpo se adapte a uma bicicleta para a qual não pode ser adaptado.
É certo que também existe exactamente o oposto, e isso tenho um exemplo em casa. O meu irmão tem uma Scale 30, sempre andou em semi-rígidas, muitas vezes adormece torto, já dormiu n vezes em chão duro, e não tem qualquer tipo de problemas nem dores. Até agora, a única dor que teve foi lombar.
E aqui deixo uma pergunta: a dor que sente é mesmo nos ossos ou é lombar?
Se for lombar, menos mal. Pode ser apenas fadiga dos músculos, e isso acaba por passar. Se for mesmo uma dor de ossos, então o meu conselho é que vás a um ortopedista, pois o caso pode ser grave.
Outra questão é se essas mesmas dores te dão fora da bike, ou seja, quando conduzes durante muito tempo, quando estás em pé ou sentado durante muito tempo. Se te doer as costas neste tipo de situações, aconselho-te o que te disse acima: visita um ortopedista.
Ah, pode não valer de muito, mas eu tenho "apenas" 19 anos...
Se por acaso as dores forem lombares e se por acaso passarem com a simples troca de avanço ou guiador, não digo que devas meter de lado a visita ao ortopedista, mas pelo menos a coisa não é tão grave.
Com tudo isto também digo que com a nossa saúde não se brinca.
Abraço, boas pedaladas e as melhoras.