Regresso às origens!
Já faz um tempo que não posto nada neste fórum... Mas depois de participar na Beselga mais uma vez, não se pode ficar calado!
7ª Edição, 5º ano consecutivo de participação
Como já vem sendo hábito, ali por volta do 15 de Novembro, a ACRH da Beselga organiza a sua Maratona "Nos trilhos do Ceireiro", prova mítica do panorama regional e nacional do BTT português. Prova pautada pela beleza dos trilhos, gentileza das gentes e pelo frio inerente à época e ao local.
Este ano decidi enfrentar mais uma vez a distância de Maratona, mas sabendo desde logo, que não poderia esperar um resultado igual ao do ano passado (15º à geral), pois já não treinava consistentemente desde o ínicio de Setembro, nem pedalava de todo desde o dia 2 de Outubro... Para terminar o ramalhete não tinha a minha boa e velha MSC disponível. Enfrentei a Maratona com uma Specialized Epic 29", gentilmente cedida pela Prociclar, mas que ainda tem muito que "crescer" para ser máquina para mim. O tamanho era L, o peso indiscritivel e a relação da transmissão... exigia alguem com bem mais que os meus quilos para a por a funcionar. Se no plano e a descer aquela bicicleta galgava kms, a subir perdia-os ao dobro (pela primeira vez vi-me do outro lado da barricada: por norma toda a gente me passa a descer, e eu apanho-os na subida. Desta vez foi ao contrário, eu era apanhado e enxovalhado a subir!)
Os dias antes da prova foram marcados pela chuva e vento, o que deixava adivinhar uma Maratona molhada e enlameada. Foi com grande espanto que no domingo acordamos com uma temperatura amena (16ºC em Viseu, às 7h da manhã), sem chuva (com ameaças) e algum vento. O que levar vestido é sempre a questão na Beselga: optei por levar calção, uma camisola de manga comprida e gola alta e a jersey! Roupa a mais em algumas partes, e a menos noutras!!! Não choveu, mas o vento por vezes soprou bem forte.
Este ano as diferentes distâncias tiveram diferentes partidas! Nós, os da Maratona, fomos os primeiros a partir, às 9h certinhas! A saída era no sentido contrário ao que estavamos habituados, mas depressa comecei a reconhecer caminhos usados nos idos de 2007... E que caminhos!!! Lembrava-me perfeitamente de ter feito aquilo tudo a pé, em 2007! Felizmente em 2011 foi tudo feito montado, com muita calminha! Os kms sucederam-se muito depressa nesta primeira fase... Depressa chegamos à 1ª divisão do percurso, que mais à frente se voltavam a unir... Ora aqui passou-se uma cena estranha. Os da meia-maratona, que tinham partido 15minutos depois de nós, tinham um percursos mais curto e mais simples até aquele ponto, por isso, quando todos os percursos se voltaram a juntar, foi estranho vermo-nos no meio da maralha, a ter de fazer carradas de ultrapassagens (mas tudo sem grandes stresses).
Na primeira ZA (km22 +/-) não parei sequer... Tinha tudo comigo ainda! Continuei subindo de grupo para grupo dos da meia! Eu colava num grupo de Meia-Maratonistas, seguia no ritmo deles e quando estava pronto passava ao seguinte...
Na segunda ZA (km38 +/-) parei para beber água e comer um gel... e aí dá-se o meu erro na prova. Não sei explicar como, esqueço-me completamente de encher o bidon!
Parei, comi o gel, bebi a água e arranquei, não mais me lembrei do bidon... Só bem mais para a frente, quando deito a mão ao bidon, é que vejo que tinha cerca de 2 dedos de bebida... 2 goles para aguentar 20kms e a subida mais longa e dura... Certo e sabido que ia dar asneira! Gestão da bebida e gestão do esforço eram essenciais.
Aguentei-me, mas ao passar na chaminé, já nada restava no meu bidon. Ainda assim havia que seguir num grupo em que me englobara já há algum tempo.
Consegui chegar à 3ª ZA, mas a asneira já estava feita. Fiz uma paragem mais longa, não só para encher o bidon, como para beber alguma água e comer. A paragem longa, mais a desidratação e o esforço para me manter no grupo, levaram a que o acido lactico se acumulasse nas pernas, e quando voltei a arrancar estas recusavam-se a colaborar (como até tinham colaborado muito bem até ali). Perdi o grupo e mais 2 ou 3 lugares. Felizmente apanhei um colega, que vinha piurso com a sua falta de sorte na prova (3 furos + 1 queda) e seguimos juntinhos até final, eu com calma para não me prenderem as pernas, e ele com calma para não furar!
Chegamos ao final ao fim de 4h e 69kms (média de 17.2kmh, máxima de 55 kmh). Este tempo deu para chegar ao 60º lugar, meio da tabela! Fiz práticamente o mesmo tempo do ano passado, fiz foi menos 3kms e o percursos era mais fácil este ano.
Falando do percurso, a mudança foi bem recebida. O percursos bem escolhido, não muito duro. Não é que o percursos dos anos anteriores fosse mau, apenas já estava muito batido e era conhecido de quase todos os habitués da Maratona da Beselga.
Os banhos correram muito bem. Tomei no baldeário do campo de futebol, com agua quente e muito espaço.
O almoço correu conforme esperado: farto!
Em suma, mais uma Maratona 5* (como sempre é na Beselga)