CarlosSilva
Member
No dia 9 partimos rumo a Mértola, mas primeiro fomos ver a Barragem do Pisão, que ficava a pouco mais de um quilómetro.
Barragem do Pisão Beringel.
De manhã o tempo manteve-se sempre fresco até por volta da hora de almoço, pelo que era quando nos custava menos pedalar.
Cumprindo o percurso indicado pelo senhor do Posto de Turismo, rumámos a Mombeja e depois a Santa Vitória. A nota dominante eram as estradas desertas. Raramente passavam carros, e para encontrar uma loja aberta era um problema. De Santa Vitória supostamente tínhamos de ir para o Monte da Juliana, mas não havia quaisquer tabuletas que indicassem a existência de semelhante lugar. Ao fim de alguns quilómetros encontrámos referência a uma “Mina da Juliana”, mas não era isso que procurávamos... Afortunadamente, quase à sorte, demos com o sítio, um ponto perdido no mapa, onde as galinhas andam abandonadas pelo meio da rua empoeirada e para variar não se vê uma alma que seja. Por fim, lá encontrámos uma senhora idosa, que ao tentar explicar-nos o caminho para Albernoa, enviou-nos na direção errada... Por sorte o erro foi curto, e lá acertámos com o trajeto.
Usámos muitas estradas secundárias, algumas delas com o piso em obras, cheias de brita grossa para infortúnio da Judite, que já estava a queixar-se do rabo.
O trajeto por estradas secundárias evitou o trânsito dos itinerários principais e acentuou o "sabor a Alentejo".
O estado em que está o sinal traduz o isolamento dos locais onde fomos passando.
Este trajeto levou-nos a uma das passagens mais belas da aventura, porque passa por dentro da Herdade Clube de Campo da Vila Galé, onde as estradas são ladeadas por pomares até perder de vista.
Em Albernoa, tivemos de apontar o azimute novamente para Beja, pelo IP2, mas por poucos quilómetros, pois o nosso objetivo era só chegar a Trindade. De lá, um longo caminho de terra batida conduziu-nos finalmente à Nacional 122.
Algumas incursões off-road contribuiram para aumentar o espírito de aventura e as dores no traseiro da Judite também .
O calor era já de torrar, mas ainda tínhamos algumas dezenas de quilómetros pela frente.
Mais uma vez, a ausência de pessoas é abismal, está tudo deserto. O fator água é fulcral, sempre que se pode tem de se abastecer os 2 bidons, pois é muito fácil entrar em desidratação num sítio destes.
Mas chegámos a Mértola
A vista sobre o Guadiana é uma constante e nunca satura.
Na descida para a residencial, que era mesmo à beira do Guadiana, tivemos o único percalço mecânico destas férias: nós vínhamos com a suspensão bloqueada e apanhámos um buraco daqueles valentes, que fez o amortecedor de óleo saltar fora da suspensão !
Mais tarde falámos com o nosso mecânico por telefone e ele garantiu-nos que apesar do amortecimento estar parcialmente comprometido, não havia motivo para interromper a viagem.
Enroscámos o amortecedor no sítio, e acreditem ou não, na etapa seguinte demos 70 Kms por hora com a suspensão assim .
Mértola é muito bonita. Para quem quer descansar de uma tirada de bicicleta, tem um problema: é toda ela muito desnivelada e para ir a qualquer lado são escadarias por todo o sítio.
Nessa noite fomos jantar a um restaurante especializado em caça e não podia faltar o javalizito (a Judite só comeu sopa ).
Restaurante "O Brasileiro"
No dia de descanso fomos conhecer a cidade.
Estátua equestre de Ibn Quasi, considerado "Rei dos Algarves" e que foi amigo de Afonso Henriques.
O castelo estava fechado, mas mesmo assim vimos uma data de sítios bonitos e demos uns passeios à beira do Guadiana.
"Ó se faz favor ! Posso falar ?"
Ao almoço fomos a outro restaurante, onde provei febras de porco preto com migas. Show de bola!
Nessa noite, tomámos emprestados uns pratos e copos da residencial (a propósito, foi a Beira-Rio, que tem a particularidade de ser um Hotel-Museu, visto que encerra umas ruinas romanas dentro do próprio Hotel), encomendámos um frango de churrasco, gelámos uma garrafa de champanhe e jantámos à beira do Guadiana. Espetáculo !
Até os patos que por ali nadavam calmamente se aproximaram, e ganharam com isso umas côdeas saborosas.
Um brinde a Mértola, que deixa saudades !
Fim da parte 3. Parte 4 em:
https://www.forumbtt.net/index.php?threads/fÉrias-de-tandem-no-alentejo-profundo-pt-4.62933/
Barragem do Pisão Beringel.
De manhã o tempo manteve-se sempre fresco até por volta da hora de almoço, pelo que era quando nos custava menos pedalar.
Cumprindo o percurso indicado pelo senhor do Posto de Turismo, rumámos a Mombeja e depois a Santa Vitória. A nota dominante eram as estradas desertas. Raramente passavam carros, e para encontrar uma loja aberta era um problema. De Santa Vitória supostamente tínhamos de ir para o Monte da Juliana, mas não havia quaisquer tabuletas que indicassem a existência de semelhante lugar. Ao fim de alguns quilómetros encontrámos referência a uma “Mina da Juliana”, mas não era isso que procurávamos... Afortunadamente, quase à sorte, demos com o sítio, um ponto perdido no mapa, onde as galinhas andam abandonadas pelo meio da rua empoeirada e para variar não se vê uma alma que seja. Por fim, lá encontrámos uma senhora idosa, que ao tentar explicar-nos o caminho para Albernoa, enviou-nos na direção errada... Por sorte o erro foi curto, e lá acertámos com o trajeto.
Usámos muitas estradas secundárias, algumas delas com o piso em obras, cheias de brita grossa para infortúnio da Judite, que já estava a queixar-se do rabo.
O trajeto por estradas secundárias evitou o trânsito dos itinerários principais e acentuou o "sabor a Alentejo".
O estado em que está o sinal traduz o isolamento dos locais onde fomos passando.
Este trajeto levou-nos a uma das passagens mais belas da aventura, porque passa por dentro da Herdade Clube de Campo da Vila Galé, onde as estradas são ladeadas por pomares até perder de vista.
Em Albernoa, tivemos de apontar o azimute novamente para Beja, pelo IP2, mas por poucos quilómetros, pois o nosso objetivo era só chegar a Trindade. De lá, um longo caminho de terra batida conduziu-nos finalmente à Nacional 122.
Algumas incursões off-road contribuiram para aumentar o espírito de aventura e as dores no traseiro da Judite também .
O calor era já de torrar, mas ainda tínhamos algumas dezenas de quilómetros pela frente.
Mais uma vez, a ausência de pessoas é abismal, está tudo deserto. O fator água é fulcral, sempre que se pode tem de se abastecer os 2 bidons, pois é muito fácil entrar em desidratação num sítio destes.
Mas chegámos a Mértola
A vista sobre o Guadiana é uma constante e nunca satura.
Na descida para a residencial, que era mesmo à beira do Guadiana, tivemos o único percalço mecânico destas férias: nós vínhamos com a suspensão bloqueada e apanhámos um buraco daqueles valentes, que fez o amortecedor de óleo saltar fora da suspensão !
Mais tarde falámos com o nosso mecânico por telefone e ele garantiu-nos que apesar do amortecimento estar parcialmente comprometido, não havia motivo para interromper a viagem.
Enroscámos o amortecedor no sítio, e acreditem ou não, na etapa seguinte demos 70 Kms por hora com a suspensão assim .
Mértola é muito bonita. Para quem quer descansar de uma tirada de bicicleta, tem um problema: é toda ela muito desnivelada e para ir a qualquer lado são escadarias por todo o sítio.
Nessa noite fomos jantar a um restaurante especializado em caça e não podia faltar o javalizito (a Judite só comeu sopa ).
Restaurante "O Brasileiro"
No dia de descanso fomos conhecer a cidade.
Estátua equestre de Ibn Quasi, considerado "Rei dos Algarves" e que foi amigo de Afonso Henriques.
O castelo estava fechado, mas mesmo assim vimos uma data de sítios bonitos e demos uns passeios à beira do Guadiana.
"Ó se faz favor ! Posso falar ?"
Ao almoço fomos a outro restaurante, onde provei febras de porco preto com migas. Show de bola!
Nessa noite, tomámos emprestados uns pratos e copos da residencial (a propósito, foi a Beira-Rio, que tem a particularidade de ser um Hotel-Museu, visto que encerra umas ruinas romanas dentro do próprio Hotel), encomendámos um frango de churrasco, gelámos uma garrafa de champanhe e jantámos à beira do Guadiana. Espetáculo !
Até os patos que por ali nadavam calmamente se aproximaram, e ganharam com isso umas côdeas saborosas.
Um brinde a Mértola, que deixa saudades !
Fim da parte 3. Parte 4 em:
https://www.forumbtt.net/index.php?threads/fÉrias-de-tandem-no-alentejo-profundo-pt-4.62933/
Last edited: